Paulo Coelho - Veronika decide morrer
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Mas na época em que Maria tivera seu primeiro ataque, nada disso era conhecido.»Foi o inferno. O verdadeiro inferno», pensou, acendendo outro cigarro.
O piano continuava tocando, a moça parecia ter energia suficiente para passar a noite em claro.
Desde que aquela menina entrara no sanatório, muitos internos haviam sido afetados — e Mari era um deles. No começo, tinha procurado evita-la, temendo despertar sua vontade de viver; era melhor que continuasse desejando a morte, porque não podia evita-la mais. O Dr. Igor deixara escapar o boato de que, embora continuasse lhe dando injeções todos os dias, o estado da moça deteriorava a olhos vistos, e não conseguiria salva-la de jeito nenhum.
Os internos haviam entendido o recado, e mantinham distancia da mulher condenada. Mas — sem que ninguém soubesse exatamente porque — Veronika começara a lutar por sua vida, embora apenas duas pessoas se aproximassem dela: Zedka, que iria embora amanhã, e não era de falar muito. E Eduard.
Mari precisava ter uma conversa com Eduard: ele sempre a escutava com respeito. Será que o rapaz não entendia que a estava trazendo de volta ao mundo? E que isso era a pior coisa que podia fazer com uma pessoa sem esperança de salvação?
Considerou mil possibilidades de explicar o assunto: todas elas envolviam coloca-lo com sentimento de culpa, e isto ela não faria nunca. Mari refletiu um pouco e resolveu deixar as coisas correrem seu ritmo normal; já não advogava mais, e não queria dar o mau exemplo de criar novas leis de comportamento, num local onde devia reinar a anarquia.
Mas a presença da menina tinha afetado muita gente ali, e alguns estavam dispostos a repensar suas vidas. Num dos encontros da Fraternidade, alguém tentara explicar o que estava acontecendo: os falecimentos em Villete aconteciam de repente, sem dar tempo do ninguém pensar a respeito, ou no final de uma longa doença — onde a morte sempre é uma benção.
No caso daquela menina, porém, a cena era dramática -porque era jovem, estava desejando viver de novo, e todos sabiam que isso era impossível. Algumas pessoas se perguntavam: «se isso estivesse acontecendo comigo? Como eu tenho uma chance, será que a estou utilizando? «
Alguns não se incomodavam com a resposta; há muito tinham desistido, e já faziam parte de um mundo onde não existe nem vida nem morte, nem espaço nem tempo. Outros, porem, estavam sendo forçados a refletir, e Mari era um deles.
Veronika parou de tocar por um instante, e olhou Mari lá fora, enfrentando o frio noturno com um casaco leve; será que ela queria se matar?
«Não. Quem quis se matar fui eu.» Voltou ao piano. Nos seus últimos dias de vida,
realizara finalmente o grande sonho: tocar com alma e coração, o tempo que quisesse, na altura que achasse melhor. Não tinha importância se a sua única plateia era um rapaz esquizofrênico; ele parecia entender a música, e isso era o que contava.
Mari nunca quisera se matar. Ao contrário, há cinco anos atrás, dentro do mesmo cinema onde fora hoje, ela assistia horrorizada um filme sobre a miséria em El Salvador, e pensava o quanto sua vida era importante. Nesta época — com os filhos já grandes e encaminhados em suas profissões — já estava decidida a largar o aborrecido e interminável trabalho de advocacia, para dedicar o resto de seus dias trabalhando numa entidade humanitária. Os rumores de guerra civil no pais cresciam a cada momento, mas Mari não acreditava neles: era impossível que, no final do século, a Comunidade Europeia deixasse ocorrer uma nova guerra em suas portas.
Do outro lado do mundo, porém, a escolha das tragédias era farta: e entre estas tragédias estava a de El Salvador, com suas crianças passando fome na rua, e sendo obrigadas a prostituir-se.
— Que horror — disse ao marido, sentado na poltrona ao lado.
Ele concordou com a cabeça.
