José Eça de Queirós - A Relíquia
Здесь есть возможность читать онлайн «José Eça de Queirós - A Relíquia» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: Классическая проза, на португальском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.
- Название:A Relíquia
- Автор:
- Жанр:
- Год:неизвестен
- ISBN:нет данных
- Рейтинг книги:4 / 5. Голосов: 1
-
Избранное:Добавить в избранное
- Отзывы:
-
Ваша оценка:
- 80
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
A Relíquia: краткое содержание, описание и аннотация
Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «A Relíquia»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.
A Relíquia — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком
Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «A Relíquia», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.
Интервал:
Закладка:
Demais, o terrível documento da minha junção com a sórdida Mary; a camisa de dormir aromatizada de violeta lá cobria agora em Sião uma lânguida cinta de circassiana ou os seios cor de bronze de unia núbia de Cóscoro; a comprometedora oferta «ao meu portuguesinho valente» fora despregada, queimada no braseiro; já as rendas se iriam esgarçando no serviço forte do amor; e rota, suja, gasta, ela bem depressa seria arremessada ao lixo secular de Jerusalém! Sim, nada se poderia interpor, entre a minha justa sofreguidão e a bolsa verde da Titi. Nada, a não ser a carne mesma da velha, a sua carcaça rangente, habitada por uma teimosa chama vital, que se não quisesse extinguir!... Oh fado horrível! Se a Titi obstinada, renitente, vivesse ainda quando abrissem os cravos do outro ano! E então não me contive. Atirei a alma para as alturas, gritei desesperadamente, em toda a ânsia do meu desejo:
— Oh Santa Virgem Maria, faze que ela rebente depressa!
Nesse momento soou a grossa sineta do pátio. E foi-me grato reconhecer, depois da longa separação, as duas badaladas curtas e tímidas do nosso modesto Justino; mais grato ainda sentir, logo após, o repique majestoso do Doutor Margaride. Imediatamente a Titi escancarou a porta do meu quarto, numa penosa atarantação:
— Teodorico, filho, ouve! Tem-me estado a lembrar... Parece-me que para destapar a relíquia é melhor esperar até que se vão logo embora o Justino e o Margaride! Ai, eu sou muito amiga deles, são pessoas de muita virtude... Mas acho que para uma cerimônia destas é melhor que estejam só pessoas de igreja...
Ela, pela sua devoção, considerava-se pessoa de igreja. Eu, pela minha jornada, era quase pessoa do céu.
— Não, Titi... O Patriarca de Jerusalém recomendou-me que fosse diante de todos os amigos da casa, na capela, com velas... E mais eficaz... E olhe, diga à Vicência que me venha buscar as botas para limpar.
— Ai eu lhas dou!... São estas? Estão sujinhas, estão! Já cá te vêm, filho, já cá te vêm!
E a senhora Dona Patrocínio das Neves agarrou as botas! E a senhora Dona Patrocínio das Neves levou as botas!
Ah, estava mudada, estava bem mudada!... E ao espelho cravando no cetim da gravata uma cruz de coral de Malta, eu pensava que desde esse dia ia reinar ali, no Campo de Santana, de cima da minha santidade, e que para apressar a obra lenta da morte — talvez viesse a espancar aquela velha.
Foi-me doce, ao penetrar na sala, encontrar os diletos amigos, com casacos sérios, de pé, alargando para mim os braços extremosos. A Titi pousava no sofá, tesa, desvanecida, com cetins de festa e com jóias. E ao lado, um padre muito magro vergava a espinha com os dedos enclavinhados no peito — mostrando numa face chupada dentes afiados e famintos. Era o Negrão. Dei-lhe dous dedos, secamente:
— Estimo vê-lo por cá...
— Grandíssima honra para este seu servo! — ciciou ele, puxando os meus dedos para o coração.
E, mais vergado o dorso servil, correu a erguer o abajur do candeeiro — para que a luz me banhasse, e se pudesse ver, na madureza do meu semblante, a eficácia da minha peregrinação.
Padre Pinheiro decidiu, com um sorriso de doente:
— Mais magro!
Justino hesitou, fez estalar os dedos:
— Mais queimado!
E o Margaride, carinhosamente:
— Mais homem!
O onduloso Padre Negrão revirou-se, arqueado para a Titi como para um sacramento entre os seus molhos de luzes:
— E com um todo de inspirar respeito! Inteiramente digno de ser o sobrinho da virtuosíssima Dona Patrocínio!...
No entanto em torno tumultuavam as curiosidades amigas: «E a saudinha?» «Então, Jerusalém?» «Que tal as comidas?
