Paolo Coelho - A bruxa de Portobello

Здесь есть возможность читать онлайн «Paolo Coelho - A bruxa de Portobello» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: Современная проза, на португальском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

A bruxa de Portobello: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «A bruxa de Portobello»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

Uma reflexão sobre a espiritualidade, a moral e as relações familiares. Narra 21 anos na vida de Athena, uma jovem originária da Transilvânia adotada por libaneses, que parte em busca de sua verdadeira mãe e de suas raízes. Nessa jornada, ela enfrentará a intolerância religiosa dos tempos da Inquisição.

A bruxa de Portobello — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «A bruxa de Portobello», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

— Você já aprendeu o que precisava — disse. — Sua caligrafia está cada vez mais pessoal, mais espontânea. Já não é apenas uma repetição da beleza, mas um gesto de criação pessoal. Você entendeu o que os grandes pintores entendem: para esquecer as regras, é preciso conhecê-las e respeitá-las.

“Já não precisa dos instrumentos que a fizeram aprender. Já não precisa do papel, da tinta, da pena, porque o caminho é mais importante que aquilo que a levou a caminhar. Certa vez você me contou que a pessoa que a ensinou a dançar ficava imaginando músicas em sua cabeça — e mesmo assim, era capaz de repetir os ritmos necessários e precisos.“

— Isso mesmo.

— Se as palavras estivessem todas unidas, elas não fariam sentido, ou complicariam muito o seu entendimento: é necessário que existam espaços.

Ela concordou com a cabeça.

— E apesar de você dominar as palavras, ainda não domina os espaços em branco. Sua mão, quando está concentrada, é perfeita. Quando salta de uma palavra para a outra, ela se perde.

— Como o senhor sabe isso?

— Tenho razão?

— Tem toda razão. Em algumas frações de segundo, antes de concentrar-me na próxima palavra, eu me perco. Coisas que eu não quero pensar insistem em dominar-me.

— E você sabe exatamente o que é.

Athena sabia, mas não disse nada, até voltarmos à tenda, e poder segurar o filho adormecido no colo. Seus olhos pareciam cheios de lágrimas, embora fizesse o possível para controlar-se.

— O emir disse que você iria tirar férias.

Ela abriu a porta do carro, colocou a chave na ignição, e deu a partida. Por alguns momentos, apenas o ruído do motor quebrava o silêncio do deserto.

— Sei o que o senhor está falando — disse ela afinal. — Quando escrevo, quando danço, sou guiada pela Mão que tudo criou. Quando olho Viorel dormindo, sei que ele sabe que é fruto de meu amor pelo pai dele, embora já não o veja há mais de um ano. Mas eu…

Ficou em silêncio de novo. O silêncio que era o espaço em branco entre as palavras.

— … mas eu não conheço a mão que me embalou pela primeira vez. A mão que me escreveu no livro deste mundo.

Apenas balancei a cabeça em sinal afirmativo.

— O senhor acha isso importante?

— Nem sempre. Mas no seu caso, enquanto não tocar esta mão, não irá melhorar… digamos… sua caligrafia.

— Não creio que seja necessário descobrir quem jamais se deu ao trabalho de me amar.

Fechou a porta, sorriu, e arrancou com o carro. Apesar de suas palavras, eu sabia qual seria seu próximo passo.

Samira R. Khalil, mãe de Athena

Foi como se todas as suas conquistas profissionais, sua capacidade de ganhar dinheiro, sua alegria com o novo amor, seu contentamento quando brincava com meu neto, tudo isso tivesse sido jogado para um segundo plano. Eu fiquei simplesmente aterrorizada quando Sherine me comunicou a decisão de ir em busca da sua mãe de sangue.

No início, é claro, consolava-me a idéia de que já não existia mais o centro de adoção, as fichas tivessem sido perdidas, os funcionários se mostrassem implacáveis, o governo tinha acabado de cair e era impossível viajar, ou o ventre que a trouxe a esta terra já não estivesse mais neste mundo. Mas foi um consolo momentâneo: minha filha era capaz de tudo, e conseguia superar situações que pareciam impossíveis.

Até aquele momento, o assunto era um tabu na família. Sherine sabia que fora adotada, já que o psiquiatra em Beirute me aconselhara a contar logo que tivesse suficiente idade para compreender. Mas nunca demonstrou curiosidade em saber de que região viera — seu lar tinha sido Beirute, quando ainda era um lar para todos nós.

