Joao Cabral de Melo Neto - Education by Stone

Здесь есть возможность читать онлайн «Joao Cabral de Melo Neto - Education by Stone» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Год выпуска: 2005, Издательство: Archipelago Books, Жанр: Поэзия, на английском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

Education by Stone: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Education by Stone»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

Imagine making poems the way an architect designs buildings or an engineer builds bridges. Such was the ambition of João Cabral de Melo Neto. Though a great admirer of the thing-rich poetries of Francis Ponge and of Marianne Moore, what interested him even more, as he remarked in his acceptance speech for the 1992 Neustadt International Prize for Literature, was "the exploration of the materiality of words," the "rigorous construction of (. .) lucid objects of language." His poetry, hard as stone and light as air, is like no other.

Education by Stone — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Education by Stone», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

7
— O cassaco de engenho
de longe é de osso e carne:
— De perto é que se vê
que de outra qualidade.
— O cassaco de engenho
se se chega a tocá-lo:
— É outra a consistência
de seu corpo, é mais ralo.
— Tem a textura bruta
e ao mesmo tempo frouxa,
menos que algodãozinho,
sim própria das estopas.
— E dos panos puídos
chegados ao estado
em que, no português,
pano passa a ser trapo.

12
— O cassaco de engenho
de longe é o mesmo barro:
— De perto é que se vê
que o dele foi mais baço.
— O cassaco de engenho
é opaco e mortiço:
— Nunca aprende com os aços
de uma usina, seu brilho.
— Nem com o brilho mais cego
do cobre que ele vê
nas tachas em que mexe
nos engenhos bangüê.
— Sequer aprende o brilho
do cabo das enxadas
que ele enverniza em seco
com a lixa da mão áspera.

17
— O cassaco de engenho
de longe é branco ou negro:
— De perto é que se vê
que é amarelo mesmo.
— O cassaco de engenho
é amarelo sempre:
— Mas do amarelo inchado
que é verde levemente.
— Desse verde amarelo
em que o azul não entra
e que não fosse nele
se diria doença.
— Um verde especial,
espécie de auriverde,
só dele, branco ou negro,
de receita só dele.

3
— O cassaco de engenho
quando está dormindo:
— Se vê que é incapaz
de sonhos privativos.
— Nele não há esse ar
distante ou distraído
de quem detrás das pálpebras
um filme está assistindo.
— Detrás de suas pálpebras
haverá apenas treva
e de certo nenhum
sonho ali se projeta.
— O cassaco de engenho
dorme em sala deserta:
— A nenhum sonho-filme
assiste, nem tem tela.

8
— O cassaco de engenho
quando não está dormindo:
— É como se seu sono
ainda o encharcasse, limo.
— Quando não está dormindo
não é que está acordado,
é apenas que caminha
onde o sono é mais raso.
— Não tem como evitar
que o marasmo o embeba
e o impeça de subir
à consciência seca.
— O cassaco de engenho
nunca acorda de todo:
— Anda sempre nos pântanos
do sono, por seu lodo.

13
— O cassaco de engenho
quando no trabalho:
— Tudo com que trabalha
lhe parece pesado.
— É como se seu sangue,
que entretanto é mais ralo,
lhe pesasse no corpo,
espesso como caldo.
— Como o caldo de cana
já muito cozinhado
e que vai-se espessando
no gesto do melaço.
— O cassaco de engenho
tem o ritmo pesado:
— O do gesto do mel
deixando o último tacho.

18
— O cassaco de engenho
quando não trabalha:
— As coisas continuam
sendo-lhe bem pesadas.
— Por sua pouca roupa
está sempre esmagado
e pesa-lhe no pé
inexistente sapato.
— Pesa-lhe a mão que leva
e se não leva nada,
e pesa-lhe igualmente
se se move ou parada.
— Ao cassaco de engenho
pesa o ar que respira:
— E até mesmo lhe pesa
o chão sobre que pisa.

4
— O cassaco de engenho
faz amarelamente
toda coisa que toca
tocando-a, simplesmente.
— É o contrário do barro
das casas-de-purgar
que se bota no açúcar
a fim de o branquear.
— O cassaco de engenho
purga tudo ao contrário:
— Como o barro, se infiltra,
mas deixa tudo barro.
— Limpa tudo do limpo
e deixa em tudo nódoa:
— A que há em sua camisa,
em sua vida, no que toca.

