José Eça de Queirós - A Relíquia
Здесь есть возможность читать онлайн «José Eça de Queirós - A Relíquia» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: Классическая проза, на португальском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.
- Название:A Relíquia
- Автор:
- Жанр:
- Год:неизвестен
- ISBN:нет данных
- Рейтинг книги:4 / 5. Голосов: 1
-
Избранное:Добавить в избранное
- Отзывы:
-
Ваша оценка:
- 80
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
A Relíquia: краткое содержание, описание и аннотация
Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «A Relíquia»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.
A Relíquia — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком
Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «A Relíquia», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.
Интервал:
Закладка:
— Mas a coroa de espinhos, D. Raposo, essa não tornou a servir para mais nada!
Sim, para mais nada! A Igreja recebeu-a das mãos de um procônsul romano, e ela ficou isoladamente e para toda a eternidade na igreja, comemorando o grande ultraje. Em todo este vário universo, ela só encontra um lugar congênere na penumbra das capelas; o seu único préstimo é persuadir à contrição. Nenhum joalheiro jamais a imitou em ouro, cravejada de rubis, para ornar um penteado louro; ela é só instrumento de martírio; e com salpicos de sangue, sobre os caracóis frisados das imagens, inspira infinitamente as lágrimas... O mais astuto industrial, depois de a retorcer pensativamente nas mãos, restituí-la-ia aos altares como cousa inútil na vida, no comércio, na civilização; ela é só atributo da Paixão, recurso de tristes, enternecedora de fracos. Só ela, entre os acessórios da escritura, provoca sinceramente a oração. Quem, por mais adorabundo, se prostraria, a borbulhar de padre-nossos, diante de uma esponja caída numa tina, ou de uma cana à beira de um regato?... Mas para a coroa de espinhos, erguem-se sempre as mãos crentes; e a sensação da sua desumanidade passa ainda na melancolia dos misereres!
Que maior maravilha podia eu levar à Titi?...
— Sim, Topsius, meu catita... Os teus dizeres são de ouro puro... Mas a outra, a verdadeira, a que serviu teria sido tirada daqui, deste tronco? Hem, amiguinho?
O erudito Topsius desdobrou lentamente o seu lenço de quadrados; e declarou (contra a fútil tradição latina e contra o ignaríssimo Hasselquist) que a coroa de espinhos fora arranjada de uma silva, fina e flexível, que abunda nos vales de Jerusalém, com que se acende o lume, com que se eriçam as sebes, e que dá uma florzinha roxa, triste e sem cheiro... Eu murmurei, sucumbido:
— Que pena! A Titi fazia tanto gosto que fosse daqui, Topsius! A Titi é tão rica!...
Então este sagaz filósofo compreendeu que há razões de família como há razões de Estado, e foi sublime. Estendeu a mão por cima da árvore, cobrindo-a assim largamente com a garantia da sua ciência, e disse estas palavras memoráveis:
— D. Raposo, nós temos sido bons amigos... Pode pois afiançar à senhora sua tia, da parte de um homem que a Alemanha escuta em questões de crítica arqueológica, que o galho que lhe levar daqui, arranjado em coroa, foi...
— Foi? — berrei ansioso.
— Foi o mesmo que ensangüentou a fronte do Rabi Jeschoua Natzarieh, a quem os latinos chamam Jesus de Nazaré, e outros também chamam o Cristo!...
Falara o alto saber germânico! Puxei o meu navalhão sevilhano, decepei um dos galhos. E enquanto Topsius voltava a procurar pelas ervas úmidas a cidadela de Cipron e outras pedras de Herodes, eu recolhi às tendas, em triunfo, com a minha preciosidade. O prazenteiro Pote, sentado num selim, estava moendo café.
— Soberbo galho! — gritou ele. — Quer-se arranjadinho em coroa... Fica de uma devoção!
E logo, com a sua rara destreza de mãos, o jucundo homem entrelaçou o galho rude em forma de coroa santa. E tão parecida! Tão tocante!...
— Só lhe faltam as pinguinhas de sangue! — murmurava eu, enternecido. — Jesus! O que a Titi se vai babar!
Mas como levaríamos para Jerusalém, através dos cerros de Judá, aqueles incômodos espinhos — que, apenas armados na sua forma passional, pareciam já ávidos de rasgar carne inocente? Para o alegre Pote não havia dificuldades; tirou do fundo do seu provido alforje uma fofa nuvem de algodão em rama; envolveu nela delicadamente a coroa do agravo, como uma jóia frágil; depois, com uma folha de papel pardo e um nastro escarlate, fez um embrulho redondo, sólido, ligeiro e nítido... E eu, sorrindo, enrolando o cigarro, pensava nesse outro embrulho de rendas e laços de seda, cheirando a violeta e a amor, que ficara em Jerusalém, esperando por mim e pelo favor dos meus beijos.
