Paolo Coelho - A bruxa de Portobello
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Até hoje não sei se é fantasia esta história de namorado da Scotland Yard. Acho que, se fosse verdade, o assassino de Athena já estaria preso — porque não acredito em nada do que os jornais contaram a respeito do crime. Enfim, posso entender muito bem de engenharia financeira, posso até mesmo dar-me ao luxo de dizer que a dança ajuda os funcionários de banco a trabalharem melhor, mas jamais conseguirei compreender por que a melhor polícia do mundo consegue prender alguns assassinos, e deixar outros soltos.
Isso, entretanto, já não faz mais diferença.
Nabil Alaihi, idade desconhecida, beduíno
Fico muito contente em saber que Athena tinha uma foto minha no lugar de honra de seu apartamento, mas não creio que o que lhe ensinei tenha qualquer utilidade. Ela veio até aqui, no meio do deserto, trazendo pelas mãos uma criança de três anos. Abriu sua bolsa, retirou um radiogravador, e sentou-se diante da minha tenda. Sei que pessoas na cidade costumavam indicar meu nome para estrangeiros que gostariam de provar a cozinha local, e logo disse que ainda era muito cedo para jantar.
— Vim por outra razão — disse a mulher. — Soube através de seu sobrinho Hamid, cliente do banco onde trabalho, que o senhor é um sábio.
— Hamid é apenas um jovem tolo, que embora diga que sou sábio, jamais seguiu meus conselhos. Sábio foi Mohammed, o Profeta, que a bênção de Deus esteja com ele.
Apontei para seu carro.
— Você não devia dirigir sozinha em um terreno a que não está acostumada, e tampouco se aventurar por aqui sem um guia.
Em vez de me responder, ela ligou o aparelho. Em seguida, tudo que pude ver era aquela mulher flutuando nas dunas, a criança olhando espantada e alegre, e o som que parecia inundar o deserto inteiro. Quando terminou, perguntou se eu havia gostado.
Disse que sim. Em nossa religião existe uma seita que dança para encontrar-se com Allah — louvado seja Seu nome! ( N.R.: a seita em questão é o sufismo ).
— Pois bem — continuou a mulher, apresentando-se como Athena. — Desde criança sinto que devo aproximar-me de Deus, mas a vida termina por me afastar Dele. A música foi uma das maneiras que encontrei; não é o bastante. Sempre que danço, vejo uma luz, e esta luz agora me pede que vá mais adiante. Não posso continuar aprendendo apenas comigo mesmo, preciso que alguém me ensine.
— Qualquer coisa é bastante — respondi. — Porque Allah, o misericordioso, está sempre próximo. Tenha uma vida digna, isso basta.
Mas a mulher parecia não estar convencida. Eu disse que estava ocupado, precisava preparar o jantar para os poucos turistas que deviam aparecer. Ela respondeu que esperaria o quanto fosse necessário.
— E a criança?
— Não se preocupe.
Enquanto tomava as providências de sempre, observava a mulher e seu filho, os dois pareciam ter a mesma idade; corriam pelo deserto, riam, faziam batalhas de areia, atiravam-se no chão e rolavam pelas dunas. Chegou o guia com três turistas alemães, que comeram, pediram cerveja, precisei explicar que minha religião me impedia de beber ou servir bebidas alcoólicas. Convidei a mulher e seu filho para jantarem, e um dos alemães logo ficou bastante animado com a inesperada presença feminina. Comentou que estava pensando em comprar terrenos, tinha uma grande fortuna acumulada, e acreditava no futuro da região.
— Ótimo — foi a resposta dela. — Também acredito.
— Será que não seria bom jantarmos em outro lugar, para poder discutir melhor a possibilidade de…
— Não — ela cortou, estendendo-lhe um cartão. — Se desejar, pode procurar minha agência.
Quando os turistas foram embora, nos sentamos na frente da tenda. O menino logo dormiu em seu colo; peguei cobertores para todos nós, e ficamos olhando o céu estrelado. Finalmente ela quebrou o silêncio.
