José Eça de Queirós - A Relíquia
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— Então a menina de onde é? damasco, os óculos da Titi, mais negros, assanhados, esperando por mim e fuzilando. Ainda Era de Lamego. E eu, novamente acanhado, só pude gaguejar que era tristonho aquele tempo de chuva. Ela pediu-me outro cigarro, cortesmente, dizendo-me — o cavalheiro. Apreciei estes modos. As mangas largas do seu roupão, escorregando, descobriam braços tão brancos e macios, que entre eles a morte mesma deveria ser deleitosa.
Fui eu que lhe ofereci o prato, onde a Ernestina colocara os pastéis. Ela quis saber o meu nome. Tinha um sobrinho que também chamava Teodorico; e isto foi como um fio sutil e forte que veio, do seu coração, enrodilhar-se no meu.
— Por que é que o cavalheiro não põe o guarda-chuva ali a um canto? — disse-me ela, rindo.
O brilho picante dos seus dentinhos miúdos fez desabrochar, dentro em mim, uma flor de madrigal.
— É para não me tirar daqui de ao pé da menina nem um instantinho que seja.
Ela fez-me uma cócega lenta no pescoço. Eu, aboborado de gozo bebi o resto do Madeira que ela deixara no cálice.
A Ernestina, poética, e cantando o fado, aninhou-se nos joelhos do Rinchão. Então a Adélia, revirando-se languidamente, puxou-me a face — e os meus lábios encontraram os seus no beijo mais sério, mais sentido, mais profundo que até aí abalara o meu ser.
Nesse doce instante, um relógio medonho, com o mostrador fingindo uma face de lua, e que parecia espreitar-me de sobre o mármore de uma mesa de mogno, dentre dous vasos sem flores, começou a dar dez horas, fanhoso, irônico, pachorrento.
Jesus! Era a hora do chá em casa da Titi! Com que terror eu trepei, esbaforido, sem mesmo abrir o guarda-chuva, as vielas escuras e infindáveis que levam ao Campo de Santana! Em casa, nem tirei as botas enlameadas. Enfiei pela sala; e vi logo, lá ao fundo, no sofá de balbuciei:
— Titi...
Mas já ela gritava, esverdinhada de cólera, sacudindo os punhos:
— Relaxações em minha casa não admito! Quem quiser viver aqui há de estar às horas que eu marco! Lá deboches e porcarias, não, enquanto eu for viva! E quem não lhe agradar, rua!
Sob a rajada estridente da indignação da senhora D. Patrocínio, Padre Pinheiro e o tabelião Justiço tinham dobrado a cabeça, embaçados. o Doutor Margaride, para apreciar conscienciosamente a minha culpa, puxou o seu pesado relógio de ouro. E foi o bom Casimiro que interveio, como sacerdote, como procurador, influente e suave.
— D. Patrocínio tem razão, tem muita razão em querer ordem em casa... Mas talvez o nosso Teodorico se tivesse demorado um pouco mais no Martinho, a ouvir falar de estudos, de compêndios...
Exclamei amargamente:
— Nem isso, Padre Casimiro! Nem no Martinho estive! Sabe onde estive? No convento da Encarnação! É verdade, encontrei um condiscípulo meu, que ia lá buscar a irmã. Hoje era festa, a irmã tinha ido passar o dia com uma tia, uma comendadeira... Estivermos à espera, a passear no pátio... A irmã vai casar, ele andou a contar-me do noivo, e do enxoval, e do apaixonada que ela está... Eu morto por me safar, mas com cerimônia do rapaz, que sobrinho do Barão de Alconchel... E ele zás, zás, a falar da irmã, e do namoro, e das cartas...
A tia Patrocínio uivou de furor.
— Olha que conversa! Que porcaria de conversa! Que indecente conversa para o pátio de uma casa de religião! Cala-te, alma perdida, que até devias ter vergonha!... E fique entendendo! Para outra vez que venha a estas horas, não me entra em casa! Fica na rua, como um cão..
Então o Doutor Margaride estendeu a mão pacificadora e solene:
— Está tudo explicado! O nosso Teodorico foi imprudente, mas o sítio onde esteve é respeitável... E eu conheço o Barão de Alconchel. É um cavalheiro da maior circunspecção, e um dos mais abastados do Alentejo... Talvez mesmo um dos mais ricos proprietários de Portugal... o mais rico, direi!... Mesmo lá fora não haverá fortuna territorial que lhe exceda. Nem que se lhe compare!... Só em porcos! Só em cortiça! Centenares de contos! Milhões!
