Paulo Coelho - Veronika decide morrer

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— Não vai durar muito, Eduard. Você sabe disso. Eduard não respondeu. Entrou e voltou em seguida com os

casacos.

— Vai durar uma eternidade, Veronika. Mais do que todos os dias e noites iguais que passei aqui, tentando sempre esquecer as Visões do Paraiso. Quase as esqueci, mas parece que estão voltando.

«Vamos embora. Loucos fazem loucuras.»

Naquela noite, quando se reuniram para jantar, os internos sentiram falta de quatro pessoas.

Zedka, que todos sabiam ter sido liberada após um longo tratamento. Mari, que devia ter ido ao cinema, como costumava fazer com frequência. Eduard, que talvez ainda não tivesse se recuperado do eletrochoque — e ao pensar nisso, todos os internos ficaram com medo, e iniciaram a refeição em silencio.

Finalmente, faltava a moça de olhos verdes e cabelos castanhos. Aquela que todos sabiam que não devia chegar viva até o final da semana.

Ninguém falava abertamente de morte em Villete. Mas as ausências eram notadas, embora todos procurassem se comportar como se nada tivesse acontecido.

Um boato começou a correr de mesa em mesa. Alguns choraram, porque ela era cheia de vida, e agora devia estar no pequeno necrotério que ficava na parte de trás do sanatório. Só mesmo os mais ousados costumavam passar por ali — mesmo assim durante o dia, com a luz iluminando tudo. Havia três mesas de mármore, e geralmente uma delas estava sempre com um novo corpo, coberto por um lençol.

Todos sabiam que esta noite Veronika estava lá. Os que eram realmente insanos logo esqueceram que — durante aquela semana — o sanatório tivera mais um hóspede, que as vezes perturbava o sono de todo mundo com o piano. Alguns poucos, enquanto a noticia corria, sentiram uma certa tristeza, principalmente as enfermeiras que estiveram com Veronika durante as suas noites na UTI; mas os funcionários tinham sido treinados para não criar laços muito fortes com os doentes, já que uns saiam, outros morriam, e a grande maioria ia piorando cada vez mais. A tristeza desses durou um pouco mais, e logo também passou.

A grande maioria dos internos, porém, soube da noticia, fingiu espanto, tristeza, mas ficou aliviada. Porque, mais uma vez o Anjo Exterminador havia passado por Villete, e eles tinham sido poupados.

Quando a Fraternidade se reuniu após do jantar, um membro do grupo deu o recado; Mari não tinha ido ao cinema -partira para não voltar mais, e deixara um bilhete com ele.

Ninguém pareceu dar muita importância: ela sempre parecera diferente, louca demais, incapaz de adaptar-se a situação ideal em que todos ali viviam.

— Mari nunca entendeu como somos felizes— disse um deles. — Temos amigos com afinidades comuns, seguimos uma rotina, de vez enquanto salmos juntos para um programa, convidamos conferencistas para falar de assuntos importantes, debatemos suas ideias. Nossa vida chegou ao perfeito equilíbrio, coisa que tanta gente lá fora adoraria ter.

— Sem contar o fato de que, em Villete, estamos protegidos contra o desemprego, as consequências da guerra na Bósnia, os problemas económicos, a violência — comentou outro. — Encontramos a harmonia.

— Mari me confiou um bilhete — disse aquele que tinha dado a noticia, mostrando um envelope fechado. — Pediu que o lesse em voz alta, como se quisesse se despedir de todos nós.

O mais velho de todos abriu o envelope e fez o que Mari pedira. Quis parar no meio, mas já era tarde demais, e foi até o final.

«Quando eu ainda era jovem e advogada, li certa vez um poeta inglês, e uma frase dele me marcou muito: «seja como a fonte que transborda, e não como o tanque, que sempre contem a mesma água.» Sempre achei que ele estava errado: era perigoso transbordar, porque podemos terminar inundando áreas onde vivem pessoas queridas, e afoga-las com nosso amor e nosso entusiasmo.Então, procurei me comportar a vida inteira como um tanque, nunca indo além dos limites das minhas paredes interiores.

