August Nemo - Romancistas Essenciais - Camilo Castelo Branco

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Romancistas Essenciais - Camilo Castelo Branco: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Camilo Castelo Branco, escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes do romantismo em língua portuguesa.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– Amor de Perdição.
– A Brasileira de Prazins.

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Teresa, apesar da sua dor, não pôde reprimir uma risada, lembrando-se da vida de Deus com os anjos que as esposas do Senhor ali viviam, no dizer da madre prioresa.

Pouco depois, entrou a prelada com a ceia, e saíram as duas freiras.

— Que lhe pareceram as duas religiosas que ficaram com a menina? - disse ela a Teresa.

— Pareceram-me muito bem.

A velha distendeu os beiços matizados de meandros de esturrinho líquido, e regougou:

— Hum!... Está feito, está feito!... Ainda não são das piores; mas, se fossem melhores, não se perdia nada... Ora vamos a isto, menina; aqui tem duas pernas de galinha e um caldo que o podem comer os anjos.

— Eu não como nada, minha senhora - disse Teresa.

— Ora essa! Não come nada?! Há de comer; sem comer ninguém resiste. Paixões... que as leve o porco-sujo!... As mulheres é que ficam logradas, e eles não têm que perder!... Que eu, cá de mim, até ao presente, Deus louvado, não sei o que sejam paixões; mas quem tem cinqüenta e cinco anos de convento, tem muita experiência do que vê penar às outras doidivanas. E, para não ir mais longe, estas duas que daqui saíram têm pagado bem o seu tributo à asneira, Deus me perdoe, se peco. A organista tem já os seus quarenta bons, e ainda vai ao locutório derreter-se em finezas; a outra, apesar de ser mestra de noviças, à falta doutra que quisesse sê-lo, se eu lhe não andasse com o olho em cima, estragava-me as raparigas.

Este edificante discurso de caridade foi interrompido pela madre escrivã, que vinha, palitando os dentes, pedir à prelada um copinho de certo vinho estomacal com que todas as noites era brindada.

— Estava eu a dizer a esta menina as peças que são a organista e a mestra - disse a prioresa.

— Oh! são para o que eu lhe prestar! Lá foram ambas para a cela da porteira. A esta hora está a menina a ser cortada por aquelas línguas, que não perdoam a ninguém.

— Vais tu ver se ouves alguma coisa, minha flor? - disse a prelada.

A escrivã, contente da missão, foi imperceptivelmente ao longo dos dormitórios até parar a uma porta, que não vedava o ruído estridente das risadas.

No entanto, dizia a prelada a Teresa:

— Esta escrivã não é má rapariga. Só tem o defeito de se tomar da pingoleta; depois, não há quem a ature. Tem uma boa tença, mas gasta tudo em vinho, e tem ocasiões de entrar no coro a fazer ss que é mesmo uma desgraça. Não tem outro defeito; é uma alma lavada, e amiga da sua amiga. ~ verdade, que, às vezes... (aqui a prelada ergueu-se a escutar nos dormitórios, e fechou por dentro a porta); é verdade que, às vezes, quando anda azoratada, dá por paus e por pedras, e descobre os defeitos das suas amigas. A mim já ela me assacou um aleive, dizendo que eu, quando saía a ares, não ia só a ares, e andava por lá a fazer o que fazem as outras. Forte pouca vergonha! Lá que outra falasse, vá; mas ela, que tem sempre uns namorados pandílhas que bebem com ela na grade, isso lá me custa; mas, enfim, não há ninguém perfeito!... Boa rapariga é ela... se não fosse aquele maldito vício...

Como tocasse ao coro nesta ocasião, a veneranda prioresa bebeu o segundo cálice do vinho estomacal, e disse a Teresa que a esperasse um quarto de hora, que ela ia ao coro, e pouco se demoraria. Tinha ela saído, quando a escrivã entrou a tempo que Teresa, com as mãos abertas sobre a face, dizia em si: "Um convento, meu Deus! Isto é que é um convento?"

— Está sozinha? - disse a escrivã.

— Estou, minha senhora.

— Pois aquela grosseira vai-se embora, e deixa uma hóspeda sozinha?! Bem se vê que é filha de funileiro!... Pois tinha tempo de ter prática do mundo, que tem andado por lá que farte... Eu havia de ir ao coro... Mas não vou, para lhe fazer companhia, menina.

— Vá, vá minha senhora, que eu fico bem sozinha - disse Teresa, com a esperança de poder desafogar em lágrimas a sua aflição.

