“Pai, tenho ligado para você, tipo… sempre”, Girly disse enquanto o olhava entre brecha da porta semiaberta.
“Estou nu aqui”, disse Ray. "Um homem não pode mais ter privacidade?" Felizmente, as bolhas cobriram suas partes íntimas.
“Que bruto! Você é meu pai. Eu nunca olharia para o seu corpo dessa forma. Além disso, eu já te vi nu muitas vezes todos esses para ser afetada agora", ela respondeu gesticulando com sua mão.
“O que você quer, garota?" Ray colocou a garrafa de cerveja vazia no piso e fez sinal para que ela lhe passasse outra.
“Dan está vindo me pegar e nós vamos na GG. Você quer vir?”
“Quem?" Ray perguntou, fingindo que não conseguia se lembrar do cara com quem sua filha passava todas as horas. O fato de Dan não estar aqui agora era a única prova de que Ray tinha de que eles não eram gêmeos siameses.
“Dan… Você sabe… O cara do clube na outra semana. Aquele que se ofereceu para ser gay por você, lembra? Fomos jantar na casa deles e eles vieram aqui.”
Ray fingiu estar confuso até que ela revirou os olhos quando percebeu o que ele estava fazendo.
“Você é um idiota. Então você quer vir ou não?”
“E o que isso quer dizer?"
“Isso significa que GG está certa. Você é gay. Sempre soube que você era, e todos os nossos amigos também. Você parece esquecer que todos nós temos olhos. Às vezes, quando você pensa que ninguém está prestando atenção em você, você fica de olho em outros homens. Você assistia muito ao irmão de Dan, não só no clube quando estávamos lá, mas também quando jantávamos com eles. Eu realmente nunca vi você agir assim antes, nem mesmo com B. Você não acha que é hora de ser verdadeiro consigo mesmo e, pela primeira vez, viver sua vida para te fazer feliz e não para agradar a os outros?”
“Não seja ridícula. Eu não preciso ter alguém na minha vida para ser feliz.” Ray sabia que estava mentindo, mas não conseguiu evitar. “Além disso, eu tenho você. O que mais eu poderia precisar?”
“Mas você não pode dormir comigo, pai. Você não pode ter conforto no meu corpo. Isso é o que GG deseja para você. Isso é o que todos nós queremos para você. Deve existir alguém lá fora para você. Você não deveria estar sozinho. Você sempre esteve lá e sempre me cuidou quando eu estava crescendo. Agora é sua vez de ser cuidado. Você precisa de alguém que possa te amar de maneira totalmente diferente que a sua família.”
“Então, talvez eu devesse ter aceitado a oferta de Dan", afirmou Ray. Ele odiava quando eles discutiam. Ele sempre dizia coisas que não queria dizer, e uma vez que estavam expostas, ele não podia retirá-las.
“Talvez não devesse”, Girly parou com a conversa quando a campainha tocou. “Por que eu sempre tenho que resolver seus problemas?”, ela acrescentou enquanto se levantava e saía do banheiro.
“Fique fora da minha vida amorosa, Girly. Quero resolver as coisas sozinho. Não preciso de você ou de ninguém me dizendo como viver minha vida”, disse Ray.
Antes que ela batesse na porta, Ray pensou ter ouvido ela dizer ‘Tá certo’
Ele ficou frustado, e lutou voltando a olhar para a parede. Ele não queria pensar sobre o que Girly havia dito a ele. Mas certamente pensaria. Ele sempre pensou.
Ray riu de como tudo o que eles discutiram parecia ridículo. Ele olhou para si mesmo na água e gemeu com a forma como seu corpo reagiu apenas à memória de Viv. Ele sentiu o calor subindo dentro dele enquanto se lembrava da cor verde exata dos belos olhos de Viv. Ele se lembrou da curva dos lábios de Viv quando ele sorriu sobre algo que eles haviam conversado ou feito. O coração de Ray disparou quando ele se lembrou do toque das mãos de Viv quando eles se despediram.
