Eca de Queiros - Romancistas Essenciais - Eça de Queirós

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Romancistas Essenciais - Eça de Queirós: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temosEça de Queirós, o único romancista português a conquistar fama internacional em sua época – atualmente o autor já foi traduzido para mais de 70 idiomas. Em seu tempo ele era polêmico por críticar as instituições nacionais, o clero e os costumes da classe média em saus obras. Seu romance O Crime do Padre Amaro foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Crime do Padre Amaro.
– O Primo Basílio.

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Dois meses depois soube-se em Leiria que estava nomeado outro pároco. Dizia-se que era um homem muito novo, saído apenas do seminário. O seu nome era Amaro Vieira. Atribuía-se a sua escolha a influências políticas, e o jornal de Leiria, A Voz do Distrito , que estava na oposição, falou com amargura, citando o Gólgota , no favoritismo da corte e na reação clerical . Alguns padres tinham-se escandalizado com o artigo; conversou-se sobre isso, acremente, diante do senhor chantre.

— Não, não, lá que há favor, há; e que o homem tem padrinhos, tem — disse o chantre. — A mim quem me escreveu para a confirmação foi o Brito Correia (Brito Correia era então ministro da Justiça).

Até me diz na carta que o pároco é um belo rapagão. De sorte que — acrescentou sorrindo com satisfação — depois de Frei Hércules vamos talvez ter Frei Apolo .

Em Leiria havia só uma pessoa que conhecia o pároco novo: era o cônego Dias, que fora nos primeiros anos do seminário seu mestre de Moral. No seu tempo, dizia o cônego, o pároco era um rapaz franzino, acanhado, cheio de espinhas carnais...

— Parece que o estou a ver com a batina muito coçada e cara de quem tem lombrigas!... De resto bom rapaz! E espertote...

O cônego Dias era muito conhecido em Leiria. Ultimamente engordara, o ventre saliente enchia-lhe a batina e a sua cabecinha grisalha, as olheiras papudas, o beiço espesso faziam lembrar velhas anedotas de frades lascivos e glutões.

O tio Patrício, o Antigo , negociante da Praça, muito liberal e que quando passava pelos padres rosnava como um velho cão de fila, dizia às vezes ao vê-lo atravessar a Praça, pesado, ruminando a digestão, encostado ao guarda-chuva:

— Que maroto! Parece mesmo D. João VI!

O cônego vivia só com uma irmã velha, a Sra. D. Josefa Dias, e uma criada, que todos conheciam também em Leiria, sempre na rua, entrouxada num xale tingido de negro, e arrastando pesadamente as suas chinelas de ourelo. O cônego Dias passava por ser rico; trazia ao pé de Leiria propriedades arrendadas, dava jantares com peru, e tinha reputação o seu vinho duque de 1815. Mas o fato saliente da sua vida — o fato comentado e murmurado — era a sua antiga amizade com a Sra. Augusta Caminha, a quem chamavam a S. Joaneira, por ser natural de S. João da Foz. A S. Joaneira morava na Rua da Misericórdia, e recebia hóspedes. Tinha uma filha, a Ameliazinha, rapariga de vinte e três anos, bonita, forte, muito desejada.

O cônego Dias mostrara um grande contentamento com a nomeação de Amaro Vieira. Na botica do Carlos, na Praça, na sacristia da Sé, exaltou os seus bons estudos no seminário, a sua prudência de costumes, a sua obediência: gabava-lhe mesmo a voz: "um timbre que é um regalo."

— Para um bocado de sentimento nos sermões da Semana Santa, está a calhar!

Predizia-lhe com ênfase um destino feliz, uma conezia decerto, talvez a glória de um bispado!

E um dia, enfim, mostrou com satisfação ao coadjutor da Sé, criatura servil e calada, uma carta que recebera de Lisboa de Amaro Vieira.

Era uma tarde de Agosto e passeavam ambos para os lados da Ponte Nova. Andava então a construir-se a estrada da Figueira: o velho passadiço de pau sobre a ribeira do Lis tinha sido destruído, já se passava sobre a Ponte Nova, muito gabada, com os seus dois largos arcos de pedra, fortes e atarracados. Para diante as obras estavam suspendidas por questões de expropriação; ainda se via o lodoso caminho da freguesia de Marrazes, que a estrada nova devia desbastar e incorporar; camadas de cascalho cobriam o chão; e os grossos cilindros de pedra, que acalcam e recamam os macadames, enterravam-se na terra negra e úmida das chuvas.

