Eca de Queiros - Romancistas Essenciais - Eça de Queirós

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Romancistas Essenciais - Eça de Queirós: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temosEça de Queirós, o único romancista português a conquistar fama internacional em sua época – atualmente o autor já foi traduzido para mais de 70 idiomas. Em seu tempo ele era polêmico por críticar as instituições nacionais, o clero e os costumes da classe média em saus obras. Seu romance O Crime do Padre Amaro foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Crime do Padre Amaro.
– O Primo Basílio.

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O padre Amaro chegou a cadeira para ele, e falando baixo:

— Você percebe... Tenho estado a pensar, é assim esquisito estar em casa de duas mulheres, com uma rapariga...

— Ora, histórias! Que me vem você contar? Você é hóspede... Deixe- se disso, homem! É como quem está na hospedaria.

— Não, não, padre-mestre, eu cá me entendo...

E suspirou; desejava que o cônego o interrogasse, facilitasse as confidências.

— Então só hoje é que pensa nisso, Amaro?!

— É verdade, tenho estado a pensar hoje nisto. Tenho as minhas razões. - Ia a dizer: - Fiz uma tolice, - mas acanhou-se.

O cônego olhou para ele um momento:

— Homem! seja franco!

— Sou.

— Você acha aquilo caro?

— Não! disse o outro com uma negação impaciente.

— Bem, então é outra coisa...

— É. Você que quer? - E num tom magano, com que julgou agradar ao cônego: - A gente também gosta do que é bom...

— Bem, bem, disse o cônego rindo, percebo. Você, como eu sou amigo da casa, quer-me dizer por bons modos que tem nojo de tudo aquilo!

— Tolice! disse Amaro, erguendo-se, irritado de tanta obtusidade.

— Oh, homem! exclamou o cônego abrindo os braços. Você quer sair da casa? Por alguma é! Ora a mim parece-me que melhor...

— É verdade, é verdade, dizia Amaro que dava agora grandes passadas pela sala. Mas estou com esta ferrada! Veja você se me arranja uma casita barata com alguma mobília... Você entende melhor dessas coisas...

O cônego ficou calado, muito enterrado na poltrona, coçando devagar o queixo.

— Uma casita barata, rosnou por fim. Eu verei, eu verei... talvez.

— Você compreende, acudiu vivamente Amaro, chegando-se ao cônego. A casa da S. Joaneira...

Mas a porta rangeu, D. Josefa Dias entrou: e depois de conversarem sobre o jantar do abade, o catarro da pobre D. Maria da Assunção, a doença de fígado que ia minando o engraçado cônego Sanches - Amaro saiu, quase contente agora de se não "ter desabotoado com o padre-mestre".

O cônego ficou ainda ao pé do lume, ruminando. Aquela resolução de Amaro de deixar a casa da S. Joaneira era bem-vinda: quando ele o trouxera de hóspede para a Rua da Misericórdia, combinara com a S. Joaneira diminuir-lhe a mesada que havia anos lhe dava, regularmente, no dia 30. Mas arrependeu-se logo: a S. Joaneira, se não tinha hóspede, dormia só no primeiro andar: o cônego podia então saborear livremente os carinhos da sua velhota;- e Amélia na sua alcova, em cima, era alheia a este "conchegozinho". Quando veio o padre Amaro, a S. Joaneira cedeu-lhe o quarto, e dormia numa cama de ferro ao pé da filha: e o cônego então reconheceu, como ele disse, desconsolado - "que aquele arranjo tinha estragado tudo". Para gozar as doçuras da sesta com a sua S. Joaneira, era necessário que Amélia jantasse fora, que a Ruça estivesse na fonte, outras combinações importunas: e ele, cônego do cabido, na egoísta velhice, quando precisava ter recato com a sua saúde, via-se obrigado a esperar, a espreitar, a ter nos seus prazeres regulares e higiênicos as dificuldades dum colegial que ama a senhora professora. Ora se Amaro saísse, a S. Joaneira descia ao seu quarto, no primeiro andar; vinham as antigas comodidades, as tranquilas sestas. É verdade que tinha de dar a antiga mesada... Daria a mesada!

— Que diabo! ao menos está um homem à sua vontade, resumiu ele.

— Que está para aí o mano a falar só? perguntou a Sra. D. Josefa, despertando do quebranto em que ia caindo, ao pé do lume.

— Estava cá a ma1ucar como hei-de castigar a carne na quaresma - disse o cônego com um riso grosso.

