August Nemo - Romancistas Essenciais - Lima Barreto

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Romancistas Essenciais - Lima Barreto: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Lima Barreto, um jornalista e escritor que publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX. A maior parte de sua obra foi redescoberta e publicada em livro após sua morte por meio do esforço de Francisco de Assis Barbosa e outros pesquisadores, levando-o a ser considerado um dos mais importantes escritores brasileiros.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– Triste Fim de Policarpo Quaresma.
– Isaías Caminha.

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— Não te assustes por isso. A coisa vai naturalmente, não é preciso violências...

Nisto Ricardo Coração dos Outros entrou com o seu longo e rabudo fraque de sarja e o seu violão encapotado em camurça. O major fez as apresentações.

— Já o conhecia de nome, Senhor Ricardo, disse Olga.

Coração dos Outros encheu-se de um alvissareiro contentamento. A sua fisionomia minguada dilatou-se ao brilho do seu olhar satisfeito; e a sua cútis que era ressecada e de um tom de velho mármore, como que ficou macia e jovem. Aquela moça parecia rica, era fina e bonita, conhecia-o - que satisfação! Ele que era sempre um tanto parvo e atrapalhado, quando se encontrava diante das moças, fossem de que condição fossem, animava-se, soltava a língua, amaciava a voz e ficava numeroso e eloqüente.

— Leu então os meus versos, não é, minha senhora?

— Não tive esse prazer, mas li, há meses, uma apreciação sobre um trabalho seu.

— No Tempo, não foi?

— Foi.

— Muito injusta! acrescentou Ricardo. Todos os críticos se atêm a essa questão de metrificação. Dizem que os meus versos não são versos... São, sim, mas são versos para violão. Vossa Excelência sabe que os versos para música têm alguma coisa de diferente dos comuns, não é? Não há, portanto, nada a admirar que os meus versos, feitos para o violão, sigam outra métrica e outro sistema, não acha?

— Decerto, disse a moça. Mas parece-me que o Senhor faz versos para a música e não música para os versos.

E ela sorriu devagar, enigmaticamente, deixando parado o seu olhar luminoso, enquanto Ricardo, desconfiado, lhe sondava a intenção com os seus olhinhos vivos e miúdos de camundongo.

Quaresma, que até ali se conservava calado, interveio:

— O Ricardo, Olga, é um artista... Tenta e trabalha para levantar o violão.

— Eu sei, padrinho. Eu sei...

— Entre nós, minha senhora, falou Coração dos Outros, não se levam a sério essas tentativas nacionais, mas, na Europa, todos respeitam e auxiliam... Como é que se chama, major, aquele poeta que escreveu em francês popular?

— Mistral, acudiu Quaresma, mas não é francês popular; é o provençal, uma verdadeira língua.

— Sim, é isso, confirmou Ricardo. Pois o Mistral não é considerado, respeitado? Eu, no tocante ao violão, estou fazendo o mesmo.

Olhou triunfante para um e outro circunstante; e Olga dirigindo-se a ele, disse:

— Continue na tentativa, Senhor Ricardo, que é digno de louvor.

— Obrigado. Fique certa, minha senhora, que o violão é um belo instrumento e tem grandes dificuldades. Por exemplo...

— Qual! Interroumpeu Quaresma abruptamente. Há outros mais difíceis.

— O piano? perguntou Ricardo.

— Que piano! O maracá, a inúbia.

— Não conheço.

— Não conheces? É boa! Os instrumentos mais nacionais possíveis, os únicos que o são verdadeiramente; instrumentos dos nossos antepassados, daquela gente valente que se bateu e ainda se bate pela posse desta linda terra. Os caboclos!

— Instrumento de caboclo, ora! disse Ricardo.

— De caboclo! Que é que tem? O Léry diz que são muito sonoros e agradáveis de ouvir... Se é por ser de caboclo, o violão também não vale nada. - é um instrumento de capadócio.

— De capadócio, major! Não diga isso...

E os dois ainda discutiram acaloradamente diante da moça, surpresa, espantada, sem atinar, sem explicação para aquela inopinada transformação de gênio do seu padrinho, até ali tão sossegado e tão calmo.

