José Eça de Queirós - A Relíquia
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Antes de penetrar numa sórdida, andrajosa rua que se ia torcendo sob velhos toldos de esparto, voltei-me para o templo; agora só via a imensa muralha de granito, com bastiões no alto, sombria e inderrubável; e a arrogância da sua força e da sua eternidade encheu de cólera o meu coração. Enquanto sobre uma colina de morte, destinada aos escravos, o homem de Galiléia incomparável amigo dos homens, arrefecia na sua cruz, e para sempre se apagava aquela pura voz de amor e de espiritualidade — ali ficava o templo que o matava, rutilante e triunfal, com o balar dos seus gados, o estridor dos seus sofismas, a usura sob os pórticos, o sangue sob as aras, a iniqüidade do seu duro orgulho, a importunidade do seu perene incenso... Então, com os dentes cerrados, mostrei o punho a Jeová e à sua cidadela, e bradei:
— Arrasados sejais!
Não descerrei mais os lábios secos até chegarmos à estreita porta nas muralhas de Ezequiá, que os romanos denominavam a Judiciária. E logo aí estremeci, vendo colado num pilar de pedra um pergaminho com três sentenças transcritas — «a de um ladrão de Betebara, a de um assassino de Emá, e a de Jesus de Galiléia!» O escriba do Sanedrim, que conforme à lei ali vigiara para recolher, até que os condenados passassem, algum inesperado testemunho de inculpabilidade, ia partir, com os seus tabulários debaixo do braço, depois de traçar sobre cada sentença um grosso risco vermelho. E aquele corte final, cor de sangue, passado à pressa por um escriturário que recolhia contente à sua morada, a comer o seu anho, comoveu-me mais que a melancolia dos livros santos.
Sebes de cactos em flor bordavam a estrada; e para além eram verdes outeiros onde os muros baixos de pedra solta, vestidos de rosas bravas, delimitavam os hortos. Tudo ali resplandecia, festivo e pacífico. À sombra das figueiras, debaixo dos pilares das parreiras, as mulheres, encruzadas em tapetes, fiavam o linho ou atavam os ramos de alfazema e mangerona que se oferecem na Páscoa; e crianças em redor, com o pescoço carregado de amuletos de coral, balouçavam-se em cordas, atiravam à seta... Pela estrada descia uma fila de lentos dromedários, levando mercadorias para Jopé; dous homens robustos recolhiam da caça, com altos coturnos vermelhos cobertos de pó, a aljava batendo-lhes a coxa, uma rede atirada para as costas, e os braços carregados de perdizes e de abutres amarrados pelas patas; e diante de nós caminhava devagar, apoiado ao ombro de uma criança que o conduzia, um velho pobre, de longas barbas, trazendo presa ao cinto como um bardo a lira grega de cinco cordas, e sobre a fronte uma coroa de louro...
Ao fundo de um muro, coberto de ramos de amendoeiras, diante de uma cancela pintada de vermelho, dous servos esperavam, sentados num tronco caído, com os olhos baixos e as mãos sobre os joelhos. Topsius arou, puxou-me o albornoz:
— E este o horto de José de Ramata, um amigo de Jesus, membro do Sanedrim, homem de espírito inquieto, que se inclina para os essênios... E justamente, aí vem Gade.
Do fundo do horto, com efeito, por uma rua de murta e rosas, Gade descia correndo com uma trouxa de linho e um cabaz de vimes enfiados num pau. Paramos.
— O Rabi? — gritou-lhe o alto historiador, transpondo a cancela.
O essênio entregou a um dos escravos a trouxa, e o cesto que estava cheio de mirra e de ervas aromáticas; e ficou diante de nós um momento, trêmulo, sufocado, com a mão fortemente pousada sobre o coração para lhe serenar a ansiedade.
— Sofreu muito! — murmurou, por fim. — Sofreu quando lhe trespassaram as mãos... Mais ainda ao erguer da cruz... E repeliu primeiro o vinho de misericórdia, que lhe daria a inconsciência... O Rabi queria entrar com a alma clara na morte por que chamara!... Mas José de Ramata, Nicodemo, estavam lá vigiando. Ambos lhe lembraram as cousas prometidas uma noite em Betânia... O Rabi então tomou a malga das mãos da mulher de Rosmofim, e bebeu.