A essa hora a Ruça chamava o padre Amaro para o chá: e ele subia devagar, com o coração pequenino, receando encontrar a S. Joaneira muito carrancuda, já informada do insulto. Achou só Amélia - que tendo-lhe sentido os passos na escada tomara rapidamente a costura, e, com a cabeça muito baixa, dava grandes agulhadas, vermelha como o lenço que abainhava para o cônego.

— Muito boa noite, menina Amélia.

— Muito boa noite, senhor pároco.

Amélia costumava sempre ter um olá! ou um ora viva! muito amável; aquela secura aterrou-o; disse-lhe logo muito perturbado:

— Menina Amélia, eu peço-lhe que me perdoe... Foi um atrevimento... Eu nem soube o que fiz... Mas acredite... Estou resolvido a sair daqui. Até já pedi ao Sr, cônego Dias que me arranjasse casa...

Falava com o rosto baixo - e não via Amélia erguer os olhos para ele, surpreendida e toda desconsolada.

Neste momento a S. Joaneira entrou, e logo da porta, abrindo os braços:

— Viva! Então já sei, já sei! Disse-me o Sr. padre Natário: grande jantar! Conte lá, conte lá!

Amaro teve de dizer os pratos, as pilhérias do Libaninho, a discussão teológica; depois falaram da fazenda: e Amaro desceu, sem se ter atrevido a dizer à S. Joaneira que ia deixar a casa, - o que era, coitada, para a pobre mulher, uma perda de seis tostões por dial

Na manhã seguinte o cônego foi a casa de Amaro, pela manhã, antes de ir ao coro. O pároco fazia a barba à janela:

— O1á, padre-mestre! Que há de novo?

— Parece-me que se arranja a coisa! E foi por acaso, esta manhã... Há uma casita lá para os meus lados, que é um achado. Era do major Nunes, que vai mudado para o 5.

Aquela precipitação desagradou a Amaro: perguntou, dando desconsoladamente o fio à navalha:

— Tem mobília?

— Tem mobília, tem louças, tem roupas, tem tudo.

— Então...

— Então é entrar e começar a gozar. E aqui para nós, Amaro, você tem razão. Estive a pensar no caso... É melhor para você viver só. De modo que vista-se, e vamos ver a casita.

Amaro, calado, rapava a cara com desespero.

A casa era na Rua das Sousas, de um andar, muito velha, com a madeira carunchosa: a mobília, como disse o cônego, "podia passar a veteranos"; algumas litografias desbotadas pendiam lugubremente de grandes pregos negros; e o imundo major Nunes deixara os vidros quebrados, os soalhos todos escarrados, as paredes riscadas de fósforos, e até sobre um poial da janela duas peúgas quase negras.

Amaro aceitou a casa. E nessa mesma manhã o cônego ajustou-lhe uma criada, a Sra. Maria Vicência, pessoa muito devota, alta e magra como um pinheiro, antiga cozinheira do doutor Godinho. E (como considerou o cônego Dias) era a própria irmã da famosa Dionísia!

A Dionísia fora outrora a Dama das Camélias, a Ninon de Lenclos, a Manon de Leiria: gozara a honra de ser concubina de dois governadores civis e do terrível morgado da Sertejeira; e as paixões frenéticas que inspirara tinham sido para quase todas as mães de família de Leiria causa de lágrimas e de fanicos. Agora engomava para fora, encarregava-se de empenhar objetos, entendia muito de partos, protegia "o rico adulteriozinho" segundo a singular expressão do velho D. Luís da Barrosa, cognominado o infame, fornecia lavradeirinhas aos senhores empregados públicos, sabia toda a história amorosa do distrito. E via-se sempre na rua a Dionísia com o seu xale de xadrez traçado, o pesado seio tremendo dentro dum chambre sujo, o passinho discreto e os antigos sorrisos - mas a que faltavam já os dois dentes de diante.

O cônego logo nessa tarde deu parte à S. Joaneira da resolução de Amaro. Foi um grande espanto para a excelente senhora! Queixou-se, com amargura, da ingratidão do senhor pároco.

O cônego tossiu grosso e disse:

— Escute, senhora. Fui eu que arranjei a coisa. E eu lhe digo por quê: é que este arranjo do quarto em cima, etc., está-me a arrasar a saúde.

Deu outras razões de prudência higiênica, e acrescentou passando-lhe com bondade os dedos pelo pescoço:

— E o que é perder a conveniência, não se aflija a senhora! Eu darei para a panela como dantes; e como a colheita foi boa porei mais meia moeda para os arrebiques da pequena. Ora venha de lá uma beijoca, Augustinha, sua brejeira! E ouça, como-lhe cá as sopas.

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