Paulo Coelho - Veronika decide morrer

Здесь есть возможность читать онлайн «Paulo Coelho - Veronika decide morrer» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: Современная проза. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

Veronika decide morrer: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Veronika decide morrer»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

Veronika decide morrer — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Veronika decide morrer», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Fora também através dos livros que perdera o medo das criaturas que habitavam o espaço. Hoje não havia ninguém na enfermaria, mas a primeira vez que sairá do seu corpo encontrara muita gente olhando, divertindo-se com sua cara de surpresa.

Sua primeira reação fora pensar que eram mortos, fantasmas habitavam o local. Depois, com ajuda dos livros e da própria experiência, deu-se conta que, embora alguns espíritos desencarnados vagassem por ali, havia entre eles muita gente tão viva quanto ela — que desenvolvera a técnica de sair do corpo, ou que não tinha consciência do que estava acontecendo, porque — em algum lugar do mundo — dormiam profundamente, enquanto seus espíritos vagavam livres pelo mundo.

Hoje — por ser sua última viagem astral com insulina, pois tinha acabado de visitar o escritório do Dr. Igor, e sabia que ele estava prestes a lhe dar alta — ela decidira ficar passeando por Villete. Do momento em que cruzasse a porta de saida, nunca mais voltaria ali, nem mesmo em espirito, e queria despedir-se agora.

Despedir-se. Esta era a parte mais dificil: uma vez num asilo, a pessoa acostuma-se com a liberdade que existe no mundo da loucura, e termina ficando viciada. Já não tem mais que assumir responsabilidades, lutar pelo pão de cada dia, cuidar de coisas que são repetitivas e aborrecidas; pode ficar horas olhando um quadro ou fazendo os desenhos mais absurdos possíveis. Tudo é

tolerável porque — afinal de contas — a pessoa é doente mental. Como ela própria tivera ocasião de experimentar, a maior parte dos internos apresenta uma grande melhora assim que pisa num hospício: já não precisa ficar escondendo seus sintomas, e o ambiente «familiar» os ajuda a aceitar suas próprias neuroses e psicoses.

No inicio, Zedka ficara fascinada por Villete, e chegou a cogitar, quando estivesse curada, em participar da Fraternidade. Mas entendeu que, com alguma sabedoria, podia continuar fazendo lá fora tudo o que gostaria de fazer, enquanto cuidava dos desafios da vida diária. Bastava manter, como dissera alguém, a loucura controlada. Chorar, preocupar-se, ficar irritada como qualquer ser humano normal, sem nunca esquecer que, lá em cima, seu espirito está rindo de todas as situações difíceis.

Em breve estaria de volta a sua casa, aos filhos, ao marido; e esta parte da vida que também tem seus encantos. Certamente teria dificuldade em encontrar trabalho — afinal, numa cidade pequena como Lubljana as histórias correm com rapidez, e sua internação em Villete já era do conhecimento de muita gente. Mas o seu marido ganhava para o suficiente sustentar a familia, e ela podia aproveitar o tempo vago para continuar a fazer suas viagens astrais, — sem a perigosa influência da insulina.

Só uma coisa não queria jamais experimentar de novo: o motivo que a trouxera para Villete.

Depressão.

O médicos diziam que uma substância recém-descoberta, a serotonina, era a responsável pelo estado de espirito do ser humano. A falta de serotonina interferia na capacidade de concentrar-se no trabalho, dormir, comer, e desfrutar dos momentos agradáveis da vida. Quando esta substância estava completamente ausente, a pessoa sentia desesperança, pessimismo, sensação de inutilidade, cansaço exagerado, ansiedade,dificuldades para tomar decisões, e terminava mergulhando numa tristeza permanente, que a conduzia à uma apatia completa, ou ao suicídio.

Outros médicos, mais conservadores, alegavam que

mudanças drásticas na vida de alguém— como troca de pais, perda de um ente querido, divórcio, aumento de exigências no trabalho ou na familia — eram responsáveis pela depressão. Alguns estudos modernos, baseados no número de internações no inverno e no verão, apontavam a falta de luz solar como um dos elementos causadores da depressão.

No caso de Zedka, porém, as razões eram mais simples do que todos supunham: um homem escondido no seu passado. Ou melhor: a fantasia que criara em torno de um homem que conhecera há muito tempo atrás.

