Infelizmente, muito em breve descobrimos de termos caído numa armadilha e que, talvez, a mesma descida nos tinha atraído a si porque a tínhamos percorrido sem tão-pouco pensar em possíveis caminhos alternativos. Tínhamos sido iludidos pelo declive, atraídos como abelhas em flores lindas e perigosas, e agora não tínhamos uma outra possibilidade: podíamos apenas esperar para sobreviver.
Esperava com paciência preparando os seus esquemas… esperava como se espera a própria presa, esperava sempre tecendo o fio, e como esperava ele esperavam todos os seus amigos ali em volta. Tinham um instinto primordial para com as presas e mesmo eles tinham uma especial predilecção pelas carnes humanas. Os humanos, tão tenros e rosados, criaturas muitas vezes implumes mas tenros e macios; com apenas quatro membros, estranhamente bípedes, estranhamente lentos, com reflexos muito retardados.
Eram uma colónia de aranhas, Aracnídeos primordiais, peludos e orgulhosos das próprias capacidades de tecer e preparar as armadilhas. Não se davam o cuidado de esconder-se tanto assim, visto que as trincheiras onde viviam garantiam um bom esconderijo. Estes eram construídos com arreia escura, um simples buraco onde as aranhas teciam e se escondiam debaixo da terra. De noite a situação tornava-se inquietante.
Apareciam azulados e eram unidos, agressivos, enormes como metade do punho, rapidíssimos e orgulhosos pela sua velocidade.
AS ARANHAS DO FIM DO MUNDO
Eram chamados as aranhas do fim do mundoporque quem sobrevivia à sua mordidela muitas vezes sentia fortes dores e alucinações intensas que o levavam a crer de ter sobrevivido a uma catástrofe nuclear.
As teias de aranhas eram espessos e palpáveis e espaçadamente pareciam tão compactas para dar a ideia, ao toque, de ser plástico branco.
Esperavam os humanos e se divertiam torturando e assustando-os, mas nem sempre matavam.
No fundo do longo declive encontramos uma passagem: uma abertura. A saída apareceu-nos luminosa porque tínhamos ficado durante longo, longo tempo na escuridão.
Saídos daquele canal de escoamento, daquele emaranhado labirinto, estávamos exaustos mas não conseguimos cessar a nossa corrida a tempo, porque o inicio das trincheiras estava também ele em declive. Vimo-nos tão cobertos de teias de aranha, e para mim foi realmente perigoso e repugnante.
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