Paulo Coelho - Veronika decide morrer

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Gente que não deixou a vida passar em branco, e que, para conseguir o que queria, tinha pedido esmolas ou cortejado reis; rasgado códigos ou enfrentado a ira dos poderosos da época; usado diplomacia ou força, mas nunca desistindo, sempre sendo capaz de vencer cada dificuldade que se apresentava como uma vantagem.

No dia seguinte, Eduard entregou seu relógio de ouro para o enfermeiro que lhe dera o livro, pediu que o vendesse, e que comprasse todos os livros sobre o tema. Não havia mais nenhum. Tentou ler a biografia de algum deles, mas sempre descreviam o homem ou a mulher como se fosse um escolhido, um inspirado — e não uma pessoa comum, que devia lutar como qualquer outra para afirmar o que pensava.

Eduard ficou tão impressionado com o que lera, que considerou seriamente a possibilidade de tornar-se um santo, aproveitando o acidente para mudar sua vida de rumo. Mas estava com as pernas quebradas, não tivera nenhuma visão no hospital, não passara diante de um quadro que lhe sacudira a alma, não tinha amigos para construir uma capela no interior do planalto brasileiro, e os desertos estavam muito longe, cheios de problemas políticos. Mas ainda assim, podia fazer algo: aprender pintura, e tentar mostrar ao mundo as visões que aqueles homens e mulheres tiveram.

Quanto tiraram o gesso, e voltou para a Embaixada -cercado de cuidados, mimos, e todo tipo de atenção que um filho de embaixador recebe dos outros diplomatas, pediu a sua mãe que o inscrevesse numa curso de pintura.

A mãe disse que ele já tinha perdido muitas aulas no Colégio Americano, e que era hora de recuperar o tempo perdido. Eduard recusou-se: não tinha a menor vontade de continuar aprendendo geografia e ciências.

Queria ser pintor. Num momento de distração, explicou o motivo:

— Preciso pintar as visões do Paraiso.

A mãe não disse nada, e prometeu conversar com suas amigas, para ver qual o melhor curso de pintura da cidade.

Quando o Embaixador voltou do trabalho, aquela tarde, encontrou-a chorando em seu quarto.

— Nosso filho está louco — dizia, com as lágrimas correndo. — O acidente afetou o seu cérebro.

— Impossível! — respondeu, indignado, o embaixador. Os médicos, indicados pelos americanos, o examinaram.

A mulher contou o que ouvira.

— É rebeldia normal da juventude. Espere e verá que tudo volta ao normal.

Desta vez, a espera não resultou em nada, porque Eduard tinha pressa em começar a viver. Dois dias depois, cansado de aguardar uma decisão das amigas de sua mãe, resolveu matricular-se num curso de pintura. Começou a aprender o escala de cores e perspectiva, mas começou também a conviver com gente que nunca falava de marca de ténis ou modelos de carro.

— Ele está convivendo com artistas! — dizia a mãe, chorosa, ao embaixador.

— Deixe o menino — respondia o Embaixador. — Vai enjoar logo, como enjoou da namorada, dos cristais, das pirâmides, incenso, da marijuana.

Mas o tempo passava, o quarto de Eduard se transformava num ateliê improvisado, com pinturas não faziam o menor sentido para seus pais: eram círculos, combinações exóticas de cores, símbolos primitivos misturados com gente em posição de prece.

Eduard, o antigo rapaz solitário que em dois anos de Brasília nunca aparecera em casa com amigos, agora enchia sua casa com pessoas estranhas, todos eles mal-vestidos, com cabelos desarrumados, escutando discos horríveis em volume máximo, bebendo e fumando sem qualquer limite, demonstrando total ignorância dos

protocolos de bom comportamento. Certo dia, a diretora do Colégio Americano chamou a embaixatriz para uma conversa.

— Seu filho deve estar envolvido em drogas — disse. — O rendimento escolar dele está abaixo do normal, e se continuar assim não poderemos renovar sua matricula.

A mulher foi direto para o escritório do Embaixador, e contou o que acabara de ouvir.