Que coisa boba. Depressão, loucura por um homem que nem sequer sabia mais onde morava, pelo qual se apaixonara perdidamente em sua juventude — já que, como todas as outras moças de sua idade, Zedka era uma pessoa absolutamente normal, e precisava passar pela experiência do Amor Impossível.

Só que, ao contrário de suas amigas, que apenas sonhavam com o Amor Impossível, Zedka resolvera ir mais longe: tentar conquista-lo. Ele morava do outro lado do oceano, ela vendera tudo para ir ao seu encontro. Ele era casado, ela aceitou o papel de amante, fazendo planos secretos para um dia conquista-lo como marido. Ele não tinha tempo nem para si mesmo, mas ela resignou-se a passar dias e noites no quarto do hotel barato, esperando suas raras chamadas telefónicas.

Apesar de estar disposta a suportar tudo, em nome do amor, a relação não dera certo. Ele nunca dissera isso diretamente, mas um dia Zedka entendeu que já não era bem-vinda, e voltara para a Eslovénia.

Passou alguns meses alimentando-se mal, recordando cada instante que estiveram juntos, revendo milhares de vezes os momentos de alegria e prazer na cama, tentando descobrir alguma pista que lhe permitisse acreditar no futuro daquela relação. Seus amigos ficaram preocupados, mas algo no coração de Zedka dizia que aquilo era passageiro: o processo de crescimento de uma pessoa exige certo preço, que ela estava pagando sem reclamar. E assim foi: certa manhã acordou com uma imensa vontade de viver, alimentou-se há tempo não fazia, e saiu para arranjar um emprego.

Conseguiu não apenas o emprego, mas as atenções de um jovem bonito, inteligente, cortejado por muitas mulheres. Um ano depois, estava casada com ele.

Despertou a inveja e o aplauso das amigas. Os dois foram morar numa casa confortável, com o quintal dando para o rio que cruza Lubljana. Tiveram filhos, e viajavam para a Áustria ou para a Itália durante o verão.

Quando a Eslovénia resolveu separar-se da Yugoslávia, ele fora convocado para o exército. Zedka era servia — ou seja, «o inimigo»— e sua vida ameaçou entrar em colapso. Nos dez dias de tensão que se seguiram, com as tropas prontas para enfrentar-se -e ninguém sabendo direito qual o resultado da declaração de independência, e do sangue que precisava ser derramado por causa dela — Zedka deu-se conta do seu amor. Passava o tempo inteiro rezando para um Deus que até então lhe parecera distante, mas que agora era a sua única saida: prometeu aos santos e anjos qualquer coisa para ter seu marido de volta.

E assim foi. Ele retornou, os filhos puderam ir a escolas que ensinavam o idioma esloveno, e a ameaça de guerra moveu-se para a vizinha república da Croácia.

Três anos se passaram. A guerra da Yugoslávia com a Croácia moveu-se para a Bósnia, e começaram a aparecer denúncias de massacres cometidos pelos sérvios. Zedka achava aquilo injusto — julgar criminosa toda uma nação, por causa dos desvarios de alguns alucinados. Sua vida passou a ter um sentido que nunca esperara: defendeu com orgulho e bravura o seu povo — escrevendo em jornais, aparecendo na televisão, organizando conferencias. Nada daquilo dera resultado, e até hoje os estrangeiros ainda pensavam que todos os sérvios eram responsáveis pelas atrocidades, mas Zedka sabia que tinha cumprido seu dever, e não abandonara seus irmãos numa hora dificil. Para isso, contara com o apoio do marido esloveno, dos filhos, e das pessoas que não eram manipuladas pelas máquinas de propaganda de ambos os lados.

Uma tarde, passou diante da estátua de Preseren, o grande poeta esloveno, e começou a pensar sobre sua vida. Aos 34 anos, ele entrara certa vez numa igreja e vira a uma moça adolescente, Julia Primic, pela qual ficara perdidamente apaixonado. Como os antigos menestréis, começou a lhe escrever poemas, na esperança de casar-se com ela.

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «Veronika decide morrer»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Veronika decide morrer» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Отзывы о книге «Veronika decide morrer»

Обсуждение, отзывы о книге «Veronika decide morrer» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x