Mas a Titi bateu com o leque no joelho, num receio que tão familiar alvoroço importunasse São Teodorico. E o Negrão acudiu, com um zelo melífluo:
— Método, meus senhores, método!... Assim todos à uma não se goza... É melhor deixarmos falar o nosso interessante Teodorico!...
Detestei aquele nosso; odiei aquele padre. Por que corria tanto mel no seu falar? Por que se privilegiava ele no sofá, roçando a sórdida joelheira da calça pelos castos cetins da Titi?
Mas o Doutor Margaride, abrindo a caixa de rapé, concordou que o método seria mais profícuo...
— Aqui nos sentamos todos, fazemos roda, e o nosso Teodorico conta por ordem todas as maravilhas que viu!
O esgalgado Negrão, com uma escandalosa privança, correu dentro a colher um copo de água e açúcar para me lubrificar as vias. Estendi o lenço sobre o joelho. Tossi — e comecei a esboçar a soberba jornada. Disse o luxo do Málaga; Gibraltar e o seu morro encarapuçado de nuvens; a abundância das «mesas redondas», com pudins e águas gasosas...
— Tudo à grande, à francesa! — suspirou Padre Pinheiro, com um brilho de gula no olho amortecido. — Mas naturalmente, tudo muito indigesto...
— Eu lhe digo, Padre Pinheiro... Sim, tudo à grande, tudo à francesa; mas cousas saudáveis, que não esquentavam os intestinos... Belo rosbife, belo carneiro...
— Que não valiam decerto o seu franguinho de cabidela, excelentíssima senhora! — atalhou untuosamente o Negrão, junto do ombro agudo da Titi.
Execrei aquele padre! E, remexendo a água com açúcar, decidi em meu espírito que, mal eu começasse a governar ferreamente o Campo de Santana — não mais a cabidela da minha família escorregaria na goela aduladora daquele servo de Deus.
No entanto o bom Justino, repuxando o colarinho, sorria para mim, embevecido. E como passava eu as noites em Alexandria? Havia uma assembléia, onde espairecesse? Conhecia eu alguma família considerada, com quem tomasse uma chávena de chá?...
— Eu lhe digo, Justino... Conhecia. Mas, a falar verdade, tinha repugnância em freqüentar casas de turcos... Sempre é gente que não acredita senão em Mafona!... Olhe, sabe o que fazia à noite? Depois de jantar ia a uma igrejinha cá da nossa bela religião, sem estrangeirices, onde havia sempre um santíssimo de apetite... Fazia as minhas devoções; depois ia-me encontrar com o alemão, o meu amigo, o lente, numa grande praça que dizem lá os de Alexandria que é muito melhor que o Rossio... Maior e mais abrutada talvez seja. Mas não é esta lindeza do nosso Rossio, o ladrilhinho, as árvores, a estátua, o teatro... Enfim, para meu gosto, e para um regalinho de verão prefiro o Rossio... E lá o disse aos turcos!
E fica-lhe bem ter levantado assim as cousas portuguesas! observou o Doutor Margaride, contente e rufando na tabaqueira. Direi mais... É ato de patriota... Nem de outra maneira procediam os Gamas e os Albuquerques!
— Pois é verdade... Ia-me encontrar com o alemão; e então para espairecer um bocado, porque enfim uma distração sempre e necessária quando se anda a viajar, íamos tomar um café... Que lá isso, sim! Lá café fazem-no os turcos que é uma perfeição!
— Bom cafezinho, hem? — acudiu Padre Pinheiro, chegando a cadeira para mim com interesse sôfrego. — É forte, forte? Bom aroma?
Sim, Padre Pinheiro, de consolar! ... Pois tomávamos o nosso cafezinho; depois vínhamos para o hotel, e aí no quarto, com os santos evangelhos, punhamo-nos a estudar todos aqueles divinos lugares na Judéia onde tínhamos de ir rezar... E como o alemão era lente e sabia tudo, eu era instruir-me, instruir-me!... Até ele às vezes dizia: «Você, Raposo, com estas noitadas, vai daqui um chavão...» E lá isso, o que é de cousas santas e de Cristo, sei tudo... Pois senhores, assim passávamos à luz do candeeiro até às dez onze horas... Depois, chazinho, terço e cama.
— Sim senhor, noites muito bem gozadas, noites muito frutuosas! — declarou, sorrindo para a Titi, o estimável Doutor Margaride.
— Ai, isso fez-lhe muita virtude! — suspirava a horrenda senhora. — Foi como se subisse um bocadinho ao céu... Até o que ele diz cheira bem... Cheira a santo.
Читать дальшеИнтервал:
Закладка:
Похожие книги на «A Relíquia»
Представляем Вашему вниманию похожие книги на «A Relíquia» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.
Обсуждение, отзывы о книге «A Relíquia» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.