Victor Hugo - Os Miseráveis

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Os Miseráveis é um romance de Victor Hugo publicado em 1862 que deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. Neste romance emblemático da literatura francesa que descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, o autor se concentra mais particularmente no destino do condenado Jean Valjean.
O romance expõe a filosofia política de Hugo, retratando a desigualdade social e a miséria decorrente, e, por outro lado, o empreendedorismo e o trabalho desempenhando uma função benéfica para o indivíduo e para a sociedade. Retrata também o conflito na relação com o Estado, seja pela ação arbitrária do policial ou pela atitude do revolucionário obcecado pela justiça.

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— Eu bem dizia que tudo se havia de arranjar! — exclamou o bispo. Em seguida acrescentou, sorrindo: — A quem se contentava com a sobrepeliz de um simples cura, envia Deus um manto de arcebispo!

— Deus... ou o diabo! — murmurou o pároco, abanando a cabeça com um sorriso de incredulidade.

O bispo fitou atentamente o pároco e replicou em tom austero:

— Foi Deus.

Quando voltou a Chastelar, de todos os lados, vinha gente à beira da estrada para o ver passar. Chegado à residência paroquial de Chastelar, encontrou a irmã e Magloire que o esperavam ali e, apenas as viu, exclamou:

— Então, eu não tinha razão? Vai um pobre sacerdote visitar os infelizes montanheses com as mãos vazias e volta de lá com elas cheias! Quando fui, levava apenas a minha confiança em Deus, e agora volto trazendo o tesouro de uma catedral!

À noite, antes de se deitar, disse ainda:

— Não tenhamos receio de ladrões e de assassinos. São muito pequenos os perigos exteriores. Devemos ter receio é de nós próprios! Os preconceitos e os vícios é que são os verdadeiros ladrões e os verdadeiros assassinos! Os maiores perigos são os que se acham dentro de nós mesmos. Que importa que a nossa cabeça ou a nossa bolsa esteja ameaçada? Não devemos temer senão o que nos ameaça a alma! — Depois, voltando-se para a irmã, acrescentou: — Minha irmã, o sacerdote não deve precaver-se contra o próximo. Aquilo que ele pratica é permitido por Deus. Limitemo-nos a implorar a bondade divina, quando nos julguemos ameaçados por qualquer perigo. Imploremo-la, não por nós, mas para que os nossos irmãos não caiam em tentação por nossa causa.

Todavia, os acontecimentos fora do comum, eram raros na sua existência. O modo de viver do bispo era quase sempre idêntico, passava a vida a fazer sempre as mesmas coisas nas mesmas ocasiões, de modo que um mês do seu ano assemelhava-se a uma hora do seu dia.

Quanto ao destino que levou o tesouro da catedral de Embrun, embaraçados nos veríamos se alguém nos perguntasse o que foi feito dele. Eram, na verdade, coisas muito ricas e tentadoras para não serem furtadas em proveito dos desvalidos. E demais, furtadas já elas tinham sido. Metade da aventura estava passada; o que faltava era mudar apenas a direção do furto, fazendo-lhe dar mais uns passos para o lado dos pobres. Não afirmaremos, pois, coisa alguma a tal respeito. O que sabemos ao certo é que entre os papéis do bispo apareceu uma nota de certo modo obscura, que alude talvez a este assunto, e concebida nos seguintes termos: O ponto consiste em saber se isto deve voltar para a catedral, ou ir para o hospital.

VIII—Filosofia de sobremesa

O senador de que atrás falámos, era um homem entendido, que percorrera sempre o seu caminho com retidão pouco atenta a todos os encontros que lhe servem de obstáculo e a que se chama consciência, fé, justiça e dever; superior a semelhantes preconceitos, caminhara sempre direito ao seu fim, sem uma só vez se desviar da linha do seu adiantamento e interesses. Era um antigo procurador, não pervertido pela prosperidade nem dotado de mau coração, prestando com facilidade os serviços que podia em favor dos filhos, genros, parentes e até amigos; aproveitara sempre os ensejos da fortuna e o que a vida tem de melhor, sem se importar com mais nada, porque o contrário, no seu entender, era asneira. Espirituoso e instruído suficientemente para se julgar discípulo de Epicuro, não passando talvez de um produto de Pigault-Lebrun, ria-se com a maior satisfação e vontade das coisas infinitas e eternas e dos desvarios do bom bispo, chegando, por vezes, a fazê-lo com a mais prazenteira autoridade, na presença do próprio prelado.

Um dia, por ocasião de uma cerimónia semioficial, encontraram-se a jantar em casa do prefeito, Carlos Myriel e o conde de... (o senador). À sobremesa, o senador, um tanto prazenteiro, sem contudo perder a dignidade, exclamou:

— Senhor bispo, se não se importa, conversemos um bocado. Um senador e um bispo raramente conseguem fitar-se sem piscar os olhos. Nós somos dois agoureiros. Vou fazer-lhe uma revelação. Tenho um sistema filosófico propriamente meu.

— Faz muito bem — respondeu o bispo. — Conforme é a filosofia que professamos, assim é a cama que preparamos para nós próprios. A de V. Ex.ª deve ser de púrpura, senhor senador.

Este, mais animado, continuou:

— Sejamos bons rapazes!

— Pobres diabos, mesmo! — disse o bispo.

