Júlio Dinis - A Morgadinha dos Cannaviaes

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Concordava-se em que Christina era galante, ninguem lhe negaria sympathias; mas o pensamento na ausencia d'ella, não se sentia dominado por a sua imagem: perdia-a até n'um vago, quando pretendia fixal-a: eram suaves de mais as inflexões d'aquelles contornos, brandas as tintas que lhes davam relevo, para que a memoria conseguisse reproduzir facilmente o typo angelico, de que lhe ficára uma agradavel, mas vaga impressão.

Por um homem, em quem predominasse a razão, Christina poderia vir a ser adorada; mas nas imaginações ardentes, nos corações inflammaveis, difficil lhe seria produzir alguma impressão duradoura.

Para bem se comprehender a belleza de Christina, era preciso sondar-lhe primeiro o coração, apreciar todo o thesouro de sentimentos que alli se continha; então descobrir-se-lhe-hia nas feições certa belleza ideal, reflexo de bondade e candura, uma d'essas claridades que as almas puras e generosas vertem nas physionomias. Se não fôsse receiar-me de linguagem que saiba a philosophia, diria que a belleza, que possuem umas mulheres assim, é uma belleza subjectiva.

De tudo isto é natural concluir que Henrique de Souzellas podia sympathisar com a candida figura de Christina, a qual baixava timidamente os olhos deante d'elle, córando cheia de enleio e confusão, mas que qualquer sentimento que ella lhe inspirasse, não conseguiria por muito tempo desviar-lhe o sentido dos encantos mais attrahentes da morgadinha – que a muitos respeitos, menos na bondade de coração, formava contraste completo com sua prima.

Travára-se animada conversação entre as pessoas presentes, e principalmente entre Henrique, D. Victoria e Magdalena.

D. Victoria quiz ser informada da doença de Henrique. Este passou a fazer-lhe uma exposição igual, com pequenas variantes, á que fizera á tia.

Mencionou, como a ella, aquelles vagos symptomas, aquellas tristezas, impaciencias e desalentos, que tão ingenuamente a boa senhora classificára como mania.

Emquanto Henrique falava, Magdalena poz-se a rir.

Henrique tornou para ella os olhos.

– Ó menina, de que ris tu? – perguntou D. Victoria, com certo tom de severidade.

– Rio-me d'aquella doença, tia. Pois já viu alguem padecer d'aquillo? Ora diga?

– Eu?.. mas…

– Pode dizer que não. E comtudo o primo Henrique não mente. Ha d'aquellas doenças na cidade, ha; mas na aldeia são tão raras, que eu mesma as estranho já, eu que as vi em outro tempo…

– Então não crê na realidade d'ellas.

– Não lhes estou a dizer que sim? Ouço até que já teem levado ao suicidio. Acredito-o. Os habitos da civilisação affeiçoam a seu modo a natureza humana e criam molestias novas, que nem por isso são menos naturaes. Mas que quer, primo? A minha estranheza, ao vêr um d'esses doentes em plena aldeia, não é modificada por todas essas considerações. É como um homem de casaca e gravata branca; não ha nada mais sério e mais grave n'uma sala de baile, mas colloque-m'o n'um monte, e diga se o pode olhar a sério.

– Quer dizer que não devo queixar-me aqui, sob pena de zombarem de mim.

– Tanto não digo; mas não o entenderão; isso não.

– Porém a minha doença não é só d'essas, que se não dão na aldeia, prima Magdalena; eu creio que verdadeiras desordens organicas…

– Ah! tambem? – Com esse aspecto de robustez?!..

– Se eu sei o que tu estás ahi a dizer Lena! – disse D. Victoria, que não tinha percebido bem o dialogo.

– É que eu, minha tia, teimei em fazer perder ao primo Henrique todos os maus habitos da cidade, com que veio para aqui. Sem isso não pode curar-se.

– Sujeitar-me-hei da melhor vontade a tão agradavel dominio.

– Principia mal, se principia com uma fineza. Já o avisei ha pouco…

– Será necessario tornar-me grosseiro, para me salvar? N'esse caso renuncio á cura.

– Grosseiro, não; basta que seja razoavel e sobretudo…

– Acabe.

