Enquanto caminhava pelo campus, ocasionalmente olhando o mapa do mesmo no celular, Avery tirou alguns momentos para apreciar a arquitetura. A maioria das pessoas em Boston era muito acostumada à universidade, e por isso acabava esquecendo de toda a história do lugar. Avery podia vê-la na maioria dos prédios, bem como na atmosfera histórica do lugar—o gramado perfeito, os tijolos, árvores e marcos antigos.
Ela focou em tudo isso quando chegou ao prédio de Estudos Filosóficos. Henry Osborne era instrutor na escola de filosofia, especializado em Ética Aplicada e Filosofia da Linguagem. Quando entrou no prédio, Avery viu alguns estudantes apressados, aparentemente atrasados para as aulas das nove.
De acordo com a programação de Osborne, ele não teria aula até as 9:45 e deveria estar disponível em seu escritório até lá. Ela encontrou o escritório no final do segundo corredor de onde veio. A porta estava entreaberta e, quando olhou dentro, Avery viu um homem idoso sentado à frente de uma mesa, mexendo em alguns papeis.
Ela bateu levemente na porta e deu um passo adentro.
- Professor Osborne?
Ele olhou com um sorriso incerto. Quando percebeu que a mulher parada em sua porta provavelmente não era uma aluna, levantou-se e disse:
- Sim? Posso ajudar?
- Eu tentei ligar mais cedo, mas ninguém atendeu – Avery explicou.
- Sim, acho que eu estava com um aluno quando meu telefone tocou mais cedo. Mas então... O que eu posso fazer por você?
Avery colocou a mão no bolso do casaco e puxou seu distintivo.
- Sou a Detetive Avery Black, da polícia de Boston. Esperava que você pudesse ter alguns minutos para falar comigo sobre seus encontros com Howard Randall quando ele era professor aqui.
Osborne respirou exageradamente fundo, se afastando de sua mesa, frustrado.
- De jeito nenhum – ele disse. – Não tenho mais nada para dizer sobre aquele homem. Eu disse tudo o que precisava quando ele estava sendo julgado.
Avery tentou se lembrar do rosto de Osborne, imaginando se ele estivera em algum momento no primeiro julgamento de Howard... quando ela o libertara. Não conseguiu se lembrar, ainda que algo no rosto dele fosse familiar.
- Eu entendo – ela disse. – Mas como você sabe, ele escapou da prisão. E nós do A1 acreditamos que podem ter acontecido algumas coisas que podem significar que ele estaria pensando em fazer algo de novo.
- Isso é triste – Osborne disse. – Mas eu não vou oferecer mais nenhum minuto do meu tempo para esses horrores.
- Mas Professor Osborne—
- Não sei se tem outro jeito de dizer isso – Osborne irritou-se. – Você não vai ter nenhum segundo do meu tempo para falar sobre ele!
Avery quase respondeu com: Talvez você vai querer falar mais quando mais alguma garota aparecer morta. Mas ela se manteve quieta, aceitando. Se ele não queria falar, era direito dele.
- Obrigada – ela disse ao sair pela porta em direção ao corredor.
Ela quase se esquecera de quanto o caso de Howard Randall havia mexido com as pessoas em volta dele—colegas de trabalho, sua família distante e até alguns dos jurados na corte quando ele admitira os assassinatos, feliz. Avery imaginou que o estado atual de paranoia na cidade era mais uma prova do “efeito Howard”. Claramente, um estado que havia afetado Henry Osborne.
Avery levou um tempo para cruzar o campus até o escritório de Diana Carver, já que ainda tinha trinta e cinco minutos para esperar. Ela encontrou uma cafeteria, pegou uma cerveja forte e esperou do lado de fora do prédio de Carver—o do Departamento de Inglês—e ligou para Rose.
- Ei, mãe. Já terminou?
- Não. Só mais uma reunião rápida. Queria saber se houve algum movimento lá fora com a vigilância.
- Sim, os caras que estava aqui saíram há uns quarenta minutos. Tem outros caras ali agora.
- O mesmo carro? – Avery perguntou.
- Não. Um diferente. Um Honda. Mas não sei que modelo.
- Ok. Apenas... fique atenta. E se por alguma razão eles precisarem subir e falar com você, você me liga antes de abrir a porta, ok?
- Tudo bem, mãe... Você não vai se meter em confusão, vai?
- Claro que não – ela disse.
Ainda que estivesse pensando: Ainda não.
***
Avery encontrou o escritório de Diana Carver sem problemas. Ela entrou um pouco mais segura: já havia falado com Carver no telefone enquanto estava no táxi e Carver sabia o motivo da visita. Aparentemente, ela não era totalmente contra falar sobre Howard Randall, ainda que não parecesse totalmente animada com o assunto.
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