Capítulo III: A notícia do Genelício

Então quando se casa, Dona Ismênia?

— Em março. Cavalcânti já está formado e...

Afinal a filha do general pôde responder com segurança à pergunta que se lhe vinha fazendo há quase cinco anos. O noivo finalmente encontrara o fim do curso de dentista e marcara o casamento para dai a três meses. A alegria foi grande na família; e, como em tal caso, uma alegria não podia passar sem um baile, uma festa foi anunciada para o sábado que se seguia ao pedido da pragmática.

As irmãs da noiva, Quinota, Zizi, Lalá e Vivi, estavam mais contentes que a irmã nubente. Parecia que ela lhes ia deixar o caminho desembaraçado, e fora a irmã quem até ali tinha impedido que se casassem.

Noiva havia quase cinco anos, Ismênia já se sentia meio casada. Esse sentimento junto à sua natureza pobre fê-la não sentir um pouco mais de alegria. Ficou no mesmo. Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma idéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo. Desde menina, ouvia a mamãe dizer: "Aprenda a fazer isso, porque quando você se casar"... ou senão: "Você precisa aprender a pregar botões, porque quando você se casar..."

A todo instante e a toda hora, lá vinha aquele - "porque, quando você se casar..." - e a menina foi se convencendo de que toda a existência só tendia para o casamento. A instrução, as satisfações íntimas, a alegria, tudo isso era inútil; a vida se resumia numa coisa: casar.

De resto, não era só dentro de sua família que ela encontrava aquela preocupação. No colégio, na rua, em casa das famílias conhecidas, só se falava em casar. "Sabe, Dona Maricota, a Lili casou-se, não fez grande negócio, pois parece que o noivo não é lá grande coisa"; ou então: "A Zezé está doida para arranjar casamento, mas é tão feia, meu Deus!..."

A vida, o mundo, a variedade intensa dos sentimentos, das idéias, o nosso próprio direito à felicidade, foram parecendo ninharias para aquele cerebrozinho; e, de tal forma casar-se se lhe representou coisa importante, uma espécie de dever, que não se casar, ficar solteira, "tia", parecia-lhe um crime, uma vergonha.

De natureza muito pobre, sem capacidade para sentir qualquer coisa profunda e intensamente, sem quantidade emocional para a paixão ou para um grande afeto, na sua inteligência a idéia de "casar-se" incrustou-se teimosamente como uma obsessão.

Ela não era feia; amorenada, com os seus traços acanhados, o narizinho mal feito, mas galante, não muito baixa nem muito magra e a sua aparência de bondade passiva, de indolência de corpo, de idéia e de sentidos - era até um bom tipo das meninas a que os namorados chamam - "bonitinhas". O seu traço de beleza dominante, porém, eram seus cabelos: uns bastos cabelos castanhos, com tons de ouro, sedosos até ao olhar.

Aos dezenove anos arranjou namoro com o Cavalcânti, e à fraqueza de sua vontade e ao temor de não encontrar marido não foi estranha a facilidade com que o futuro dentista a conquistou.

O pai fez má cara. Ele andava sempre ao par dos namoros da filhas: "Diga-me sempre, Maricota - dizia ele - quem são. Olho vivo!... É melhor prevenir que curar... Pode ser um valdevinos e..." Sabendo que o pretendente à Ismênia era um dentista, não gostou muito. Que é um dentista? perguntava ele de si para si. Um cidadão semiformado, uma espécie de barbeiro. Preferia um oficial, tinha montepio e meio soldo; mas a mulher convenceu-o de que os dentistas ganham muito, e ele acedeu.

Começou então Cavalcânti a freqüentar a casa na qualidade de noivo "paisano", isto é, que não pediu, não é ainda "oficial".

No fim do primeiro ano, tendo notícia das dificuldades com que o futuro genro lutava para acabar os estudos, o general foi generosamente em seu socorro. Pagou-lhe taxas de matrículas, livros e outras coisas. Não era raro que após uma longa conversa com a filha, Dona Maricota viesse ao marido e dissesse: "Chico, arranja-me vinte mil-réis que o Cavalcânti precisa comprar uma Anatomia".

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