– Acabo? eu sei? Eu ás vezes sou sincera de mais.

– Eu adoro as sinceridades.

– Já que o quer… É preciso que seja razoavel e sobretudo… desaffectado.

Henrique de Souzellas mordeu ligeiramente os labios, córando.

– Então acha?..

– Acho que está sempre a imaginar-se n'um salão; faz uns gastos de galanteria, desnecessarios e perdidos.

– Ó meninos, eu não vos entendo – repetia D. Victoria.

Magdalena sorriu.

– Digo eu que…

Um criado entrando com as cartas do correio não a deixou continuar.

– Sempre chegou o correio! – exclamou Magdalena com vivacidade, recebendo as cartas. – Por que veio tão tarde?

– A mulher contou-me lá umas historias de uma quéda, e…

– Coitada! Aconteceu-lhe algum mal?

– Esteja descançada, minha senhora. Ella partiu já e era um gôsto vêl-a a correr.

Magdalena abriu com pressa a carta recebida.

– É de meu pae – disse ella, olhando-lhe para a lettra e, depois de pedir licença, começou a ler para si.

– Pois agora – dizia, n'este meio tempo, D. Victoria a Henrique – o que deve é aproveitar estes bonitos dias para dar alguns passeios. As pequenas acompanham-n'o. Aonde me dizias tu no outro dia que querias ir, Christina?

– Eu! disse Christina, córando.

– Tu, sim, menina. Inda hontem me falaste n'isso. Ora onde era?..

– Á Senhora da Saude, mamã.

– Ai, é verdade, á Senhora da Saude. Ahi está já um passeio bonito. Vê? Saem d'aqui uma manhã cêdo, levam alguma coisa para lá comer, porque o ar do monte abre o appetite, e a cavallo estão lá n'um instante…

– A cavallo, mamã! d'aqui á Senhora da Saude? Ora! Vae-se muito bem a pé – notou Christina do lado.

– Isso é por os açudes.

– Pois por onde haviamos de ir?

– Por a Granja, que é melhor.

– Por a Granja! É uma legua!

– Que tem? mas escusam de trepar como cabras por o lado dos açudes, que é até perigoso; e depois para que hão de ir a pé, se para ahi estão os cavallos sem fazerem nada? É vontade de se cançarem.

– Mas appetece ainda mais n'este tempo. Só se… só se alli o sr. Henrique… – disse Christina, embaraçada ao continuar.

– Eu o quê, minha senhora?

– Perdão – interrompeu D. Victoria. – Por que não has de tu chamar primo ao primo Henrique? pois não chamamos tia á tia Dorothéa?

– Por isso mesmo, mamã, – respondeu Christina – os sobrinhos da tia Dorothéa não são…

– Não averiguemos d'esses parentescos, priminha, – acudiu Henrique – eu acceito a proposta da mamã, peço para ser considerado do numero de seus primos.

Christina baixou os olhos, sorrindo.

Henrique proseguiu:

– Mas parece que receiava por mim, quando falou em ir a pé á Senhora da Saude. Não sei onde é o logar, mas desde já me comprometto a não cançar.

– Não tem que saber – disse D. Victoria, caminhando para uma janella. – Ella lá está. Olhe que inda é necessario saber trepar.

– Tendo duas tão galantes companheiras de viagem – tornou Henrique, depois de reparar no monte escarpado que ficava a alguma distancia d'alli, o mesmo que o almocreve lhe mostrou – parece-me que daria a pé uma volta ao globo e que subiria a correr o Pico de Tenerife.

– O que eu lhe digo, primo – accrescentou D. Victoria – é que se acautele, porque se lhes vae a fazer todas as vontades, tem que vêr.

– Inda que morresse em tão agradavel serviço, teria de agradecer a Deus a morte.

– Cá me chegou aos ouvidos o cumprimento – disse Magdalena, que continuava a ler. – Logo ajustaremos contas.

– É implacavel esta nossa prima, não acha? – perguntou Henrique, sorrindo, a Christina, que por unica resposta só soube sorrir tambem.

– Pois então, é arranjarem, é arranjarem isso e quanto antes, que não ha que fiar no tempo. Eu se pudesse tambem ia, mas já não são passeios para mim, e depois estes criados…

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