— Por que Hamid diz que o senhor é sábio?
— Talvez porque tenha mais paciência que ele. Houve uma época em que tentei lhe ensinar minha arte, mas Hamid parecia mais preocupado em ganhar dinheiro. Hoje deve estar convencido que é mais sábio que eu; tem um apartamento, um barco, enquanto eu estou aqui no meio do deserto, servindo aos poucos turistas que aparecem. Não entende que estou satisfeito com o que faço.
— Entende perfeitamente, porque fala a todos do senhor, com muito respeito. E o que significa sua “arte”?
— Vi hoje você dançando. Eu faço a mesma coisa, só que, em vez de mover meu corpo, são as letras que dançam.
Ela pareceu surpresa.
— Minha maneira de me aproximar de Allah — que seu nome seja louvado! — foi através da caligrafia, a busca do sentido perfeito para cada palavra. Uma simples letra requer que coloquemos nela toda a força que contém, como se estivéssemos esculpindo o seu significado. Assim, quando os textos sagrados são escritos, ali está a alma do homem que serviu de instrumento para divulgá-los ao mundo.
“E não apenas os textos sagrados, mas cada coisa que colocamos no papel. Porque a mão que traça as linhas reflete a alma de quem as escreve.”
— Você me ensinaria o que sabe?
— Em primeiro lugar, não creio que uma pessoa tão cheia de energia tenha paciência para isso. Além do mais, não faz parte do seu mundo, onde as coisas são impressas — sem que pensem muito no que estão publicando, se me permite o comentário.
— Gostaria de tentar.
E durante mais de seis meses, aquela mulher que eu julgava agitada, exuberante, incapaz de ficar quieta por um só momento, passou a me visitar todas as sextas-feiras. O filho sentava-se em um canto, pegava alguns papéis e pincéis, e dedicava-se, também ele, a manifestar em seus desenhos aquilo que os céus assim determinavam.
Eu via seu esforço gigantesco para manter-se quieta, na postura adequada, e perguntava: “você não acha melhor procurar outra coisa para distrair-se?”. Ela respondia: “Preciso disso, preciso acalmar minha alma, e ainda não aprendi tudo que você pode me ensinar. A luz do Vértice me disse que eu devo seguir adiante”. Nunca perguntei o que era Vértice, não me interessava.
A primeira lição, e talvez a mais difícil, foi:
— Paciência!
Escrever não era apenas um ato de expressar um pensamento, mas de refletir sobre o significado de cada palavra. Juntos começamos a trabalhar em textos de um poeta árabe, já que não creio que o Alcorão fosse indicado para uma pessoa educada em outra fé. Eu ia ditando cada letra, e assim ela se concentrava no que estava fazendo, em vez de querer saber logo o significado da palavra, da frase, ou do verso.
— Certa vez, alguém me disse que a música tinha sido criada por Deus, e que o movimento rápido era necessário para que as pessoas entrassem em contato consigo mesmas — disse Athena em uma das tardes que passamos juntos. — Durante anos, vi que isso era verdade, e agora estou sendo forçada à coisa mais difícil do mundo, desacelerar meus passos. Por que a paciência é tão importante?
— Porque ela nos faz prestar atenção.
— Mas eu posso dançar obedecendo apenas a minha alma, que me obriga a concentrar-me em algo maior do que eu mesma, e me permite entrar em contato com Deus — se é que posso utilizar esta palavra. Isso já me ajudou a transformar muitas coisas, inclusive meu trabalho. A alma não é mais importante?
— Claro. Entretanto, se sua alma conseguir comunicar-se com seu cérebro, poderá transformar mais coisas ainda.
Continuamos nosso trabalho juntos. Eu sabia que, em determinado momento, teria que dizer algo que ela talvez não estivesse pronta para escutar, de modo que procurei aproveitar cada minuto para ir preparando seu espírito. Expliquei que antes da palavra existe o pensamento. E, antes do pensamento, existe a centelha divina que o colocou ali. Tudo, absolutamente tudo nesta terra fazia sentido, e as menores coisas deviam ser levadas em consideração.
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