— Não vou, ....... A menina aqui estarrecia de medo; mas a prelada não tarda aí. Ela, se pode escapar-se do coro, não para lá muito tempo. Apostar que ela lhe esteve a falar mal de mim?

— Não, minha senhora, pelo contrário...

— Ora, diga a verdade, menina! Eu sei que esta cegonha não fala bem de ninguém. Para ela tudo são libertinas e bêbedas.

— Nada, não, minha senhora; nada me disse a respeito de alguma freira,

— E, se disse, deixá-la dizer. Ela o vinho não o bebe, suga-o; é uma esponja viva. Enquanto à libertinagem, tomara eu tantos mil cruzados como de amantes ela tem tido! Faz lá uma pequena idéia, menina!...

A escrivã bebeu um cálice do vinho da sua prelada, e continuou:

— Faz lá uma pequena idéia! Ela é velhíssima como a sé. Quando eu professei, já ela era velha como agora, com pouca diferença. Ora eu sou freira há vinte e seis anos. Calcule a menina quantas arrobas de esturrínho ela tem atulhado naqueles narizes! Pois olhe, quer me creia, quer não, tenho-lhe conhecido mais de uma dúzia de chichisbéus, não falando do padre capelão, que esse ainda agora lhe fornece a garrafeira, à nossa custa, entende-se. É uma dissipadora dos rendimentos da casa. Eu, que sou escrivã, é que sei o que ela rouba. Eu tenho imensa pena de ver a menina hospedada em casa desta hipócrita. Não se deixe levar das imposturices dela, meu anjinho. Eu sei que seu pai lhe mandou falar, e a encarregou de a não deixar escrever, nem receber cartas; mas olhe, minha filha, se quiser escrever, eu dou-lhe tinteiro, papel, obreias e o meu quarto, se para lá quiser ir escrever. Se tem alguém que lhe escreva, diga-lhe que mande as cartas em meu nome; eu chamo-me Dionísia da Imaculada Conceição.

— Muit9 agradecida, minha senhora - disse Teresa, animada pelo oferecimento. - Quem me dera poder mandar um recado a uma pobre que mora no beco do...

— O que quiser, menina. Eu mando lá logo que for dia. Esteja descansada. Não se fie de alguém, senão de mim. Olhe que a mestra de noviças e a organista são duas falsas. Não lhes dê trela, que, se as admite à sua confiança, está perdida. Ai vem a lesma... Falemos noutra coisa...

A prelada vinha entrando, e a escrivã prosseguiu assim:

— Não há, não há nada mais agradável que a vida do convento quando se tem a fortuna de ter uma prelada como a nossa... Aí! eras tu, menina? Olha se estivéssemos a falar mal de ti!

— Eu sei que tu nunca falas mal de mim - disse a prelada, piscando o olho a Teresa. - Aí está essa menina que diga o que eu lhe estive a dizer das tuas boas qualidades...

— Pois o que eu disse de ti - respondeu sóror Dionísia da Imaculada Conceição - não precisas de perguntar porque felizmente ouviste o que eu estava dizendo. Oxalá que se pudesse dizer o mesmo das outras que desonram a casa, e trazem aqui tudo intrigado numa meada, que é mesmo coisa de pecado!

— Então não vais ao coro, Nini? - tornou a prioresa.

— Já agora é tarde... Tu absolves-me da falta, sim?

— Absolvo, absolvo; mas dou-te como penitência beberes um copinho...

— Do estomacal?

— Pudera!

Dionisia cumpriu a penitência, e saiu para, dizia ela deixar a prelada na sua hora de oração.

Não delongaremos esta amostra do evangélico e exemplar viver do convento onde Tadeu de Albuquerque mandara sua filha a respirar o puríssimo ar dos anjos, enquanto se lhe preparava crisol mais depurador dos sedimentos do vício no convento de Manchique.

Encheu-se o coração de Teresa de amargura e nojo naquelas duas horas de vida conventual. Ignorava ela que o mundo tinha daquilo. Ouvira falar dos mosteiros como de um refúgio da virtude, da inocência e das esperanças imorredoiras. Algumas cartas lera de sua tia, prelada em Monchique, e por elas formara conceito do que devia ser uma santa. Daquelas mesmas dominicanas, em cuja casa estava, ouvira dizer às velhas e devotas fidalgas de Víseu virtudes, maravilhas de caridade, e até milagres. Que desilusão tão triste e, ao mesmo tempo, que ânsia de fugir dali!

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