Eca de Queiros - Romancistas Essenciais - Eça de Queirós

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Romancistas Essenciais - Eça de Queirós: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temosEça de Queirós, o único romancista português a conquistar fama internacional em sua época – atualmente o autor já foi traduzido para mais de 70 idiomas. Em seu tempo ele era polêmico por críticar as instituições nacionais, o clero e os costumes da classe média em saus obras. Seu romance O Crime do Padre Amaro foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Crime do Padre Amaro.
– O Primo Basílio.

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— Feirão, excelentíssimo senhor.

— Feirão?... disse o ministro estranhando o nome.

— Na Serra da Gralheira, informou logo o outro sujeito, ao lado.

Era um homem magro, entalado numa sobrecasaca azul, muito branco de pele, com soberbas suíças dum negro de tinta, e um admirável cabelo lustroso de pomada, apartado até ao cachaço numa risca perfeita.

— Enfim, resumiu o conde, um horror! Na serra, uma freguesia pobre, sem distrações, com um clima horrível...

— Eu meti já requerimento, excelentíssimo senhor, arriscou Amaro timidamente.

— Bem, bem, afirmou o ministro. Há-de arranjar-se, — e mascava o seu charuto.

— É uma justiça, disse o conde. Mais, é uma necessidade! Os homens novos e ativos devem estar nas paróquias difíceis, nas cidades... É claro! Mas não; olhe, lá ao pé da minha quinta, em Alcobaça, há um velho, um gotoso, um padre-mestre antigo, um imbecil!... Assim perde-se a fé.

— É verdade, disse o ministro, mas essas colocações nas boas paróquias devem naturalmente ser recompensas dos bons serviços. É necessário o estímulo...

— Perfeitamente, replicou o conde; mas serviços religiosos, profissionais, serviços à Igreja, não serviços aos governos.

O homem das soberbas suíças negras teve um gesto de objeção.

— Não acha? perguntou-lhe o conde.

— Respeito muito a opinião de vossa excelência, mas se me permite... Sim, digo eu, os párocos na cidade são-nos dum grande serviço nas crises eleitorais. Dum grande serviço!

— Pois sim. Mas...

— Olhe vossa excelência, continuou ele, sôfrego da palavra. Olhe vossa excelência em Tomar. Por que perdemos? Pela atitude dos párocos. Nada mais.

O conde acudiu:

— Mas perdão, não deve ser assim; a religião, o clero não são agentes eleitorais.

— Perdão.., queria interromper o outro.

O conde suspendeu-o, com um gesto firme; e gravemente, em palavras pausadas, cheias da autoridade dum vasto entendimento:

— A religião, disse ele, pode, deve mesmo auxiliar os governos no seu estabelecimento, operando, por assim dizer, como freio...

— Isso, isso! murmurou arrastadamente o ministro, cuspindo películas mascadas de charuto.

— Mas descer às intrigas, continuou o conde devagar, aos imbróglios ... Perdoe-me meu caro amigo, mas não é dum cristão.

— Pois sou-o, senhor conde, exclamou o homem das suíças soberbas. Sou-o a valer! Mas também sou liberal. E entendo que no governo representativo... Sim, digo eu... com as garantias mais sólidas...

— Olhe, interrompeu o conde, sabe o que isso faz? Desacredita o clero, e desacredita a política.

— Mas são ou não as maiorias um princípio sagrado ? Gritava rubro o das suíças, acentuando o adjetivo.

— São um principio respeitável .

— Upa! upa, excelentíssimo senhor! Upa!

O padre Amaro escutava, imóvel.

— Minha mulher há-de querer vê-lo, disse-lhe então o conde. E dirigindo-se a um reposteiro que levantou: — Entre. É o Sr. padre Amaro, Joana!

Era uma sala forrada de papel branco acetinado, com móveis estofados de casimira clara. Nos vãos das janelas, entre as cortinas de pregas largas duma fazenda adamascada cor de leite, apanhadas quase junto do chão por faixas de seda, arbustos delgados, sem flor, erguiam em vasos brancos a sua folhagem fina. Uma meia-luz fresca dava a todas aquelas alvuras um tom delicado de nuvem. Nas costas duma cadeira uma arara empoleirada, firme num só pé negro, coçava vagarosamente, com contrações aduncas, a sua cabeça verde. Amaro, embaraçado, curvou-se logo para um canto do sofá, onde viu os cabelinhos louros e frisados da senhora condessa que lhe enchiam vaporosamente a testa, e os aros de ouro da sua luneta reluzindo. Um rapaz gordo, de face rechonchuda, sentado diante dela numa cadeira baixa, com os cotovelos sobre os joelhos abertos, ocupava-se em balançar, como um pêndulo, um pince-nez de tartaruga. A condessa tinha no regaço uma cadelinha, e com a sua mão seca e fina cheia de veias, acamava-lhe o pêlo branco como algodão.

