Carlos Drummond de Andrade - Multitudinous Heart

Здесь есть возможность читать онлайн «Carlos Drummond de Andrade - Multitudinous Heart» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Год выпуска: 2015, Издательство: Farrar, Straus and Giroux, Жанр: Поэзия, на английском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

Multitudinous Heart: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Multitudinous Heart»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

The most indispensable poems of Brazil's greatest poet.
Brazil, according to no less an observer than Elizabeth Bishop, is a place where poets hold a place of honor. "Among men, the name of ‘poet' is sometimes used as a compliment or term of affection, even if the person referred to is. . not a poet at all. One of the most famous twentieth-century poets, Manuel Bandeira, was presented with a permanent parking space in front of his apartment house in Rio de Janeiro, with an enamelled sign POETA — although he never owned a car and didn't know how to drive." In a culture like this, it is difficult to underestimate the importance of the nation's greatest poet, Carlos Drummond de Andrade.
Drummond, the most emblematic Brazilian poet, was a master of transforming the ordinary world, through language, into the sublime. His poems — musical protests, twisted hymns, dissonant celebrations of imperfection — are transcriptions of life itself recorded by a magnanimous outcast. As he put it in his "Seven-Sided Poem": "When I was born, one of those twisted / angels who live in the shadows said: / ‘Carlos, get ready to be a misfit in life!'. . World so wide, world so large, / my heart's even larger."
Multitudinous Heart, the most generous selection of Drummond's poems available in English, gathers work from the various phases of this restless, brilliant modernist. Richard Zenith's selection and translation brings us a more vivid and surprising poet than we knew.

Multitudinous Heart — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Multitudinous Heart», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

strangely lengthy.

What bolted yesterday

like a fired-up steed

freezes into a marble

sphinx today,

and even sleep,

which was sweet and absurd,

now sleeps while awake

on a somber plain.

The only swift thing

is the fleeting dream

of sending loving news

when there’s no love

to give or receive,

when there’s just memory,

or still less, dust,

or less yet, nothing,

nothing of nothing

in everything,

and more nothing in me,

and it’s no use waking up

whoever’s resting

on the treeless hill.

But this is a letter.

A MESA

E não gostavas de festa …

Ó velho, que festa grande

hoje te faria a gente.

E teus filhos que não bebem

e o que gosta de beber,

em torno da mesa larga,

largavam as tristes dietas,

esqueciam seus fricotes,

e tudo era farra honesta

acabando em confidência.

Ai, velho, ouvirias coisas

de arrepiar teus noventa.

E daí, não te assustávamos,

porque, com riso na boca,

e a nédia galinha, o vinho

português de boa pinta,

e mais o que alguém faria

de mil coisas naturais

e fartamente poria

em mil terrinas da China,

já logo te insinuávamos

que era tudo brincadeira.

Pois sim. Teu olho cansado,

mas afeito a ler no campo

uma lonjura de léguas,

e na lonjura uma rês

perdida no azul azul,

entrava-nos alma adentro

e via essa lama podre

e com pesar nos fitava

e com ira amaldiçoava

e com doçura perdoava

(perdoar é rito de pais,

quando não seja de amantes).

E, pois, todo nos perdoando,

por dentro te regalavas

de ter filhos assim … Puxa,

grandessíssimos safados,

me saíram bem melhor

que as encomendas. De resto,

filho de peixe … Calavas,

com agudo sobrecenho

interrogavas em ti

uma lembrança saudosa

e não de todo remota

e rindo por dentro e vendo

que lançaras uma ponte

dos passos loucos do avô

à incontinência dos netos,

sabendo que toda carne

aspira à degradação,

mas numa via de fogo

e sob um arco sexual,

tossias. Hem, hem, meninos,

não sejam bobos. Meninos?

Uns marmanjos cinquentões,

calvos, vividos, usados,

mas resguardando no peito

essa alvura de garoto,

essa fuga para o mato,

essa gula defendida

e o desejo muito simples

de pedir à mãe que cosa,

mais do que nossa camisa,

nossa alma frouxa, rasgada …

Ai, grande jantar mineiro

que seria esse … Comíamos,

e comer abria fome,

e comida era pretexto.

E nem mesmo precisávamos

ter apetite, que as coisas

deixavam-se espostejar,

e amanhã é que eram elas.

Nunca desdenhe o tutu.

Vá lá mais um torresminho.

E quanto ao peru? Farofa

há de ser acompanhada

de uma boa cachacinha,

não desfazendo em cerveja,

essa grande camarada.

Ind’outro dia … Comer

guarda tamanha importância

que só o prato revele

o melhor, o mais humano

dos seres em sua treva?

