Paulo Coelho - Veronika decide morrer

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Acontece que Julia era filha de uma familia da alta burguesia, e — afora aquela visão fortuita dentro da igreja -Preseren nunca mais conseguiu chegar perto dela. Mas aquele encontro inspirou seus melhores versos, e criou a lenda em torno do seu nome. Na pequena praça central de Lubljana, a estátua do poeta mantém os olhos fixos em uma direção: quem seguir seu olhar, descobrirá — do outro lado da praça — um rosto de mulher esculpido na parede de uma das casas. Era ali que morava Julia; Preseren, mesmo depois de morto, contempla para a eternidade o seu amor impossível.

E se ele tivesse lutado mais?

O coração de Zedka disparou — talvez fosse o

pressentimento de algo ruim, um acidente com seus filhos. Voltou correndo para casa: eles estavam assistindo televisão e comendo pipocas.

A tristeza, porém, não passou. Zedka deitou-se, dormiu quase 12 horas, e — quando acordou — não teve vontade de levantar-se. A história de Preseren trouxera de volta a imagem daquele seu primeiro amante, de cujo destino nunca mais tivera noticias.

E Zedka se perguntava: eu insisti o suficiente? Deveria ter aceito o papel da amante, ao invés de querer que as coisas andassem segundo minhas próprias expectativas? Lutei por meu primeiro amor com a mesma garra com que lutei por meu povo?

Zedka convenceu-se que sim, mas a tristeza não passava. O que antes lhe parecia o paraiso — a casa perto do rio, o marido a quem amava, os filhos comendo pipoca diante da televisão -começou a transformar-se num inferno.

Hoje, depois de muitas viagens astrais e muitos

encontros com espíritos desenvolvidos, Zedka sabia que tudo aquilo era bobagem. Usara o seu Amor Impossível como uma desculpa, um pretexto para romper os laços com a vida que levava, e que estava longe de ser aquilo que verdadeiramente esperava de si mesma.

Mas, doze meses atrás, a situação era outra: ela começou a procurar freneticamente o homem distante, gastara fortunas com chamadas internacionais, mas ele já não morava na mesma cidade, e foi impossível localiza-lo.. Mandou cartas por correio expresso, que acabavam sendo devolvidas. Ligou para todas as amigas e amigos que o conheciam, e ninguém tinha a menor ideia do que lhe acontecera.

Seu marido não sabia de nada, e isto a levava a loucura — porque ele devia pelo menos suspeitar de algo, fazer uma cena, queixar-se, ameaçar deixa-la no meio da rua. Passou a ter certeza de que as telefonistas internacionais, os correios, as amigas tinham sido subornadas por ele — que fingia indiferença. Vendeu as jóias que ganhara de casamento e comprou uma passagem para o outro lado do oceano, até que alguém a convenceu que as Américas eram muito grandes, e não adiantava ir sem ter certeza de onde chegar.

Certa tarde ela deitou-se, sofrendo por amor como nunca sofrera antes — nem mesmo quando tivera que voltar para o aborrecido cotidiano de Lubljana. Passou aquela noite, e todo o dia seguinte no quarto. E mais outro. No terceiro, seu marido chamou um médico — como era bondoso! Quanta preocupação por ela! Será que este homem não entendia que Zedka estava tentando me encontrar com outro, cometer adultério, trocar sua vida de mulher respeitada pela de uma simples amante escondida, deixar Lubljana, sua casa, seus filhos, para sempre?

O médico chegou, ela teve um ataque nervoso, fechou a porta com a chave — e só tornou a abri-la quando ele foi embora. Uma semana depois, não tinha vontade nem de ir no banheiro, e passou a fazer suas necessidades fisiológicas na cama. Já não pensava mais, a cabeça estava completamente tomada pelos fragmentos de memória do homem que — estava convencida — também a buscava sem conseguir encontra-la.

O marido — irritantemente generoso — trocava os lençóis, passava a mão na sua cabeça, dizia que tudo ia terminar bem. Os filhos não entravam no quarto desde que ela esbofeteara um deles sem nenhum motivo — e depois ajoelhara-se, beijara seus pés implorando desculpas, rasgando camisola em pedaços para mostrar seu desespero e arrependimento.