— Declaro-lhe — prosseguiu o senador — que o marquês de Argens, Pyrrhon, Hobbes e Naigeon, não são nenhuns parvos ridículos. Tenho na minha biblioteca todos os meus filósofos, magnificamente encadernados.

— Como V. Ex.ª, senhor conde — interrompeu o bispo.

O senador prosseguiu:

— Odeio Diderot! É um ideólogo, um declamador revolucionário, mas no íntimo mais crente em Deus e mais religioso do que Voltaire. Este escarnecia de Needham e não tinha razão, porque as enguias de Needham provam que Deus é inútil. Uma gota de vinagre numa colher de farinha amassada vale pelo fiat lux. Imaginem uma gota maior e uma colher de mais avantajadas dimensões e aí têm o mundo! O homem é a enguia! Neste caso, de que serve o Padre Eterno? Senhor bispo, não posso levar à paciência a hipótese Jeová. Só serve para emagrecer os que pensam demais. Abaixo, pois, esse grande Todo que me incomoda! Viva Zero, que me deixa tranquilo! Aqui entre nós, para não ficar nada por dizer e confessar-me ao meu pastor, como devo: declaro-lhe que, por ora, tenho a cabeça no devido lugar, e não me sinto apaixonado pelo seu Jesus que prega por todos os cantos a renúncia e o sacrifício. Conselho de um avarento dado a mendigos. Renúncia, porquê? Sacrifício, a quem? Não é crível que um lobo se imole por outro lobo. Conservemo-nos como a natureza nos fez. Estamos no cume, seja também superior a nossa filosofia. De que serve estar no cimo, se a gente não vê um palmo adiante do nariz? Vivamos alegremente, porque na vida se cifra tudo! No outro futuro que dizem que o homem tem cá por cima, lá por baixo, em qualquer parte, isso escusam de pregar, porque não creio numa só palavra. Como me recomendam o sacrifício e a renúncia, devo meditar sobre todas as minhas ações e quebrar a cabeça para distinguir o bem do mal, o justo do injusto, e o lícito do ilícito Porquê? Porque terei de dar contas das minhas ações? Quando? Depois da minha morte. Que bonito sonho! Depois de eu morrer hão de pegar-me nas botas! Falemos franco, nós que somos iniciados e que erguemos a túnica de Isis. Não há bem nem mal, há apenas vegetação. Procuremos a realidade, cavemos até ao fundo, que diabo! É necessário encontrar a verdade, cavemos até encontrá-la e tenhamos a certeza de que ela nos dará os mais requintados prazeres e que fará com que nos riamos do resto. Bem vê que sou quadrado na base. Senhor bispo, a imortalidade da alma não passa de um mito, uma promessa encantadora e mais nada! Que felicidade ser filho de Adão! Ser alma, ser anjo, ver-se a gente com asas azuis nas omoplatas, que deslumbrante perspetiva! Vamos, senhor bispo, ajude-me a memória, não foi Tertuliano quem disse que os bem-aventurados andarão de astro em astro? Ora aí tem! Seremos os gafanhotos das estrelas e ainda por cima gozaremos da presença de Deus. Que patarata é toda esta coleção de paraísos! Deus não passa de uma frioleira monstruosa! Por certo que eu não ia agora pôr-me a dizer isto nas colunas do Monitor, mas aqui entre amigos inter pocula posso dizê-lo. Sacrificar a terra pelo paraíso é largar a presa pela sombra! É extremamente estúpido ser logrado pelo infinito. O que sou eu senão uma porção do nada? Existia porventura antes de nascer? Não. Continuarei a existir depois de morto? Não. O que sou então? Um pouco de pó agregado por um organismo. Que devo fazer na terra? Posso escolher: sofrer ou gozar. Aonde me conduzirá o sofrimento? Ao nada. Mas terei sofrido. Aonde me levará o gozo? Ao nada. Mas terei gozado. Assim, pois, a minha escolha está feita. É indispensável dominar ou ser dominado. Prefiro dominar! É preferível ser martelo a ser bigorna. É esta a minha teoria. No fim de tudo isto está o coveiro, que é para nós o Pantheon e está tudo arrumado. Finis. Liquidação total. Some-se tudo para nunca mais aparecer. Creia-me, a morte é a morte e, por mais que me digam, não posso deixar de rir quando penso nela. É uma invenção de amas de crianças; para estas é o papão, para os homens é Jeová! Além do túmulo, há a igualdade do nada. Sardanapalo ou Vicente de Paula, quem quer que tenhais sido, o mesmo nada vos caberá em sorte. Aqui está a verdade! Portanto, vivamos, dê por onde der. Façamos uso do nosso eu , enquanto o possuímos. Repito-lhe, senhor bispo, tenho a minha filosofia e os meus filósofos e não me deixo engrinaldar com patranhas. Todavia, alguma coisa hão de ter os que rastejam na lama, os pés-descalços, os miseráveis. Dão-se-lhe a engolir as lendas, as quimeras, a alma, a imortalidade, o paraíso, as estrelas. E eles lá vão mastigando tudo. Quem não tem nada, tem Deus. Pouco é, mas valha-nos isso. Da minha parte não lhe ponho obstáculos, mas guardo Naigeon para mim. Quanto a Deus, deixo-o ao povo.

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