— Como está, Sr. Amaro? — A cadela rosnou. — Quieta, Jóia . Sabe que já falei no seu negócio? Quieta, Jóia ... O ministro está ali.

— Sim, minha senhora, disse Amaro, de pé.

— Sente-se aqui, Sr. padre Amaro.

Amaro pousou-se à beira dum fauteuil , com o seu guarda-sol na mão, — e reparou então numa senhora alta que estava de pé, junto do piano, falando com um rapaz louro.

— Que tem feito estes dias, Amaro? disse a condessa. Diga-me uma coisa: sua irmã?

— Está em Coimbra, casou.

— Ah! casou! disse a condessa, fazendo girar os seus anéis.

Houve um silêncio. Amaro, de olhos baixos, passava, com um gesto embaraçado e errante, os dedos pelos beiços.

— O Sr. padre Liset está para fora? perguntou.

— Está em Nantes. Tinha uma irmã a morrer, disse a condessa. — Está o mesmo sempre: muito amável, muito doce. É a alma mais virtuosa!...

— Eu prefiro o padre Félix, disse o rapaz gordo, estirando as pernas.

— Não diga isso, primo! Jesus, brada aos Céus! Pois então, o padre Liset, tão respeitável!... E depois outras maneiras de dizer as coisas, com uma bondade... Vê-se que é um coração delicado...

— Pois sim, mas o padre Félix...

— Ai, nem diga isso! Que o padre Félix é uma pessoa de muita virtude, decerto; mas o padre Liset tem uma religião mais... — e com um gesto delicado procurava a palavra: — mais fina, mais distinta... Enfim, vive com outra gente. — E sorrindo para Amaro: — Pois não acha?

Amaro não conhecia o padre Félix, não se recordava do padre Liset.

— Já é velho o Sr. padre Liset, observou ao acaso.

— Crê? disse a condessa. Mas muito bem conservado! E que vivacidade, que entusiasmo!... Ai, é outra coisa! — E voltando-se para a senhora que estava junto do piano: — Pois não achas, Teresa?

— Já vou, respondeu Teresa, toda absorvida.

Amaro afirmou-se então nela. Pareceu-lhe uma rainha, ou uma deusa, com a sua alta e forte estatura, uma linha de ombros e de seio magnífica; os cabelos pretos um pouco ondeados destacavam sobre a palidez do rosto aquilino semelhante ao perfil dominador de Maria Antonieta; o seu vestido preto, de mangas curtas e decote quadrado, quebrava, com as pregas da cauda muito longa toda adornada de rendas negras, o tom monótono das alvuras da sala; o colo, os braços estavam cobertos por uma gaze preta, que fazia aparecer através da brancura da carne; e sentia-se nas suas formas a firmeza dos mármores antigos, com o calor dum sangue rico.

Falava baixo, sorrindo, numa língua áspera que Amaro não compreendia, cerrando e abrindo o seu leque preto — e o rapaz louro, bonito, escutava-a retorcendo a ponta de um bigode fino, com um quadrado de vidro entalado no olho.

— Havia muita devoção na sua paróquia, Sr. Amaro? perguntava, no entanto, a condessa.

— Muita, muito boa gente.

— É onde ainda se encontra alguma fé, é nas aldeias, considerou ela com um tom piedoso. — Queixou-se da obrigação de viver na cidade, nos cativeiros do luxo: desejaria habitar sempre na sua quinta de Carcavelos, rezar na pequena capela antiga, conversar com as boas almas da aldeia! — e a sua voz tornara-se terna.

O rapaz rechonchudo ria-se:

— Ora, prima! dizia, ora, prima! — Não, ele, se o obrigassem a ouvir missa, numa capelinha de aldeia, até lhe parecia que perdia a fé!... Não compreendia, por exemplo, a religião sem música... Era lá possível uma festa religiosa, sem uma boa voz de contralto?

— Sempre é mais bonito, disse Amaro.

— Está claro que é. É outra coisa! Tem cachet ! Ó prima, lembra-se daquele tenor... como se chamava ele? O Vidalti! Lembra-se do Vidalti, na quinta-feira de Endoenças, nos Inglesinhos? O tantum ergo ?

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