Paulo Coelho - Veronika decide morrer
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— Ir para El Salvador, cuidar das crianças.
— Não precisa ir tão longe: a menos de duzentos quilómetros daqui, está Sarajevo. A guerra terminou, mas os problemas continuam.
— Irei para Sarajevo.
O Dr. Igor tirou um formulário da gaveta, preencheu-o cuidadosamente. Depois levantou-se, e conduziu Mari até a porta.
— Vá com Deus — disse ele, voltando para o escritório e fechando logo a porta. Não gostava de se afeiçoar aos seus pacientes, mas nunca conseguia evitar. Mari ia fazer falta em Villete.
Quando Eduard abriu os olhos, a moça ainda estava ali. Em suas primeiras sessões de eletrochoque, passava muito tempo tentando se lembrar do que acontecera — afinal, este era justamente o efeito terapêutico daquele tratamento: provocar uma amnésia parcial, de modo que o doente esquecesse o problema que o afligia, e permitir que ficasse mais calmo.
Entretanto, a medida que os eletrochoques eram aplicados com mais frequência, seus efeitos não se faziam sentir por muito tempo; ele logo identificou a moça.
— Você falou das visões do paraiso enquanto dormia -disse ela, passando a mão nos seus cabelos.
Visões do paraiso? Sim, visões do paraiso. Eduard olhou para ela. Queria contar tudo.
Neste momento, porém, uma enfermeira entrou, com uma injeção.
— Você tem que tomar agora — disse para Veronika. -Ordens do Dr. Igor.
— Já tomei hoje, não vou tomar nada — respondeu ela. -Tampouco me interessa sair deste lugar. Não vou obedecer nenhuma ordem, nenhuma regra, nada que quiserem me forçar a fazer.
A enfermeira parecia acostumada a este tipo de reação.
— Então, infelizmente, teremos que dopa-la.
— Eu preciso conversar com você — disse Eduard. — Tome a injeção.
Veronika levantou as mangas do suéter, e a enfermeira aplicou a droga.
— Boa menina — disse. — Por que não saem desta enfermaria lúgubre, e vão passear um pouco lá fora?
— Você está envergonhada pelo que aconteceu ontem a noite — disse Eduard, enquanto caminhavam pelo jardim.
— Já estive. Agora estou orgulhosa. Quero saber das visões do paraiso, porque estive muito próxima de uma delas.
— Preciso olhar mais longe, para além dos prédios de Villete — disse.
— Faça isso.
Eduard olhou para trás, não para as paredes das enfermarias, ou para o jardim onde os internos caminhavam em silencio — mas para uma rua num outro continente, numa terra onde chovia muito ou não chovia nada.
Eduard podia sentir o cheiro daquela terra — era o tempo da seca, e a poeira entrava pelo seu nariz e lhe dava prazer, porque sentir a terra é sentir-se vivo. Pedalava uma bicicleta importada, tinha dezessete anos, e acabara de sair do colégio americano de Brasília, onde todos os outros filhos de diplomata estudavam.
Detestava Brasília, mas amava os brasileiros. Seu pai tinha sido nomeado embaixador da Yugoslávia dois anos antes, numa época em que nem sequer sonhavam com a sangrenta divisão do pais. Milosevic ainda estava no poder; homens e mulheres viviam com suas diferenças, e procuravam harmonizar-se além dos conflitos regionais.
O primeiro posto de seu pai fora exatamente o Brasil. Eduard sonhava com praias, carnaval, partidas de futebol, música -mas fora parar naquela capital, longe da costa, criada apenas para abrigar políticos, burocratas, diplomatas, e os filhos de todos eles, que não sabiam direito o que fazer no meio disso tudo.
Eduard detestava viver ali. Passava o dia enfurnado nos estudos, tentando — mas não conseguindo — relacionar-se com os colegas de classe. Procurando — mas não encontrando — uma maneira de interessar-se por carros, ténis da moda, roupas de marca, únicos temas de conversa entre os jovens.
