Paulo Coelho - Veronika decide morrer

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E o calor? A temperatura devia ser a mesma dos verões de hoje, 35° à sombra. Se chegasse um inglês de bermudas e mangas de camisa — vestimenta muito mais apropriada para o calor — o que estas pessoas pensariam?

«Um louco».

Tinha entendido perfeitamente bem o que o Dr. Igor quisera dizer. Da mesma maneira, entendia que sempre tivera em sua vida muito amor, carinho, proteção, mas lhe faltara um elemento para tornar tudo isto numa benção: devia ter sido um pouco mais louca.

Seus pais continuariam a ama-la de qualquer maneira, mas ela não ousara pagar o preço de seu sonho, com medo de feri-los. Aquele sonho que estava enterrado no fundo de sua memória, embora vez por outra fosse despertado num concerto, ou num belo disco que escutava ao acaso. Entretanto, sempre que o seu sonho era despertado, o sentimento de frustração era tão grande, que ela logo o fazia adormecer de novo.

Veronika sabia, desde criança, qual era sua verdadeira vocação: ser pianista!

Sentira isso desde a primeira aula, com doze anos de idade. Sua professora também percebera seu talento, e a incentivara a tornar-se uma profissional. Entretanto, quando -contente com um concurso que acabara de ganhar — dissera a mãe que ia largar tudo para dedicar-se apenas ao piano, ela a olhara com carinho, e respondera: «ninguém vive de tocar piano, meu amor. «

«Mas você me fez ter aulas!»

«Para desenvolver seus dons artísticos, só isso. Os maridos apreciam, e você pode destacar-se nas festas. Esqueça esta história de ser pianista, e vá estudar advocacia: esta é a profissão do futuro.

Veronika fizera o que a mãe pedira, certa de que ela tinha experiência suficiente para entender o que era realidade. Terminou os estudos, entrou na faculdade, saiu da faculdade com um diploma e notas altas — mas só conseguiu um emprego de bibliotecária.

«Devia ter sido mais louca». Mas — como devia acontecer com a maioria das pessoas — descobrira tarde demais.

Virou-se para continuar seu caminho, quando alguém segurou-a no braço. O poderoso calmante que lhe haviam aplicado ainda corria em suas veias, por isso não se reagiu quando Eduard, o esquizofrênico, delicadamente começou a conduzi-la numa direção diferente — a sala de estar.

A lua continuava em quarto crescente, e Veronika já se sentara ao piano — o pedido silencioso de Eduard — quando começou a ouvir uma voz que vinha do refeitório. Alguém que falava com sotaque estrangeiro, e Veronika não se lembrava de ter escutado aquele sotaque em Villete.

— Não quero tocar piano agora, Eduard. Quero saber o que está acontecendo no mundo, o que conversam aqui ao lado, que homem estranho é esse.

Eduard sorria, talvez sem entender uma só palavra do que estava dizendo. Mas ela lembrou-se do Dr. Igor: os esquizofrênicos podiam entrar e sair de suas realidades separadas.

— Eu vou morrer — continuou, na esperança de que suas palavras fizessem sentido. — A morte roçou suas asas no meu rosto hoje, e deve estar batendo na minha porta amanhã, ou depois. Você não deve se acostumar a escutar um piano todas as noites.

«Ninguém pode se acostumar com nada, Eduard. Veja só: eu estava gostando de novo do sol, das montanhas, dos problemas -estava mesmo aceitando que a falta de sentido da vida não era culpa de ninguém, exceto minha. Queria de novo ver a praça de Lubljana, sentir ódio e amor, desespero e tédio, todas estas coisas simples e tolas que fazem parte do cotidiano, mas que dão gosto à existência. Se algum dia pudesse sair daqui, iria permitir-me ser louca, porque todo mundo é — e piores são aqueles que não sabem que são, porque ficam repetindo apenas o que os outros mandam.

« Mas nada disso é possível, entendeu? Da mesma maneira, você não pode passar o dia inteiro esperando que venha a noite, e

que uma das internas toque piano — porque isso acabará logo. Meu mundo e o seu estão no final.»