9
— O cassaco de engenho
vai amarelamente
entre todo esse azul
que é Pernambuco sempre.
— Mesmo contra o amarelo
da palha canavial,
ainda é mais amarelo
o seu, porque moral.
— O cassaco de engenho
é o amarelo tipo:
— É amarelo de corpo
e de estado de espírito.
— De onde a calma que às vezes
parece sabedoria:
— Mas não é calma, nada,
é o nada, é calmaria.

14
— O cassaco de engenho
é amarelamente
mesmo no mundo em cor
que bebe na aguardente.
— Primeiro, a aguardente
lhe dá um certo azul
e esquecido o amarelo,
ele quer ir-se ao Sul.
— Ao cassaco de engenho
depois o azul é roxo:
— Já em vez de ir-se ao Sul
deseja é ir-se morto.
— Por fim, inevitável,
volta a vida amarela:
— No amargor amarelo
da ressaca que o espera.

19
— O cassaco de engenho
vê amarelamente
todo o rosa-Brasil
que ele habita e não sente.
— Para ele, a água do rio
não é azul mas barro,
e as nuvens, aniagem,
pardas, de pano saco.
— Ao cassaco de engenho
nunca a terra é de vargem:
— E o dia mostra sempre
desbotada folhagem.
— E outra é a morte que vem
retratar seu trespasse:
— Não usa pano preto,
cobre-se, sim, de cáqui.

5
— O cassaco de engenho
quando doente-com-febre:
— Não de febre amarela
mas da de sezões, verde.
— Por fora, se se toca
no seu corpo de gente:
— Se pensa que a caldeira
dele afinal se acende.
— Contudo se se toca
esse corpo por dentro:
— Se vê que, se é caldeira,
nem tem assentamento.
— Que se é engenho, é
de fogo frio ou morto:
— Engenho que não mói,
que só fornece aos outros.

10
— O cassaco de engenho
quando vai morrendo:
— Então seu amarelo
se ilumina por dentro.
— Adquire a transparência
própria ao cristal anêmico:
— Aquela de que a cera
dá o melhor exemplo.
— Adquire a transparência
própria de qualquer vela:
— Da mesma em cuja ponta
plantam a chama que o vela.
— A dele, então, é igual
à carne dessa vela:
— E a chama se pergunta
por que não a acendem nela.

15
— O cassaco de engenho
quando o carregam, morto:
— É um caixão vazio
metido dentro de outro.
— É morte de vazio
a que carrega dentro:
— E como é de vazio,
ei-lo que não tem dentros.
— Do caixão alugado
nem chega a ser miolo:
— Pois como ele é vazio,
se muito, será forro.
— O enterro do cassaco
é o enterro de um coco:
— Uns poucos envoltórios
em volta do centro oco.

20
— O cassaco de engenho
defunto e já no chão:
— Para rápido acabá-lo
tudo faz mutirão.
— O massapê, piçarra,
e a Mata faz Sertão.
— E o sol, para ajudar,
se é inverno faz verão.
— Para roer os ossos
os vermes viram cão:
— E outra vez vermes, vendo
o giz que os ossos são.
— E o vento canavial
dá também sua demão:
— Varre-lhe os gases da alma,
levando-a (lavando), são.

Party at the Manor House
(
Congressional rhythm; Northeast accent
)

1
— The sugar mill worker
in a large or small mill
— Is the same mill worker
with a different rhyme.
— The sugar mill worker
in a raw mill or refinery:
— “Sugar mill worker”
is the crucial denominator.
— Any sugar mill worker
from any Pernambuco:
— When he says “sugar mill worker”
will have said everything.
— Whatever his name,
position or salary:
— By saying “sugar mill worker,”
he will have said it all.

6
— The sugar mill worker
in child form
— Looks like a cross
between reed and cane.
— The child mill worker
has more of the reed:
— Is more like his father,
because he is lean.
— The sugar mill worker
in child form
— Is not only reed,
he is also cane.
— But cane that is weak
from overharvesting:
— A degenerate breed
of the fourth or fifth cutting.

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «Education by Stone»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Education by Stone» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Отзывы о книге «Education by Stone»

Обсуждение, отзывы о книге «Education by Stone» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x