— Pote, Pote! — gritei, radiante. — Nem tu sabes que grossa moeda me vai render esse galhinho, dentro desse pacotinho!
Apenas Topsius voltou da sacra fonte de Eliseu — eu ofereci, para celebrar o encontro providencial da grande relíquia, uma das garrafas de Champagne, que Pote trazia nos alforjes, encarapuçadas de ouro. Topsius bebeu «à ciência!» Eu bebi «à religião!» E largamente a espuma de Moed et Chandon regou a terra de Canaã.
À noite, para maior festividade, acendemos uma fogueira; e as mulheres árabes de Jericó vieram dançar diante das nossas tendas. Recolhemos tarde, quando por sobre Moabe, para os lados de Maqueros, a lua aparecia, fina e recurva, como esse alfanje de ouro que decepou a cabeça ardente de Iocanã.
O embrulho da coroa de espinhos estava à beira do meu catre. O lume apagara-se; o nosso acampamento dormia no infinito silêncio do Vale da Escritura... Tranqüilo, regalado, adormeci também.
Capítulo 3
Havia certamente duas horas que assim dormia, denso e estirado no catre, quando me pareceu que uma claridade trêmula, como a de uma tocha fumegante, penetrava na tenda, e através dela uma voz me chamava, lamentosa e dolente:
— Teodorico, Teodorico, ergue-te, e parte para Jerusalém!
Arrojei a manta, assustado; e vi o doutíssimo Topsius, que, à luz mortal de uma vela, bruxuleando sobre a mesa onde jaziam as garrafas de Champagne, afivelava no pé rapidamente uma velha espora de ferro. Era ele que me despertava, açodado, fervoroso:
— A pé, Teodorico, a pé! As éguas estão seladas! Amanhã é Páscoa! Ao alvorecer devemos chegar às portas de Jerusalém!
Arredando os cabelos, considerei com pasmo o sisudo, ponderado doutor:
— Oh Topsius! Pois nós partimos assim, bruscamente, sem os nossos alforjes, e deixando as tendas adormecidas, como quem foge espavorido?
O erudito homem alçou os seus óculos de ouro que resplandeciam com uma desusada, irresistível intelectualidade. Uma capa branca, que eu nunca lhe vira, envolvia-lhe a douta magreza em pregas graves e puras de toga latina; e lento, esguio, abrindo os braços, disse, com lábios que pareciam clássicos e de mármore:
— D. Raposo! Esta aurora que vai nascer, e em pouco tocar os cimos do Hébron, é a de 15 do mês de Nizam; e não houve em toda a história de Israel, desde que as tribos voltaram da Babilônia, nem haverá, até que Tito venha pôr o último cerco ao templo, um dia mais interessante! Eu preciso estar em Jerusalém para ver, viva e rumorejando, esta página do Evangelho! Vamos pois fazer a santa Páscoa à casa de Gamaliel, que é um amigo de Hilel, e um amigo meu, um conhecedor das letras gregas, patriota forte e membro do Sanedrim. Foi ele que disse: «para te livrares do tormento da dúvida, impõe-te uma autoridade». Portanto, a pé, D. Raposo!
Assim murmurou o meu amigo, ereto e lento. E eu, submissamente, como perante um mandamento celeste, comecei a enfiar em silêncio as minhas grossas botas de montar. Depois, apenas me agasalhei no albornoz, ele empurrou-me com impaciência para fora da tenda, sem mesmo me deixar recolher o relógio e a faca sevilhana, que todas as noites, cauteloso, eu guardava debaixo do travesseiro. A luz da vela esmorecia, fumarenta e vermelha...
Devia ser meia-noite. Dous cães ladravam ao longe, surdamente, como entre frondosos muros de quintas. O ar macio e ermo cheirava a rosas de vergel e à flor da laranjeira. O céu de Israel faiscava com desacostumado esplendor; e em cima do Monte Nebo, um belo astro mais branco, de uma refulgência divina, olhava para mim, palpitando ansiosamente, como se procurasse, cativo na sua mudez, dizer um segredo à minha alma!
As éguas esperavam, imóveis sob as longas crinas. Montei. E então, enquanto Topsius arranjava laboriosamente os loros, avistei, para os lados da fonte do Eliseu, uma forma maravilhosa que me arrepiou de terror transcendente.
Читать дальшеИнтервал:
Закладка:
Похожие книги на «A Relíquia»
Представляем Вашему вниманию похожие книги на «A Relíquia» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.
Обсуждение, отзывы о книге «A Relíquia» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.