Depois de outra semana — onde cuspira a comida que lhe era oferecida, entrara e sairá desta realidade várias vezes, passara noites inteiras em claro e dias inteiros dormindo, dois

homens entraram no seu quarto sem bater . Um deles segurou-a, outro aplicou uma injeção, e ela acordara em Villete.

«Depressão», ela escutara o médico dizer ao seu marido. «As vezes provocada pelos motivos mais banais. Falta um elemento quimico, a serotonina, em seu organismo».

Do teto da enfermaria, Zedka viu o enfermeiro chegar com uma seringa na mão. A garota continuava ali, parada, tentando conversar com seu corpo, desesperada com seu olhar vazio. Por alguns momentos, Zedka considerou a possibilidade de contar para ela tudo o que estava acontecendo, mas depois mudou de ideia; as pessoas nunca aprendem nada que lhes é contado, precisam descobrir por si mesmas.

O enfermeiro colocou a agulha no seu braço, e injetou glicose. Como se tivesse sido puxado por um enorme braço, seu espirito saiu do teto da enfermaria, passou em alta velocidade por um túnel negro, e retornou ao corpo.

— Olá, Veronika.

A menina tinha um ar apavorado.

— Você está bem?

— Estou. Felizmente consegui escapar deste perigoso tratamento, mas isso não irá se repetir mais.

— Como você sabe? Aqui, não respeitam ninguém. Zedka sabia porque fora, em corpo astral, até o escritório do Dr. Igor.

— Eu sei, mas não tenho como explicar. Lembra-se da primeira pergunta que lhe fiz?

— «O que é a loucura?»

— Exatamente. Desta vez vou lhe responder sem fábulas: a loucura é a incapacidade de comunicar suas ideias. Como se você estivesse num pais estrangeiro — vendo tudo, entendendo o que se passa a sua volta, mas incapaz de se explicar e de ser ajudada, porque não entende a lingua que falam ali.

— Todos nós já sentimos isso.

— Todos nós, de um jeito ou de outro, somos loucos.

Do lado de fora da janela gradeada, o céu estava coberto de estrelas, com uma lua em quarto crescente subindo por detrás das montanhas. Os poetas gostavam da lua cheia, escreviam milhares de versos sobre ela, mas Veronika era apaixonada por aquela meia-lua, porque ainda havia espaço para aumentar, expandir-se, preencher de luz toda a sua superfície, antes da inevitável decadência.

Teve vontade de ir até o piano na sala de estar, e celebrar aquela noite com uma linda sonata que aprendera no colégio; olhando o céu, tinha uma indescritível sensação de bem-estar, como se o infinito do Universo mostrasse também sua própria eternidade. Mas estava separada de seu desejo por uma porta de aço, e uma mulher que nunca terminava de ler o seu livro. Além do mais, ninguém tocava piano àquela hora da noite — terminaria acordando a vizinhança inteira.

Veronika riu. A «vizinhança» eram as enfermarias repletas de loucos, estes loucos, por sua vez, repletos de remédios para dormir.

A sensação de bem-estar, entretanto, continuava. Levantou-se o foi até o leito de Zedka, mas ela estava dormindo profundamente, talvez para recuperar-se da horrível experiência pela qual passara.

— Volte para a cama — disse a enfermeira. — Meninas boas estão sonhando com os anjinhos ou os namorados.

— Não me trate como criança. Não sou uma louca mansa, que tem medo de tudo. Sou furiosa, tenho ataques histéricos, não respeito nem minha vida, nem a vida dos outros. Hoje, então, estou atacada. Olhei a lua, e quero conversar com alguém.

A enfermeira olhou-a, surpresa com a reação

— Você tem medo de mim? — insistiu Veronika. — Faltam um ou dois dias para a minha morte, o que tenho a perder?

— Por que você não vai dar uma passeio, mocinha, e me deixa terminar o livro?

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