Rafael Pires - A viagem de Óscar

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A viagem de Óscar: краткое содержание, описание и аннотация

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Na véspera de completar vinte e cinco anos, Óscar decide que aquele será o seu último dia na Terra. Planeia suicidar-se. Caetana pretende interromper um casamento de modo a vingar-se de um evento do seu passado. Quando os seus caminhos se cruzam, também os seus planos se interligam. A viagem em que embarcam, porém, não acabará no destino que desejam. Rafael Pires apresenta-nos o romance 'A viagem de Óscar' com sua escrita fluída e límpida e, não cedendo a sentimentalismos, explora temas profundos e familiares a cada um de nós: a insegurança, o desamor, o aborrecimento, a raiva, a incompreensão. Com diálogos repletos de humor entre jovens adultos que procuram o seu lugar no mundo e o seu propósito na vida, e recheado de referências a símbolos da nossa cultura e da sociedade moderna, este é um romance que nos arrebata, suave e tenso e, através dele, Rafael Pires acaba por roubar o nosso coração.

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— Pois — respondeu Óscar. — Realmente é estranho.

— Olha que não é assim tão estranho, não — disse a senhora, em jeito de lamento. — Sabes que antigamente era o senhor Herculano, Deus o tenha, que arranjava estas coisas. Era eletricista, portanto percebia do assunto, bem-haja. O homem que aqui vem é bom rapaz, mas não tem jeito... De dois em dois meses aí está ele, sempre, sempre apetrechado, sempre preocupado — agora gesticulava com as mãos miúdas, que, entretanto, já seguravam a chave de casa. — Portanto já se vê que o trabalho nunca é bem feito! É como eu sempre digo. Isto já nada é como antes.

— É verdade — disse Óscar, apenas por dizer. — Até logo, Dona Helena.

A vizinha ergueu uma mão, como que o enxotando, e respondeu, sem, no entanto, dar qualquer ideia da intenção de se mover:

— Vai, vai, Óscar, que eu vou aqui arrumar estas compras e ainda tenho de ir à feira!

Óscar desceu os últimos degraus a caminho da porta da rua quando os gritos recomeçaram no andar de cima. Ouviu-se o trinco da porta, a porta a arrastar e depois a bater com força. A miúda dos Antunes, de dez anos ou coisa parecida, apareceu em corrida pelas escadas abaixo, dois degraus de cada vez, e saiu. Nem a Dona Helena, que a chamou, nem o encontrão que dera em Óscar a abrandaram.

— Meu Jesus — Lamentava-se a Dona Helena, num tom, parecera a Óscar, genuíno. — Pobre Teresinha… O que é que eu lhe disse ainda agora? — Baixou a voz, como partilhasse um segredo: — No tempo do senhor Herculano, homens como aquele não viviam no prédio! Não senhora. Ai, que eu tenho uma pena… — Curvou-se para levantar os sacos das compras, mas a porta de casa continuava fechada. — Vai lá Óscar, vai lá à tua vida.

Óscar só por pouco não sorriu. Saiu da moradia e fez-se ao caminho. Era um lugar pequeno e desinteressante, aquele, feito de ruas calcetadas, jardins minúsculos e casas que eram, na sua maioria, moradias geminadas como a dele, que nunca ultrapassavam os dois ou três andares. Mais desinteressante parecia numa manhã de sábado como aquela, onde os poucos transeuntes que circulavam a zona “baixa” da vila eram atraídos pela feira da Vila da Barata, a freguesia vizinha. A zona baixa era assim chamada para se distinguir da zona das colinas, a zona rica das grandes vivendas e mansões. Óscar poucas vezes metera lá os pés, sendo até fácil esquecer-se de que as colinas ainda pertenciam à sua vila. Ficava-se pela zona baixa, pequena e desinteressante.

Um aspeto positivo da coisa era que Óscar poderia facilmente percorrer toda a vila a pé (à exceção da zona das colinas); não tinha carro, só uma velha bicicleta guardada na arrecadação há alguns anos. Outro aspeto positivo, e já eram dois, era que, apesar de não haver nada naquela vila e à volta dela, havia, pelo menos, uma loja de eletrónica que certamente venderia headphones novos. Era na sua direcção que caminhava.

Chegando ao centro, os rostos com que Óscar se cruzava assemelhavam-se aos habituais: O Fernando e o Germano, dois irmãos velhos, um baixo e um alto, mas ambos de porte, sentados no banco a debitar sobre como o governo lhes roubava a reforma; a Odete que se entretinha a alimentar os pombos, a corcunda das costas cada vez mais curva; o velho Arnaldo Vaz, que sofria de Alzheimer e dizia a todos para irem trabalhar.