E o essênio, pregados em Topsius os olhos reluzentes, como para cravar bem seguramente na sua alma uma recomendação suprema, recuou um passo e disse com uma grave lentidão:
— À noite, depois da ceia, no eirado de Gamaliel...
E outra vez desapareceu na rua fresca do horto, entre a murta e as roseiras. Topsius deixou logo a estrada de Jopé; e estugando o passo por um atalho agreste, onde o meu largo albornoz se prendia aos espinhos das piteiras, explicava-me que a bebida de misericórdia — era um vinho forte de Tarses, com suco de papoulas e especiarias, fornecido por uma confraria de mulheres devotas, para insensibilizar os supliciados... Mas eu mal escutava aquele copioso espírito. No alto de um áspero outeiro, todo de rocha e urze, avistara, destacando duramente no claro azul do céu liso, um montão de gente parada; e em meio dela sobrelevavam-se três pontas grossas de madeiros e moviam-se, faiscando ao sol, elmos polidos de legionários. Turbado, encostei-me à beira do caminho, num penedo branco que escaldava. Mas vendo Topsius marchar, com a sabia serenidade de quem considera a morte uma purificadora libertação das formas imperfeitas — não quis ser menos forte, nem menos espiritual; arranquei o albornoz que me abafava, galguei intrepidamente a colina temerosa.
De um lado cavava-se o Vale de Hinom, abrasado e lívido, sem uma erva, sem uma sombra, juncado de ossos, de carcaças, de cinzas. E diante de nós o morro ascendia, com manchas leprosas de tojo negro, e a espaços furado por uma ponta de rocha polida e branca como um osso. O córrego, onde os nossos passos espantavam os lagartos, ia perder-se entre as ruínas de um casebre de adobe; duas amendoeiras, mais tristes que plantas crescidas na fenda de um sepulcro, erguiam ao lado a sua rama rala e sem flor, aonde cantavam asperamente cigarras. E na sombra tênue, quatro mulheres descalças, desgrenhadas, com rasgões de luto nas túnicas pobres, choravam como num funeral.
Uma, sem se mover, hirta contra um tronco, gemia surdamente sob a ponta do manto negro; outra, exausta de lágrimas, jazia numa pedra, com a cabeça caída nos joelhos, e os esplêndidos cabelos louros desmanchados, alastrados até ao chão. Mas as outras duas deliravam, arranhadas, ensangüentadas, batendo desesperadamente nos peitos, cobrindo a face de terra; depois, lançando ao céu os braços nus, abalavam o morro com gritos — «oh meu encanto, oh meu tesouro, oh meu sol!» E um cão, que farejava entre as ruínas, abria a goela, uivava também, sinistramente.
Espavorido, puxei a capa do douto Topsius — e cortamos pelas urzes até ao alto, onde se apinhavam, olhando e galrando, obreiros das oficinas de Garebe, serventes do templo, vendilhões, e alguns desses sacerdotes miseráveis e em farrapos, que vivem de nigromancia e de esmolas. Diante da branca capa em que Topsius se togava, dous cambistas, com moedas de ouro pendentes das orelhas, arredaram-se, murmurando bênçãos servis. Uma corda de esparto deteve-nos, presa a postes cravados no chão para isolar o alto do morro; e, no sítio em que ficáramos, enrolada a uma velha oliveira que tinha pendurados, dos ramos, escudos de legionários e um manto vermelho.
Então, ansioso, ergui os olhos... Ergui os olhos para a cruz mais alta, cravada com cunhas numa fenda de rocha. O Rabi agonizava. E aquele corpo que não era de marfim nem de prata, e que arquejava, vivo, quente, atado e pregado a um madeiro, com um pano velho na cinta, um travessão passado entre as pernas — encheu-me de terror e de espanto... O sangue que manchara a madeira nova, enegrecia-lhe as mãos, coalhado em torno aos cravos; os pés quase tocavam o chão, amarrados numa grossa corda, roxos e torcidos de dor. A cabeça, ora escurecida por uma onda de sangue, ora mais lívida que um mármore, rolava de um ombro a outro docemente; e por entre os cabelos emaranhados, que o suor empastara, os olhos esmoreciam, sumidos, apagados — parecendo levar com a sua luz, para sempre, toda a luz e toda a esperança da terra...
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