Levantou-se, tocou carinhosamente no rosto do rapaz, e foi até o refeitório.

Ao abrir a porta, deparou-se com uma cena insólita; as mesas e cadeiras tinham sido empurradas para parede, formando um grande espaço vazio no centro. Ali, sentados no chão, estava os membros da Fraternidade, escutando um homem de terno e gravata.

— ...então convidaram o grande mestre da tradição sufi, Nasrudin, para dar uma palestra — dizia ele.

Quando a porta se abriu, todos na sala olharam para Veronika. O homem de terno virou-se para ela.

— Sente-se.

Ela sentou-se no chão, junto a senhora de cabelos brancos, Mari — que fora tão agressiva em seu primeiro encontro. Para sua surpresa, Mari deu um sorriso de boas-vindas.

O homem de terno continuou:

— Nasrudin marcou a conferencia para as duas horas da tarde, e foi um sucesso: os mil lugares foram todos vendidos, e ficaram mais de seiscentas pessoas do lado de fora, acompanhando a palestra por um circuito fechado de televisão.

«As duas em ponto, entrou um assistente de Nasrudin, dizendo que, por motivo de força maior, a palestra ia atrasar. Alguns levantaram-se indignados, pediram a devolução do dinheiro, e sairam. Mesmo assim ainda continuou muita gente dentro e fora da sala.

«A partir das quatro da tarde, o mestre sufi ainda não tinha aparecido, e as pessoas foram — pouco a pouco — deixando o local, e pegando seu dinheiro de volta: afinal de contas, o expediente de trabalho estava terminando, era chegado o momento de precisavam voltar para casa. Quando deu seis horas, os 1.700 espectadores originais estavam reduzidos a menos de cem.

«Neste momento, Nasrudin entrou. Parecia completamente bêbado, e começou a dizer gracinhas a uma bela jovem que sentara-se na primeira fila.

«Passada a surpresa, as pessoas começaram a ficar indignadas: como, depois de esperar quatro horas seguidas, esse homem se comportava de tal maneira? Alguns murmúrios de desaprovação se fizeram ouvir, mas o mestre sufi não deu nenhuma importância: continuou, aos brados, a dizer como a menina era sexy, e convidou-a para viajar com ele para a França.»

Que mestre, pensou Veronika. Ainda bem que nunca acreditei nestas coisas.

«Depois de dizer alguns palavrões contra as pessoas que reclamavam, Nasrudin tentou levantar-se e caiu pesadamente no chão. Revoltadas, as pessoas resolveram ir embora, dizendo que

tudo aquilo não passava de charlatanismo, que iriam aos jornais denunciar o espetáculo degradante.

«Nove pessoas continuaram na sala. E, assim que o grupo de revoltados deixou o recinto, Nasrudin levantou-se; estava sóbrio, seus olhos irradiavam luz, e havia em torno dele uma aura de respeitabilidade e sabedoria. «Vocês que estão aqui, são os que tem que me ouvir», disse. «Passaram pelos dois testes mais duros no caminho espiritual: a paciência para esperar o momento certo, e a coragem de não se decepcionar com o que encontraram. A vocês eu vou ensinar.»

«E Nasrudin compartilhou com eles algumas das técnicas sufi.»

O homem deu uma pausa, e tirou uma flauta estranha do bolso.

— Vamos agora descansar um pouco, e depois faremos a nossa meditação.

O grupo ficou de pé. Veronika não sabia o que fazer.

— Levante-se também — disse Mari, pegando-a pela mão. -Temos cinco minutos de recreio.

— Vou embora, não quero atrapalhar. Mari levou-a para um canto.

— Será que você não aprendeu nada, nem mesmo com a proximidade da morte? Pare de pensar o tempo todo que está causando algum constrangimento, que está perturbando seu próximo! Se as pessoas não gostarem, elas reclamarão! E se não tiverem coragem de reclamar, o problema é delas!

— Aquele dia, quando me aproximei de vocês, estava fazendo algo que nunca ousara antes.

— E se deixou acovardar com uma mera brincadeira de loucos. Por que não continuou adiante? O que tinha a perder?

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