Luís Camões - Obras Completas de Luis de Camões, Tomo III

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Obras Completas de Luis de Camões, Tomo III: краткое содержание, описание и аннотация

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– oOo —
MOTE ALHEIO

Campos bem-aventurados,
Tornae-vos agora tristes;
Que os dias, em que me vistes,
Alegres ja são passados.

Glosa

Campos cheios de prazer,
Vós qu'estais reverdecendo,
Ja m'alegrei com vos ver;
Agora venho a temer
Qu'entristeçais em me vendo.
E pois a vista alegrais
Dos olhos desesperados,
Não quero que me vejais,
Para que sempre sejais,
Campos, bem-aventurados.

Porém se por accidente
Vos pezar de meu tormento,
Sabereis que Amor consente
Que tudo me descontente,
Senão descontentamento.
Por isso vós, arvoredos,
Que ja nos meus olhos vistes
Mais alegria, que medos,
Se mos quereis fazer ledos,
Tornae-vos agora tristes.

Ja me vistes ledo ser,
Mas despois que o falso Amor
Tão triste me fez viver,
Ledos folgo de vos ver,
Porque me dobreis a dor.
E se este gôsto sobejo
De minha dor me sentistes,
Julgae quanto mais desejo
As horas que vos não vejo,
Que os dias em que me vistes.

O tempo, qu'he desigual,
De seccos, verdes vos tem;
Porqu'em vosso natural
Se muda o mal para o bem,
Mas o meu para mor mal.
Se perguntais, verdes prados,
Pelos tempos differentes
Que de Amor me forão dados,
Tristes, aqui são presentes,
Alegres, ja são passados.

– oOo —
MOTE ALHEIO

Trabalhos descansarião
Se para vós trabalhasse;
Tempos tristes passarião,
Se algum'hora vos lembrasse.

Glosa

Nunca o prazer se conhece,
Senão despois da tormenta:
Tão pouco o bem permanece,
Que se o descanso florece,
Logo o trabalho arrebenta.
Sempre os bens se lograrião,
Mas os males tudo atalhão;
Porém ja que assi porfião,
Onde descansos trabalhão,
Trabalhos descansarião.

Qualquer trabalho me fôra
Por vós grão contentamento:
Nada sentira, Senhora,
Se víra disto algum'hora
Em vós hum conhecimento.
Por mal que o mal me tratasse,
Tudo por bem tomaria;
Postoque o corpo cansasse,
A alma descansaria,
Se para vós trabalhasse.

Quem vossas cruezas ja
Soffreo, a tudo se poz;
Costumado ficará;
E muito melhor será,
Se trabalhar para vós.
Tristezas esquecerião,
Postoque mal me tratárão;
Annos não me lembrarião,
Que como est'outros passarão,
Tempos tristes passarião.

Se fosse galardoado
Este trabalho tão duro,
Não vivêra magoado.
Mas não o foi o passado,
Como o será o futuro?
De cansar não cansaria,
Se quizereis, que cansasse;
Cavar, morrer, fa-lo-hia;
Tudo, emfim, esqueceria,
Se algum'hora vos lembrasse.

– oOo —
MOTE ALHEIO

Triste vida se me ordena,
Pois quer vossa condição
Que os males, que dais por pena,
Me fiquem por galardão.

Glosa

Despois de sempre soffrer,
Senhora, vossas cruezas,
A pezar de meu querer,
Me quereis satisfazer
Meus serviços com tristezas.
Mas, pois em balde resiste
Quem vossa vista condena,
Prestes estou para a pena;
Que de galardão tão triste
Triste vida se me ordena.

De contente do mal meu
A tão grande extremo vim,
Que consinto em minha fim:
Assi que vós e mais eu,
Ambos somos contra mim.
Mas que soffra meu tormento,
Sem querer mais galardão,
Não he fóra de razão
Que queira meu soffrimento,
Pois quer vossa condição.

O mal, que vós dais por bem,
Esse, Senhora, he mortal;
Que o mal, que dais como mal,
Em muito menos se tem,
Por costume natural.
Mas porém nesta victoria,
Que comigo he bem pequena,
A maior dor me condena
A pena, que dais por gloria,
Que os males, que dais por pena.

Que mor bem me possa vir,
Que servir-vos, não o sei.
Pois que mais quero eu pedir,
Se quanto mais vos servir,
Tanto mais vos deverei?
Se vossos merecimentos
De tão alta estima são,
Assaz de favor me dão
Em querer que meus tormentos
Me fiquem por galardão.

– oOo —
MOTE ALHEIO

Ja não posso ser contente,
Tenho a esperança perdida;
Ando perdido entre a gente,
Nem morro, nem tenho vida.

Glosa

Despois que meu cruel Fado
Destruio huma esperança,
Em que me vi levantado,
No mal fiquei sem mudança,
E do bem desesperado.
O coração, que isto sente,
Á sua dor não resiste,
Porque vê mui claramente
Que pois nasci para triste,
Ja não posso ser contente.

Por isso, contentamentos,
Fugi de quem vos despreza:
Ja fiz outros fundamentos,
Ja fiz senhora a tristeza
De todos meus pensamentos.
O menos que lh'entreguei,
Foi esta cansada vida:
Cuido que nisto acertei,
Porque de quanto esperei
Tenho a esperança perdida.

Acabar de me perder
Fôra ja muito melhor;
Tivera fim esta dor,
Que não podendo mor ser,
Cada vez a sinto mor.
De vós desejo esconder-me,
E de mi principalmente,
Onde ninguem possa ver-me;
Que pois me ganho em perder-me,
Ando perdido entre a gente.

Gostos de mudanças cheios,
Não me busqueis, não vos quero:
Tenho-vos por tão alheios,
Que do bem que não espero,
Inda me ficão receios.
Em pena tão sem medida,
Em tormento tão esquivo
Que morra, ninguem duvída;
Mas eu se morro, ou se vivo,
Nem morro, nem tenho vida.

– oOo —
A HUMA DAMA, QUE SE CHAMAVA ANNA
Mote

A morte, pois que sou vosso,
Não a quero; mas se vem,
Ha de ser todo meu bem.

Glosa

Amor, qu'em meu pensamento
Com tanta fé se fundou,
Me tẽe dado hum regimento,
Que quando vir meu tormento
Me salve com cujo sou.
E com esta defensão,
Com que tudo vencer posso,
Diz a causa ao coração:
Não tẽe em mi jurdição
A morte, pois que sou vosso.

Por exprimentar hum dia
Amor se me achava forte
Nesta fé, como dizia,
Me convidou com a morte,
Só por ver se a temeria.
E como ella seja a cousa
Onde está todo meu bem,
Respondi-lhe, como quem
Quer dizer mais, e não ousa:
Não a quero, mas se vem…

Não disse mais, porque então
Entendeo quanto me toca;
E se tinha dito o não,
Muitas vezes diz a boca,
O que nega o coração.
Toda a cousa defendida
Em mais estima se tem:
Por isso he cousa sabida,
Que perder por vós a vida
Ha de ser todo meu bem.

– oOo —
Á MESMA DAMA

Vejo-a n'alma pintada,
Quando me pede o desejo
O natural que não vejo.

Glosa

Se só de ver puramente
Me transformei no que vi,
De vista tão excellente
Mal poderei ser ausente,
Em quanto o não for de mi.
Porque a alma namorada
A traz tão bem debuxada,
E a memoria tanto voa,
Que se a não vejo em pessoa,
Vejo-a n'alma pintada.

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