Em roda da Ponte a paisagem é larga e tranqüila. Para o lado de onde o rio vem são colinas baixas, de formas arredondadas, cobertas da rama verde-negra dos pinheiros novos; embaixo, na espessura dos arvoredos, estão os casais que dão àqueles lugares melancólicos uma feição mais viva e humana — com as suas alegres paredes caiadas que luzem ao sol, com os fumos das lareiras que pela tarde se azulam nos ares sempre claros e lavados. Para o lado do mar, para onde o rio se arrasta nas terras baixas entre dois renques de salgueiros pálidos, estende-se até os primeiros areais o campo de Leiria, largo, fecundo, com o aspecto de águas abundantes, cheio de luz. Da Ponte pouco se vê da cidade; apenas uma esquina das cantarias pesadas e jesuíticas da Sé, um canto do muro do cemitério coberto de parietárias, e pontas agudas e negras dos ciprestes; o resto está escondido pelo duro monte ouriçado de vegetações rebeldes, onde destacam as ruínas do Castelo, todas envolvidas à tarde nos largos vôos circulares dos mochos, desmanteladas e com um grande ar histórico.

Ao pé da Ponte, uma rampa desce para a alameda que se estende um pouco à beira do rio. É um lugar recolhido, coberto de árvores antigas. Chamam-lhe a Alameda Velha. Ali, caminhando devagar, falando baixo, o cônego consultava o coadjutor sobre a carta de Amaro Vieira, e sobre uma idéia que ela lhe dera, que lhe parecia de mestre! De mestre! Amaro pedia-lhe com urgência que lhe arranjasse uma casa de aluguel, barata, bem situada, e se fosse possível mobilada ; falava sobretudo de quartos numa casa de hóspedes respeitável. "Bem vê o meu caro padre-mestre, dizia Amaro, que era isto o que verdadeiramente me convinha; eu não quero luxos, está claro: um quarto e uma saleta seria o bastante. O que é necessário é que a casa seja respeitável, sossegada, central, que a patroa tenha bom gênio e que não peça mundos e fundos; deixo tudo isto à sua prudência e capacidade, e creia que todos estes favores não cairão em terreno ingrato. Sobretudo que a patroa seja pessoa acomodada e de boa língua."

— Ora a minha idéia, amigo Mendes, é esta: metê-lo em casa da S. Joaneira ! resumiu o cônego com um grande contentamento. É rica idéia, hem !

— Soberba idéia, disse o coadjutor com a sua voz servil.

— Ela tem o quarto de baixo, a saleta pegada e o outro quarto que pode servir de escritório. Tem boa mobília, boas roupas...

— Ricas roupas, disse o coadjutor com respeito.

O cônego continuou:

— É um belo negócio para a S. Joaneira : dando os quartos, roupas, comida, criada, pode muito bem pedir os seus seis tostões por dia. E depois sempre tem o pároco de casa.

— Por causa da Ameliazinha é que eu não sei — considerou timidamente o coadjutor. — Sim, pode ser reparado. Uma rapariga nova... Diz que o senhor pároco é ainda novo... Vossa senhoria sabe o que são línguas do mundo.

O cônego tinha parado:

— Ora histórias! Então o padre Joaquim não vive debaixo das mesmas telhas com a afilhada da mãe? E o cônego Pedroso não vive com a cunhada, e uma irmã da cunhada, que é uma rapariga de dezenove anos? Ora essa!

— Eu dizia... atenuou o coadjutor.

— Não, não vejo mal nenhum. A S. Joaneira aluga os seus quartos, é como se fosse uma hospedaria. Então o secretário-geral não esteve lá uns poucos de meses?

— Mas um eclesiástico... insinuou o coadjutor.

— Mais garantias, Sr. Mendes, mais garantias! exclamou o cônego. E parando, com uma atitude confidencial: — E depois a mim é que me convinha, Mendes! A mim é que me convinha, meu amigo!

Houve um pequeno silêncio. O coadjutor disse, baixando a voz:

— Sim, vossa senhoria faz muito bem à S. Joaneira...

— Faço o que posso, meu caro amigo, faço o que posso, disse o cônego. E com uma entonação terna, risonhamente paternal: — que ela é merecedora! é merecedora. Boa até ali, meu amigo! — Parou, esgazeando os olhos: — Olhe que dia em que eu não lhe apareça pela manhã às nove em ponto, está num frenesi! Oh criatura! digo -lhe eu, a senhora rala-se sem razão. Mas então, é aquilo! Pois quando eu tive a cólica o ano passado! Emagreceu, Sr. Mendes! E depois não há lembrança que não tenha! Agora, pela matança do porco, o melhor do animal é para o padre santo , você sabe? é como ela me chama.

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