Como o filho adotado de uma amiga minha terminou se suicidando quando ganhou uma irmã biológica — e ele tinha apenas 16 anos! — , nós evitamos ampliar nossa família, fizemos todos os sacrifícios necessários para que entendesse que era a única razão de minhas alegrias e minhas tristezas, dos meus amores e das minhas esperanças. Mesmo assim, parecia que nada disso contava; meu Deus, como os filhos podem ser tão ingratos!

Conhecendo minha filha, sabia que não adiantava argumentar nada disso com ela. Eu e meu marido passamos uma semana sem dormir, e todas as manhãs, todas as tardes, éramos bombardeados com a mesma pergunta: em que cidade da Romênia eu nasci? Para agravar a situação, Viorel chorava, porque parecia estar entendendo tudo que acontecia.

Resolvi consultar de novo um psiquiatra. Perguntei por que uma moça que tinha tudo na vida estava sempre tão insatisfeita.

— Todos nós queremos saber de onde viemos — disse ele. — Essa é a questão fundamental do ser humano no plano filosófico. No caso de sua filha, acho perfeitamente justo que procure saber suas origens. A senhora não teria esta curiosidade?

Não, eu não teria. Muito pelo contrário, acharia um perigo ir em busca de alguém que me recusou e me rejeitou, quando ainda não tinha forças para sobreviver.

Mas o psiquiatra insistiu:

— Ao invés de entrar em confronto com ela, procure ajudá-la. Talvez, vendo que isso não é um problema para a senhora, ela desista. O ano que passou distante de todos os seus amigos deve ter criado uma carência emocional, que agora ela está procurando compensar através de provocações sem importância. Apenas para ter certeza que é amada.

Teria sido melhor que Sherine tivesse ido, ela mesma, ao psiquiatra: assim compreenderia as razões do seu comportamento.

— Demonstre confiança, não veja nisso uma ameaça. E se no final ela realmente quiser ir adiante, resta apenas dar os elementos que pede. Pelo que entendo, ela sempre foi uma menina problemática; quem sabe sairá mais fortalecida através desta busca.

Perguntei se o psiquiatra tinha filhos. Ele disse que não, e logo entendi que não era a pessoa indicada para me aconselhar.

Naquela noite, quando estávamos diante da televisão, Sherine voltou ao assunto:

— O que estão assistindo?

— O noticiário.

— Para quê?

— Para saber as novidades do Líbano — respondeu meu marido.

Eu percebi a armadilha, mas já era tarde. Sherine aproveitou-se imediatamente da situação.

— Enfim, vocês também estão curiosos para saber o que está acontecendo na terra em que nasceram. Estão bem estabelecidos na Inglaterra, têm amigos, papai ganha muito dinheiro aqui, vivem em segurança. Mesmo assim, compram jornais libaneses. Mudam de canal até que surja alguma notícia relacionada com Beirute. Imaginam o futuro como se ele fosse o passado, sem se dar conta que esta guerra não acaba nunca.

“Ou seja: se não estão em contato com suas origens, sentem que perderam o contato com o mundo. Custa entender o que estou sentindo?”

— Você é nossa filha.

— Com muito orgulho. E serei para sempre a filha de vocês. Por favor, não tenham dúvidas de meu amor e minha gratidão por tudo que fizeram; eu não estou pedindo nada além de colocar meus pés no verdadeiro lugar onde nasci. Talvez perguntar à minha mãe de sangue por que me abandonou, ou talvez deixar o assunto para lá, quando olhar nos seus olhos. Se não tentar fazer isso, vou me achar covarde, e não poderei jamais entender os espaços em branco.

— Os espaços em branco?

— Aprendi caligrafia enquanto estava em Dubai. Danço sempre que posso. Mas a música só existe porque existem as pausas. As frases só existem porque existem os espaços em branco. Quando estou fazendo algo, me sinto completa; mas ninguém pode viver em atividade durante as 24 horas do dia. No momento em que paro, sinto que algo está faltando.

“Vocês disseram mais de uma vez que sou uma pessoa inquieta por natureza. Mas não escolhi esta maneira de viver: gostaria de poder estar aqui, tranqüila, também assistindo televisão. É impossível: minha cabeça não pára. Às vezes penso que vou enlouquecer, preciso estar sempre dançando, escrevendo, vendendo terrenos, cuidando de Viorel, lendo qualquer coisa que me cai adiante. Acham normal?”

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «A bruxa de Portobello»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «A bruxa de Portobello» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Отзывы о книге «A bruxa de Portobello»

Обсуждение, отзывы о книге «A bruxa de Portobello» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x