«Acontece que, por alguma razão que nunca entenderei, tive a Síndrome do Pânico. Transformei-me exatamente naquilo que lutara tanto para evitar: numa fonte que transbordou e inundou tudo ao meu redor. O resultado disso foi a internação em Villete.

«Depois de curada, voltei para o tanque, e conheci vocês. Obrigado pela amizade, pelo carinho, e por tantos momentos felizes. Vivemos juntos como peixes num aquário, felizes porque alguém jogava comida na hora certa, e nós podíamos, sempre que desejávamos, ver o mundo do lado de fora, através do vidro.

«Mas ontem, por causa de um piano e de uma mulher que deve já estar morta hoje, eu descobri algo muito importante: a vida aqui dentro era exatamente igual à vida lá fora. Tanto lá como aqui, as pessoas se reúnem em grupos, criam suas muralhas, e não deixam que nada de estranho possa perturbar suas medíocres existências. Fazem coisas porque estão acostumadas a fazer, estudam assuntos inúteis, divertem-se porque são obrigadas a se divertirem, e que o resto do mundo se dane, se resolva por si mesmo. No máximo, assistem — como nós assistimos tantas vezes juntos — o noticiário da televisão, só para terem certeza do quanto são felizes, num mundo cheio de problemas e injustiças.

«Ou seja: a vida da Fraternidade é exatamente igual à vida de quase todo mundo lá fora — todos evitando saber o que se encontra além das paredes de vidro do aquário. Durante muito tempo isso foi reconfortante e útil. Mas a gente muda, e agora eu estou em busca de aventura — mesmo já tendo 65 anos, e sabendo as muitas limitações que esta idade me trás. Vou para a Bósnia: há gente que me espera ali, embora ainda não me conheça, e eu tampouco as conheço. Mas sei que sou útil, e que o risco de uma aventura vale mil dias de bem-estar e conforto.»

Quando acabou a leitura do bilhete, os membros da

Fraternidade sairam para os seus quartos e enfermarias, dizendo a si mesmos que ela tinha definitivamente enlouquecido.

Eduard e Veronika escolheram o restaurante mais caro de Lubljana, pediram os melhores pratos, embriagaram-se com três garrafas de vinho da safra de 88, uma das melhores do século. Durante o jantar não tocaram de uma só vez em Villete, do passado, do futuro.

— Gostei da história da serpente — dizia ele, tornando a encher o copo pela milésima vez. — Mas sua avó era muito velha, não sabia interpretar a história..

— Respeite minha avó! — gritava Veronika, já bêbada, fazendo com que todos no restaurante se virassem.

— Um brinde a avó desta moça! — disse Eduard,

levantando-se. — Um brinde a avó desta louca aqui na minha frente, que deve ter fugido de Villete!

As pessoas voltaram a prestar atenção nos seus pratos, fingindo que nada daquilo estava acontecendo.

— Um brinde a minha avó! — insistiu Veronika, também embriagada.

O dono do restaurante veio até a mesa.

— Por favor, comportem-se.

Eles ficaram mais calmos por alguns instantes, mas logo voltaram a falar alto, dizer coisas sem sentido, agir de maneira inconveniente. O dono do restaurante tornou a voltar a mesa, disse que não precisavam pagar a conta, mas que tinham que sair naquele minuto.

— Vamos economizar o dinheiro gasto com estes vinhos caríssimos! — brindou Eduard. — É hora de sair daqui, antes que este homem mude de ideia!

Mas o homem não ia mudar de ideia. Já estava puxando a cadeira de Veronika, num gesto aparentemente cortes, mas cujo verdadeiro sentido era ajuda-la a levantar-se o mais rápido possível.

Foram para o meio da pequena praça, no centro da cidade. Veronika olhou seu quarto do convento, e a embriaguez passou por um instante. Tornou a lembrar-se que ia morrer logo.

— Compre mais vinho! — pediu a Eduard.

Havia um bar ali perto. Eduard trouxe duas garrafas, os dois sentaram, e continuaram a beber.

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