Mari vinha adiando a decisão há muito tempo, mas talvez fosse a hora de conversar com ele. Já tinham recebido tudo que a vida podia oferecer de bom: casa, trabalho, bons filhos, conforto necessário, divertimento e cultura. Porque não fazer agora algo pelo próximo? Mari tinha contatos na Cruz Vermelha, sabia que voluntários eram desesperadamente necessários em muitas partes do mundo.
Estava farta de trabalhar com burocracia, processos, sendo incapaz de ajudar gente que passava anos de sua vida para resolver um problema que não havia criado. Trabalhar na Cruz Vermelha, porém, iria dar resultados imediatos.
Resolveu que, assim que saissem do cinema, iria convida-lo para um café, e discutir a ideia.
A tela mostrava algum funcionário do governo
salvadorenho dando uma desculpa desinteressante para determinada injustiça, e — de repente — Mari sentiu que seu coração acelerava.
Disse para si mesmo que não era nada. Talvez o ar abafado do cinema a estivesse asfixiando; se o sintoma persistisse, ia até a sala de espera respirar um pouco.
Mas, numa sucessão rápida de acontecimentos, o coração começou a bater mais e mais forte, e ela começou a suar frio.
Assustou-se, e tentou prestar atenção no filme, para ver se tirava qualquer tipo de pensamento negativo da cabeça. Mas viu que já não conseguia acompanhar o que estava acontecendo na tela; as imagens continuavam, os letreiros eram visíveis, enquanto Mari parecia haver entrado numa realidade completamente diferente, onde
tudo aquilo era estranho, fora de lugar, pertencendo a um mundo onde jamais estivera antes.
— Estou passando mal — disse ao marido.
Procurara evitar ao máximo fazer este comentário, porque significava admitir que algo estava errado com ela. Mas era impossível adia-lo mais.
— Vamos até lá fora— respondeu ele.
Quando pegou na mão da mulher para ajuda-la a levantar-se, notou que estavam geladas.
— Não vou conseguir chegar até lá fora. Por favor, me diga o que está acontecendo.
O marido assustou-se. O rosto de Mari estava coberto de suor, e seus olhos tinham um brilho diferente.
— Fique calma. Eu vou sair, e chamar um médico.
Ela desesperou-se. As palavras faziam sentido, mas todo o resto — o cinema, a penumbra, as pessoas sentadas lado a lado e olhando para uma tela brilhante — tudo aquilo parecia ameaçador. Tinha certeza de que estava viva, podia até mesmo tocar a vida ao seu redor, como se fosse sólida. E nunca antes passara por aquilo.
— Não me deixe aqui sozinha, de maneira nenhuma. Vou levantar, e vou sair com você. Ande devagar.
Os dois pediram licença aos espectadores que se
encontravam na mesma fila, e começaram a caminhar em direção ao fundo da sala, onde estava a porta de saida. O coração de Mari agora estava completamente disparado, e ela tinha certeza, absoluta certeza, de que nunca ia conseguir deixar aquele local. Tudo que fazia, cada gesto seu — colocar um pé diante do outro, pedir licença, agarrar-se ao braço do marido, respirar e expirar -parecia consciente e pensado, e aquilo era aterrador.
Nunca sentira tanto medo em sua vida.
« Vou morrer dentro de um cinema».
E julgou entender o que estava passando, porque uma amiga sua morrera dentro de um cinema, há muitos anos atrás: um aneurisma havia estourado em seu cérebro.
Os aneurismas cerebrais são as bombas-relógio. Pequenas varizes que se formam nos vasos sanguíneos — como bolhas em pneus usados — e que podem passar ali toda a existência de uma pessoa, sem que nada aconteça. Ninguém sabe se tem um aneurisma, até que ele é descoberto sem querer — como no caso de uma radiografia do cérebro por outros motivos — ou no momento em que ele explode, inundando tudo de sangue, colocando a pessoa imediatamente em coma, e geralmente fazendo com que morra em pouco tempo.
Enquanto caminhava pelo corredor da sala escura, Mari lembrava-se da amiga que perdera. O mais estranho, porém, era como a explosão do aneurisma estava afetando a sua percepção: ela parecia ter sido transportada para um planeta diferente, vendo cada coisa familiar como se fosse a primeira vez.
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