Uma vez por outra havia uma festa, onde os rapazes ficavam bêbados de um lado do salão, e as moças fingiam indiferença do outro lado. A droga corria sempre, e Eduard já experimentara praticamente todas as variedades possíveis, sem jamais conseguir interessar-se por nenhuma delas; ficava agitado ou sonolento demais, e perdia o interesse pelo que estava acontecendo a sua volta.
Sua familia vivia preocupada. Era necessário prepara-lo para seguir a mesma carreira do pai, e embora Eduard tivesse quase todos os talentos necessários — vontade de estudar, bom gosto artístico, facilidade em aprender linguas, interesse por política — faltava-lhe uma qualidade básica na diplomacia. Tinha dificuldades no contato com os outros.
Por mais que seus pais o levassem a festas, abrissem a casa para os seus amigos do colégio americano, e mantivessem uma boa mesada, eram raras as vezes que Eduard aparecia com alguém. Um dia sua mãe lhe perguntou porque não trazia seus amigos para almoçar ou jantar.
— Já sei todas as marcas de ténis, já conheço o nome de todas as meninas com quem é fácil fazer amor. Não temos mais nada de interessante para conversar.
Até que apareceu a brasileira. O embaixador e sua mulher ficaram mais tranquilos quando o filho começou a sair, voltando tarde para casa.Ninguém sabia exatamente como ela tinha surgido, mas certo noite Eduard a levou para jantarem casa. A menina era educada, e eles ficaram contentes; o garoto finalmente ia desenvolver seu talento na relação com estranhos. Além disso, ambos pensaram — mas não comentaram entre si — que a presença daquela garota tirava uma grande preocupação de seus ombros: Eduard não era homossexual!.
Trataram Maria (este era seu nome) como a gentileza de futuros sogros, mesmo sabendo que em dois anos seriam transferidos para outro posto, e não tinham a menor intenção que seu filho casasse com alguém de um pais tão exótico. Tinham planos para que seu filho encontrasse uma moça de boa familia na França, ou na Alemanha, que pudesse acompanhar com dignidade a brilhante carreira diplomática que o Embaixador estava preparando para ele.
Eduard, porém, mostrava-se cada vez mais apaixonado. Preocupada, a mãe foi conversar com o marido.
— A arte da diplomacia consiste em fazer o oponente esperar — disse o Embaixador — Um primeiro amor pode não passar nunca, mas sempre acaba.
Mas Eduard dava sinais de haver mudado por completo. Começou a aparecer em casa com livros estranhos, montou uma pirâmide no seu quarto, e — junto com Maria — acendiam incenso todas as noites, ficando horas concentrados num estranho desenho pregado na parede. O rendimento de Eduard na escola americana começou a cair.
A mãe não entendia português, mas podia ver a capa dos livros: cruzes, fogueiras, bruxas penduradas, símbolos exóticos.
— Nosso filho está lendo coisas perigosas.
— Perigoso é o que está acontecendo nos Balcãs -
respondeu o embaixador. — Há rumores que a região da Slovenia quer a independência, e isto pode nos levar a uma guerra.
A mãe, porém, não dava a menor importância para política; queria saber o que estava acontecendo com seu filho.
— E esta mania de acender incenso?
— É para disfarçar o cheiro de marijuana — dizia o Embaixador. — Nosso filho teve uma excelente educação, não deve acreditar que estes palitos perfumados possam atrair espíritos.
— Meu filho está envolvido em drogas!
— Isso passa. Eu também já fumei marijuana quando era jovem, e a gente logo enjoa, como eu enjoei.
A mulher ficou orgulhosa e tranquila: seu marido era um homem experiente, tinha entrado no mundo da droga e conseguido sair! Um homem com esta força de vontade era capaz de controlar qualquer situação.
Um belo dia, Eduard pediu uma bicicleta. — Você tem chofer e um Mercedes Benz. Para que uma bicicleta?
— Para o contato com a natureza. Maria e eu vamos fazer uma viagem de dez dias — disse. — Há um lugar aqui perto com imensos depósitos de cristal, e Maria garante que eles transmitem boa energia.
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