Paulo Coelho - Veronika decide morrer
Здесь есть возможность читать онлайн «Paulo Coelho - Veronika decide morrer» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: Современная проза. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.
- Название:Veronika decide morrer
- Автор:
- Жанр:
- Год:неизвестен
- ISBN:нет данных
- Рейтинг книги:4 / 5. Голосов: 1
-
Избранное:Добавить в избранное
- Отзывы:
-
Ваша оценка:
- 80
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
Veronika decide morrer: краткое содержание, описание и аннотация
Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Veronika decide morrer»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.
Veronika decide morrer — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком
Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Veronika decide morrer», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.
Интервал:
Закладка:
A mãe e o pai tinham sido educados no regime comunista: cristais eram apenas um produto mineral, que obedeciam a determinada organização de átomos, e não emanavam nenhum tipo de energia — fosse ela positiva ou negativa. Pesquisaram, e descobriram que aquelas ideias de «vibrações de cristais» que começavam a ficar em moda.
Se seu filho resolvesse falar sobre o tema numa festa oficial, podia parecer ridículo aos olhos dos outros: pela primeira vez, o embaixador reconheceu que a situação estava começando a ficar grave. Brasília era uma cidade que vivia de rumores, e logo saberiam que Eduard estava envolvido com superstições primitivas, seus rivais na embaixada podiam pensar que ele tinha aprendido aquilo com os pais, e a diplomacia — além de a arte de esperar — era também a capacidade de manter sempre, em qualquer circunstância, uma aparência convencional e protocolar.
— Meu filho, isso não pode continuar assim — disse o pai. — Tenho amigos no Ministério de Relações Exteriores da Yugoslávia. você será um brilhante diplomata, e é preciso aprender a encarar o mundo.
Eduard saiu de casa e não voltou aquela noite. Seus pais ligaram para a casa de Maria, para os necrotérios e hospitais da cidade — sem nenhuma noticia. A mãe perdeu a confiança na capacidade de seu marido lidar com a familia, embora fosse um excelente negociador com estranhos.
No dia seguinte Eduard apareceu, esfomeado e sonolento. Comeu e foi para o quarto, acendeu seus incensos, rezou seus mantras,dormiu o resto da tarde e da noite. Quando acordou, uma bicicleta novinha em folha o estava esperando.
— Vá ver os seus cristais — disse a mãe. — Eu explico para o seu pai.
E assim, naquela tarde de seca e poeira, Eduard dirigia-se alegremente para a casa de Maria. A cidade era tão bem desenhada (na opinião dos arquitetos) ou tão mal desenhada (na opinião de Eduard) que quase não havia esquinas. Ele seguia pela direita, numa pista de alta velocidade, olhando o céu cheio de nuvens que não dão chuva, quando sentiu que subia em direção a este céu, a uma velocidade imensa — para logo seguir descer e encontrar-se no asfalto.
PRAC!
«Sofri um acidente»
Quis virar-se, porque seu rosto estava grudado no asfalto, mas viu que não tinha mais controle sobre seu corpo. Ouviu o barulho de carros freiando, gente que gritava, alguém que se aproximou e tentou toca-lo — para logo ouvir um grito de «não mexa nele! Você pode aleija-lo para o resto da vida!»
Os segundos passavam devagar, e Eduard começou a sentir medo. Ao contrário do seus pais, acreditava em Deus, e numa vida além da morte, mas mesmo assim achava injusto tudo aquilo -morrer com 17 anos, olhando o asfalto, numa terra que não era a sua.
— Você está bem? — escutava uma voz.
Não, não estava bem, não conseguia se mexer, mas tampouco conseguia dizer nada. O pior de tudo é que não perdia a consciência, sabia exatamente o que estava se passando, e no que se havia metido. Será que não ia desmaiar? Deus não tinha piedade dele, justamente num momento em que O procurava com tanta intensidade, contra tudo e contra todos?
— Já estão vindo os médicos — sussurrou outra pessoa, pegando sua mão. — Não sei se pode me ouvir, mas fique calmo. Não é nada grave.
Sim, podia ouvir, gostaria que esta pessoa — um homem -continuasse falando, garantisse que não era nada grave, embora já fosse adulto o bastante para entender que sempre dizem isso quando a situação é muito séria. Pensou em Maria, na região onde havia montanhas de cristais, cheios de energia positiva — enquanto Brasília era a maior concentração de negatividade que conhecera em suas meditações.
Os segundos se transformaram em minutos, as pessoas continuam tentando consola-lo, e — pela primeira vez desde que tudo acontecera — começou a sentir dor. Uma dor aguda, que vinha do centro de sua cabeça, e parecia se espalhar pelo corpo inteiro.