Erguera-se; o seu vozeirão empolado rolava serras de ouro. E o bom Casimiro murmurava, ao meu lado, com brandura:
— Tome o seu chazinho, Teodorico, vá tomando o seu chazinho. E creia que a tia não deseja senão o seu bem...
Puxei, com a mão a tremer, a minha chávena de chá; e, remexendo desfalecidamente o fundo de açúcar, pensava em abandonar para sempre a casa daquela velha medonha, que assim me ultrajava diante da Magistratura e da Igreja, sem consideração pela barba que me começava a nascer, forte, respeitável e negra.
Mas, aos domingos, o chá era servido nas pratas do Comendador G. Godinho. Eu via-as, maciças e resplandecentes, diante de mim; o grande bule, terminando em bico de pato; o açucareiro cuja asa tinha a forma de uma cobra assanhada; e o paliteiro gentil, em figura de macho trotando sob os seus alforjes. E tudo pertença à Titi. Que rica que era a Titi! Era necessário ser bom, agradar sempre A Titi!
Por isso, mais tarde, quando ela penetrou no oratório para cumprir o terço, já eu lá estava, de rojos, gemendo, martelando o peito, e suplicando ao Cristo de ouro que me perdoasse ter ofendido a Titi.
Um dia enfim cheguei a Lisboa, com as minhas cartas de doutor metidas num canudo de lata. A Titi examinou-as reverente, achando um sabor eclesiástico As linhas em latim, às paramentosas fitas vermelhas, e ao selo dentro do seu relicário.
— Está bom, — disse ela — estás doutor. A Deus Nosso Senhor o deves; vê não lhe faltes...
Corri logo ao oratório, com o canudo na mão, agradecer ao Cristo de ouro o meu glorioso grau de bacharel.
Na manhã seguinte, estando ao espelho, a espontar a barba que, agora, tinha cerrada e negra, o Padre Casimiro entrou-me pelo quarto, risonho e a esfregar as mãos.
— Boa nova vos trago aqui, senhor Doutor Teodorico!
E depois de me acaridar, segundo o seu afetuoso costume, com palmadinhas doces nos rins, o santo procurador revelou-me que a Titi, satisfeita comigo, decidira comprar-me um cavalo para eu dar honestos passeios, e espairecer por Lisboa.
— Um cavalo! Oh, Padre Casimiro!
Um cavalo. E alem disso, não querendo que seu sobrinho, já barbado, já letrado, sofresse um vexame, por lhe faltar às vezes um troco para deitar na salva de Nossa Senhora do Rosário, a Titi estabelecia-me uma mesada de três moedas.
Abracei com calor o Padre Casimiro. E desejei saber se a amorável intenção da Titi era que eu não tivesse outra ocupação, além de cavalgar por Lisboa, e lançar pratinhas na salva de Nossa Senhora.
— Olhe, Teodorico, eu parece-me que a Titi não quer que você tenha outro mister, senão temer a Deus... o que lhe digo é que o amigo vai passá-la boa e regalada... E agora, ande, vá-lhe lá dentro agradecer, e diga-lhe uma cousinha mimosa.
Na saleta, onde brilhavam pelas paredes os feitos piedosos do patriarca São José, a Titi, sentada a um canto do sofá de riscadinho, fazia meia, com um xale de Tonquim pelos ombros.
— Titi — murmurei eu encolhido — venho aqui agradecer...
— Está bom, vai com Deus.
Então, devotamente, beijei-lhe a franja do xale. A Titi gostou. Eu fui com Deus.
Começou daí, farta e regalada, a minha existência de sobrinho da senhora D. Patrocínio das Neves. As oito horas, pontualmente, vestido de preto, ia com a Titi à Igreja de Santana, ouvir a missa do Padre Pinheiro. Depois do almoço, tendo pedido licença à Titi, e rezadas no oratório três Gloria Patri contra as tentações, saía a cavalo, de calça clara. Quase sempre a Titi me dava alguma incumbência beata: passar em São Domingos, e dizer a oração pelos três santos mártires do Japão; entrar na Conceição Velha, e fazer o ato de desagravo pelo Sagrado Coração de Jesus...
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