Merda, agora tudo o que ele queria saber era como a boca de Viv seria em contato com a dele. Seria grossa ou macia e quente? Ray agarrou a lateral da banheira com uma das mãos enquanto acariciava seu pau rígido e dolorido com a outra. O pressionava firmemente, enquanto seu polegar pressionava contra a ponta toda molhada, seu saco crescendo e enviando vibrações na base de sua espinha, como uma vendaval. Ray estremeceu de prazer em seu orgasmo. Essa foi uma maneira infernal de parar de beber cerveja no banho e ficar olhando para a parede.
Levantando-se ainda tremendo, Ray esvaziou a banheira e entrou no chuveiro. Seu corpo ainda tremia do que ele havia feito momentos antes. Ele olhou para a palma da mão e perguntou como seria ter as mãos de outra pessoa em seu corpo. Seus encontros sexuais com outros homens foram poucos e distantes entre si, e mantidos longe dos olhares indiscretos de sua família ou de qualquer outra pessoa que o conhecesse. Com sua paranóia de ser descoberto, Ray nunca deu às pessoas seu nome verdadeiro. Todo mundo só o conhecia como Alex, a abreviação de seu nome do meio, Alexander.
Ele ficou com raiva dele mesmo novamente. Por que ele sempre tinha que ouvir e então pensar sobre o que Girly dissesse a ele? Droga de garota estúpida e porcaria de ideias estúpidas. Por que ela tinha que fazê-lo pensar que estaria tudo bem para ele confessar e sair do armário?
***
Mais tarde, naquele mesmo dia, Ray estava na cozinha preparando algo para comer e ouvindo o CD Changes de David Bowie quando Beth e Jasper entraram. Eles se sentaram à mesa e esperaram que ele se juntasse a eles. Eles tinham um bolsa de comida para viagem, então ele não se ofereceu para fazer um sanduíche para eles. Ele enxugou as lágrimas quando se virou para encará-los e viu seus olhares de simpatia. Suas lágrimas não duraram muito.
“Então, encontramos Girly e Daniel quando estávamos na loja para almoçar. Ela nos contou sobre sua conversinha no banheiro. Quando eles saíram, viemos direto para cá, caso você precisasse de alguém para conversar”, disse Jasper.
Ray olhou para eles com agressividade. “Olha, se você está aqui para discutir sobre a minha sexualidade, então mantenha sua boca fechada. Eu não quero ouvir isso.” Ele tomou outro gole de cerveja, decidindo se deveria ignorar a presença de seus amigos, então naõ se conformou em ter dado a eles a chave de sua casa em primeiro lugar. Olhando para Beth e vendo a determinação em seu rosto, Ray sabia que ela continuaria de onde Girly havia parado.
Ele não precisava disso agora, não quando tudo ainda era uma enorme confusão em sua própria cabeça.
Beth esticou o braço sobre a mesa e deu um tapinha na mão dele. “Não importa para nós se você é gay. Já faz muito tempo que sabemos que você é.”
“Sabe o que exatamente? Pelo amor de Deus. Quero saber por que todo mundo pensa que sou gay. E se eu sou, por que eles pensam que é da porra da conta deles, e por que todos eles têm o direito de dirigir a porra da minha vida?” Ray falou alto. Segredos que ele guardou por tanto tempo começaram a ser revelados.
Jasper começou a rir de uma forma estranha. Ray sabia que seu amigo estava tentando diminuir o calor do momento.
“Se você não queria que ninguém soubesse, talvez você não devesse beber”, Jasper afirmou. "E talvez você não devesse estar em qualquer lugar perto de Viv."
"Do que você está falando?" Ray gritou. Não havia como eles o terem visto com outro cara. Isso era impossível. E que diabos foi o comentário sobre Viv?
"Homens bêbados não contam mentiras", acrescentou Beth enquanto o observava.
"O que?" Ray balançou a cabeça quando o medo tomou conta dele. Ele sentiu que ela lhe contaria algo de que ele deveria se lembrar.
“Ray, nós amamos você. Você sabe disso, não é? Você é como meu melhor amigo e um irmão. Você é minha família. Bem, a única família que me interessa”, Jasper disse, tocando no braço de Ray.
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