Cruzou-se também, e pela segunda vez naquele dia, com a Teresa, a filha dos Antunes. Da moradia de Óscar, tinha fugido para dentro de um pequeno parque e enfiara-se num baloiço, dobrada sobre si mesma, com o rosto enfiado entre os joelhos, vendo-se apenas a sua trança ruiva e desajeitada a correr-lhe sobre as costas magras.

Óscar passou bem perto do parque, por isso notou como ela apertava os braços em volta dos joelhos, tremendo como se estivesse a chorar. Pensou que aquilo devia ser fodido, um pensamento curto. Depois pôs as mãos nos bolsos do casaco amarelo, perguntou a si mesmo por que razão as pessoas existiam e seguiu caminho.

O horário da loja de eletrónica aos sábados era das nove à uma da tarde. Lá dentro, foi rápido a encontrar o corredor dos headphones. Perdeu apenas um pouco de tempo a ler as informações descritas em algumas das embalagens e, passado exatamente três minutos, dirigia-se para a caixa. A sua tarefa estava terminada e ainda nem sequer eram dez horas da manhã.

Pensou num sítio tranquilo para os experimentar e optou pela velha ponte, um antigo caminho de cabras, sobre o rio, de leito estreito, que deitava a perder de vista na periferia ocidental da vila.

Parou na ponte, bem no centro, os olhos postos na água que corria abaixo. Ligou o mp3, daquela vez com os headphones novos, e sorriu quando percebeu que funcionavam na perfeição—sorriso curto, rápido a desaparecer.

O seu súbito entusiasmo esmagado por uma vontade imensa de chorar, Óscar conteve-se. Decidiu regressar a casa e aguardar o dia de amanhã. Tinha vindo a antecipar o dia do seu vigésimo quinto aniversário há algum tempo e a ansiedade crescia dentro dele. No domingo de amanhã, Óscar planeava…

— Está tudo bem?

Óscar quase deixou cair o mp3 à água com a voz grave que o interpelava. Voltou-se para trás, surpreendido pela aparição súbita de dois olhos verdes, que o observavam. A rapariga tinha cabelos negros, curtos e o rosto era moreno. Vestia um macacão azul, reparou Óscar quando se recompôs. A sua intenção foi responder-lhe o “sim” que se esperava daquela questão tão banal, mas, não soube bem porquê, em vez disso, limitou-se a terminar o pensamento que estava a ter, só que, daquela vez, em voz alta:

— Amanhã vou matar-me.

CAPÍTULO 2

Óscar não lhe deu tempo para responder. Estava envergonhado por ter revelado o seu segredo tão despropositadamente, por isso virou as costas e pôs-se a andar. Quis ir para casa e enfiar-se debaixo dos lençóis, idealmente até da cama, se isso fosse fisicamente possível. Mas o estômago já roncava e conseguiu parar para pensar duas vezes; se se fechasse em casa agora ficaria preso e a congeminar naquele momento durante horas. O estômago voltou a fazer barulho. Ainda não tinha tomado o pequeno almoço.

Sabia bem onde queria ir comer; ao seu lugar de eleição, que era, muito provavelmente, também um dos piores. Compensando a falta de bolos dourados e estaladiços, croissants acetinados ou tostas de queijo a derreter por fora, a loja de conveniência na Rua da Pega tinha fiáveis pacotes de bolachas com validade para cima dos cinco anos, e Óscar tinha aquela tendência que muitos têm de gostar de saber ao que ia. Na loja de conveniência da Rua da Pega ele sabia bem ao que ia.

Na rádio passava a Rolling in the Deep da Adele.

Óscar foi direto ao corredor das bolachas, tirou um pacote da prateleira e avançou para a caixa. O tipo magro atrás do balcão deitou-lhe um olhar suspeito, mas familiar. Era bastante alto, pálido como leite com lactose a mais, e vestia o colete preto da casa sobre uma camisa.

— Se eu soubesse que vinhas tão cedo tinha ficado na cama mais tempo — disse-lhe o Mário. — Esqueceste-te que estás de folga hoje?

Óscar tirou a carteira do bolso para pagar.

— Não me esqueci, mas já tive de sair — respondeu, apontando para os headphones novos que tinha à volta do pescoço. — Os meus estragaram-se.

Mário bocejou.

— Está bem, está bem. Ficas por aí?

— Pois. À tarde temos aquilo, não é?

Mário cruzou os braços.

— Uma perda de tempo, se me perguntares. Mas enfim, sempre é algo para fazer. Não prevejo um dia muito produtivo por aqui. — O seu suspiro foi de tédio. — Conheces aquele filme, o Clerks? Fazem parecer isto bem mais divertido, não é? Os nossos clientes nem são engraçados… Os poucos que temos.

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