Beber é pois tão sagrado

que só bebido meu mano

me desata seu queixume,

abrindo-me sua palma?

Sorver, papar: que comida

mais cheirosa, mais profunda

no seu tronco luso-árabe,

e que bebida mais santa

que a todos nos une em um

tal centímano glutão,

parlapatão e bonzão!

E nem falta a irmã que foi

mais cedo que os outros e era

rosa de nome e nascera

em dia tal como o de hoje

para enfeitar tua data.

Seu nome sabe a camélia,

e sendo uma rosa-amélia,

flor muito mais delicada

que qualquer das rosas-rosa,

viveu bem mais do que o nome,

porém no íntimo claustrava

a rosa esparsa. A teu lado,

vê: recobrou-se-lhe o viço.

Aqui sentou-se o mais velho.

Tipo do manso, do sonso,

não servia para padre,

amava casos bandalhos;

depois o tempo fez dele

o que faz de qualquer um;

e à medida que envelhece,

vai estranhamente sendo

retrato teu sem ser tu,

de sorte que se o diviso

de repente, sem anúncio,

és tu que me reapareces

noutro velho de sessenta.

Este outro aqui é doutor,

o bacharel da família,

mas suas letras mais doutas

são as escritas no sangue,

ou sobre a casca das árvores.

Sabe o nome da florzinha

e não esquece o da fruta

mais rara que se prepara

num casamento genético.

Mora nele a nostalgia,

citadino, do ar agreste,

e, camponês, do letrado.

Então vira patriarca.

Mais adiante vês aquele

que de ti herdou a dura

vontade, o duro estoicismo.

Mas, não quis te repetir.

Achou não valer a pena

reproduzir sobre a terra

o que a terra engolirá.

Amou. E ama. E amará.

Só não quer que seu amor

seja uma prisão de dois,

um contrato, entre bocejos

e quatro pés de chinelo.

Feroz a um breve contato,

à segunda vista, seco,

à terceira vista, lhano,

dir-se-ia que ele tem medo

de ser, fatalmente, humano.

Dir-se-ia que ele tem raiva,

mas que mel transcende a raiva,

e que sábios, ardilosos

recursos de se enganar

quanto a si mesmo: exercita

uma força que não sabe

chamar-se, apenas, bondade.

Esta calou-se. Não quis

manter com palavras novas

o colóquio subterrâneo

que num sussurro percorre

a gente mais desatada.

Calou-se, não te aborreças.

Se tanto assim a querias,

algo nela ainda te quer,

à maneira atravessada

que é própria de nosso jeito.

(Não ser feliz tudo explica.)

Bem sei como são penosos

esses lances de família,

e discutir neste instante

seria matar a festa,

matando-te — não se morre

uma só vez, nem de vez.

Restam sempre muitas vidas

para serem consumidas

na razão dos desencontros

de nosso sangue nos corpos

por onde vai dividido.

Ficam sempre muitas mortes

para serem longamente

reencarnadas noutro morto.

Mas estamos todos vivos.

E mais que vivos, alegres.

Estamos todos como éramos

antes de ser, e ninguém

dirá que ficou faltando

algum dos teus. Por exemplo:

ali ao canto da mesa,

não por humilde, talvez

por ser o rei dos vaidosos

e se pelar por incômodas

posições de tipo gauche,

ali me vês tu. Que tal?

Fica tranquilo: trabalho.

Afinal, a boa vida

ficou apenas: a vida

(e nem era assim tão boa

e nem se fez muito má).

Pois ele sou eu. Repara:

tenho todos os defeitos

que não farejei em ti,

e nem os tenho que tinhas,

quanto mais as qualidades.

Não importa: sou teu filho

com ser uma negativa

maneira de te afirmar.

Lá que brigamos, brigamos,

opa! que não foi brinquedo,

mas os caminhos do amor,

só amor sabe trilhá-los.

Tão ralo prazer te dei,

nenhum, talvez … ou senão,

esperança de prazer,

é, pode ser que te desse

a neutra satisfação

de alguém sentir que seu filho,

de tão inútil, seria

sequer um sujeito ruim.

Não sou um sujeito ruim.

Descansa, se o suspeitavas,

mas não sou lá essas coisas.

Alguns afetos recortam

o meu coração chateado.

Se me chateio? demais.

Esse é meu mal. Não herdei

de ti essa balda. Bem,

não me olhes tão longo tempo,

que há muitos a ver ainda.

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «Multitudinous Heart»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Multitudinous Heart» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Отзывы о книге «Multitudinous Heart»

Обсуждение, отзывы о книге «Multitudinous Heart» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x