— Você vive dizendo que o tempo ia fazer tudo voltar ao normal! — gritava, histérica. — Seu filho drogado, louco, com algum problema cerebral gravíssimo, enquanto você se preocupa com coquetéis e reuniões sociais!

— Fale baixo — pediu ele.

— Não falo mais baixo, nunca mais na vida, enquanto você não tomar uma atitude! Este menino precisa de ajuda, está entendendo? Ajuda médica! Vá e faça alguma coisa.

Preocupado que o escândalo de sua mulher pudesse prejudica-lo junto aos seus funcionários, e já desconfiado que o interesse de Eduard pela pintura estava durando mais tempo do que o esperado, o embaixador — um homem prático, que sabia todos os movimentos corretos — estabeleceu uma estratégia de ataque ao problema.

Primeiro, telefonou para o seu colega, o Embaixador Americano, e pediu a gentileza de permitir o uso dos aparelhos de exame da Embaixada. O pedido foi aceito.

Procurou de novo os médicos credenciados, explicou a situação e solicitou que fosse feita uma revisão de todos os exames da época. Os médicos, temerosos que aquilo pudesse lhes render um processo, fizeram exatamente o que lhes foi pedido — e concluíram que os exames não apresentavam nada de anormal. Antes do embaixador sair, exigiram que firmasse um documento, dizendo que, a partir daquela data, eximia a Embaixada Americana da responsabilidade de ter indicado seus nomes.

Em seguida, o Embaixador foi ao hospital onde Eduard estivera internado. Conversou com o diretor, explicou o problema do filho, e solicitou que — a pretexto de um check-up de rotina — fizessem um exame de sangue para detectar a presença de drogas no organismo do rapaz.

Assim foi feito. E nenhuma droga foi encontrada.

Restava a terceira e última etapa da estratégia: conversar com o próprio Eduard, e saber o que estava acontecendo. Só de posse de todas as informações, poderia tomar uma decisão que lhe parecesse correta.

Pai e filho sentaram-se na sala de estar.

— Você tem preocupado sua mãe — disse o embaixador. -Suas notas diminuíram, e há risco de que sua matricula não seja renovada.

— Minhas notas no curso de pintura aumentaram, meu pai.

— Acho muito gratificante seu interesse pela arte, mas você tem uma vida pela frente para fazer isto. No momento, é preciso terminar o curso secundário, para que eu possa encaminha-lo na carreira diplomática. Eduard pensou muito antes de dizer qualquer coisa. Reviu o acidente, o livro sobre os visionários -que afinal fora apenas um pretexto para encontrar sua verdadeira vocação — pensou em Maria, de quem nunca mais havia escutado falar. Hesitou muito, mas afinal respondeu.

— Papai, eu não quero ser diplomata. Eu quero ser pintor.

O pai já estava preparado para esta resposta, e sabia como contorna-la.

— Você será pintor, mas antes termine seus estudos. Arranjaremos exposições em Belgrado, Zagreb, Lubljana, Sarajevo. Com a influencia que tenho, posso ajuda-lo muito, mas preciso que termine seus estudos.

— Se eu fizer isso, vou escolher o caminho mais fácil, papai. Vou entrar para qualquer faculdade, me formar em algo que não me interessa, mas que me dará dinheiro. Então a pintura ficará para segundo plano, e eu terminarei esquecendo minha vocação. Preciso aprender a ganhar dinheiro com pintura.

O embaixador começou a irritar-se.

— Você tem tudo, meu filho: uma familia que o ama, casa, dinheiro, posição social. Mas você sabe, nosso pais está vivendo um periodo complicado, há rumores de guerra civil; pode ser que amanhã eu já não esteja mais aqui para ajuda-lo.

— Eu saberei me ajudar, meu pai. Confie em mim. Um dia eu pintarei uma série chamada «As Visões do Paraiso». Será a história visual daquilo que homens e mulheres apenas experimentaram em seus corações.

O embaixador elogiou a determinação do filho, terminou a conversa com um sorriso, e resolveu dar mais um mês de prazo -afinal, a diplomacia é a arte de adiar as decisões até que elas se resolvam por si mesmas.

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