— Já chegaram — disse o homem que lhe segurava a mão. — Amanhã você vai estar de novo andando de bicicleta.
Mas no dia seguinte Eduard estava num hospital, com as duas pernas e um braço engessados, sem possibilidade de sair dali nos próximos 30 dias, tendo que escutar sua mãe chorando sem parar, seu pai dando telefonemas nervosos, os médicos repetindo a cada cinco minutos que as 24 horas mais graves já haviam passado, e não houvera nenhuma lesão cerebral.
A familia ligou para a Embaixada Americana — que nunca acreditavam nos diagnósticos dos hospitais públicos, e mantinham um serviço de urgência sofÍsticadissimo, junto com uma lista de médicos brasileiros considerados capazes de para atender seus próprios diplomatas. Vez por outra, numa política de boa-vizinhança, usavam estes serviços para outras representações diplomáticas.
Os americanos trouxeram seus aparelhos de última geração, fizeram um número dez vezes maior de testes e exames novos, e chegaram a conclusão que sempre chegavam: os médicos do hospital público tinham avaliado corretamente, e tomado as decisões certas.
Os médicos do hospital publico podiam ser bons, mas os programas de TV brasileira eram tão ruins como os de qualquer outra parte do mundo, e Eduard tinha pouco o que fazer. Maria aparecia cada vez menos no hospital — talvez tivesse encontrado outro companheiro para ir com ela até as montanhas de cristais.
Contrastando com o estranho comportamento de sua namorada, o embaixador e sua mulher iam diariamente visita-lo, mas recusavam-se a trazer os livros em português que ele tinha em casa, alegando que em breve seriam transferidos, e não havia necessidade de aprender uma língua que nunca mais teria necessidade de usar. Assim sendo, Eduard contentava-se em conversar com outros doentes, discutir futebol com os enfermeiros, e ler uma ou outra revista que lhe caía em mãos.
Até que um dia, um dos enfermeiros trouxe-lhe um livro que acabara de ganhar, mas que achava «muito grosso para ser lido». E foi neste momento que a vida de Eduard começou a coloca-lo um caminho estranho, que o conduziria a Villete, à ausência da realidade, e ao distanciamento completo das coisas que outros rapazes de sua idade iriam fazer nos anos que se seguiram.
O livro era sobre os visionários que abalaram o mundo -gente que tinha sua própria ideia do paraíso terrestre, e dedicara dedicado a sua vida para dividi-la com os outros. Ali estava Jesus Cristo, mas também estavam Darwin, com sua teoria de que homem descendia dos macacos; Freud, afirmando que os sonhos tinham importância; Colombo, empenhando as jóias da rainha para procurar um novo continente; Marx, com a ideia de que todos mereciam a mesma chance.
E ali estavam santos, como Inácio de Loyola, um vasco que dormira com todas as mulheres que podia dormir, matara vários inimigos num sem número de batalhas, até ser ferido em Pamplona, e entender o universo numa cama onde convalescia. Teresa d'Ávila, que queria de todas as maneiras encontrar o caminho de Deus, e só conseguiu quando sem querer passeava por um corredor e parou
diante de um quadro. António, um homem cansado da vida que levava, que resolveu exilar-se no deserto e passou a conviver com demónios por dez anos, experimentando todo tipo de tentação.Francisco de Assis, um rapaz como ele, determinado a conversar com os pássaros e a deixar para trás tudo o que os seus pais tinham programado para a sua vida.
Começou a ler naquela mesma tarde o tal «livro grosso», porque não tinha nada melhor para se distrair. No meio da noite, uma enfermeira entrou, perguntando se precisava de ajuda, já que era o único quarto ainda com a luz acesa. Eduard dispensou-a com um simples aceno de mão, sem desgrudar os olhos do livro.
Os homens e mulheres que abalaram o mundo. Homens e mulheres comuns, como ele, seu pai, ou a namorada que sabia estar perdendo, cheios das mesmas dúvidas e inquietações que todos os seres humanos tinham nos seus cotidianos programados. Gente que não tinha um interesse especial por religião, Deus, expansão de mente ou nova consciência, até que um dia — bem, um dia tinham decidido mudar tudo. O livro era mais interessante porque contava que, em cada uma daquelas vidas, havia um momento mágico, que os fizera partir em busca da sua própria visão do Paraiso.
Читать дальшеИнтервал:
Закладка:
Похожие книги на «Veronika decide morrer»
Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Veronika decide morrer» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.
Обсуждение, отзывы о книге «Veronika decide morrer» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.