Blake Pierce - Rastro de Morte

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Um enredo dinâmico que nos prende do primeiro capítulo e não nos solta mais. Midwest Book Review, Diane Donovan (em relação a Sem Pistas) O autor número um de livros de suspense, Blake Pierce, lança uma nova obra-prima do suspense psicológico. Keri Locke, detetive do Departamento de Pessoas Desaparecidas na Divisão de Homicídios da LAPD, ainda é assombrada pelo rapto de sua própria filha, que foi levada alguns anos antes e nunca mais foi vista. Obcecada em encontrar sua filha, Keri tenta esquecer sua dor da única maneira que conhece: mergulhando nos casos de pessoas desaparecidas em Los Angeles. Uma ligação rotineira de uma mãe preocupada com uma estudante do ensino médio, desaparecida há apenas duas horas, deveria ser ignorada. Mas algo na voz daquela mãe mexe com Keri, e ela decide investigar. O que ela descobre é chocante. A filha desaparecida – de um proeminente senador – estava escondendo segredos de todos. Quando as evidências apontam para uma fuga, Keri é afastada do caso. Ainda assim, apesar da pressão de seus superiores, da mídia, apesar de todas as pistas serem frias, a brilhante e obcecada Keri se recusa a desistir. Ela sabe que só tem 48 horas se quiser trazer essa garota de volta com vida. Um suspense psicológico sombrio com uma trama de tirar o fôlego, RASTRO DE MORTE marca o início de uma emocionante nova série – e de uma personagem muito querida – que lhe deixará com vontade de ler o livro de uma só vez. Uma obra-prima de suspense e mistério! O autor fez um trabalho magnífico desenvolvendo os personagens com um lado psicológico tão bem descrito que nos sentimos dentro de suas mentes, identificados com seus medos e torcendo pelo seu sucesso. A trama é muito inteligente e lhe manterá entretido por todo o livro. Cheio de reviravoltas, este suspense lhe deixará acordado até a última página. Books and Movie Reviews, Roberto Mattos (em relação a Sem Pistas) O Livro 2 da série Keri Locke estará disponível em breve.

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Ray estremeceu.

"Fico feliz por não ter chamado a atenção dele para isso", ele falou. "A última coisa de que você precisa é de um inimigo que tenha a palavra senador na frente do nome".

"Eu não ligo".

"Bem, você deveria", ele disse. "Algumas palavras dele para Beecher ou Hillman, e você já era".

"Eu já era cinco anos atrás".

"Ah, qual é..."

"Você sabe que é verdade".

"Não comece”, Ray disse.

Keri hesitou, olhou para ele, e então voltou sua atenção novamente para o parque de cães. A alguns metros dali, um filhotinho de pelo marrom estava rolando de costas, feliz, na terra.

"Quer saber algo que nunca lhe contei?" ela perguntou.

"Não tenho certeza".

"Após, o que aconteceu, você sabe..."

"Evie?"

Keri sentiu o coração apertar ao ouvir o nome da filha.

"Isso. Houve uma época, depois do que aconteceu, em que eu estava tentando desesperadamente engravidar. Durou uns dois ou três meses. Stephen nem conseguia acompanhar”.

Ray não disse nada. Ela continuou.

"Então, acordei uma manhã e me odiei. Senti como alguém que tivesse perdido um cão e fosse direto para um abrigo conseguir um substituto. Senti-me como uma covarde, como se estivesse sendo egoísta, ao invés de manter o foco onde deveria. Eu estava abandonando Evie, ao invés de lutar por ela".

"Keri, você precisa parar de fazer isso consigo mesma. Realmente, você é seu pior inimigo ".

"Ray, eu ainda posso senti-la. Ela está viva. Eu não sei onde ou como, mas está".

Ele apertou a mão dela.

"Eu sei".

"Ela tem 13 anos agora".

"Eu sei".

Eles caminharam pelo resto da rua em silêncio. Quando chegaram no cruzamento da Westminster Avenue, Ray finalmente falou.

"Ouça", ele disse, num tom que indicava que estava focando no caso novamente, "podemos seguir cada pista que aparecer. Mas esta é a filha de um senador. E se ela não partiu simplesmente para uma pequena aventura, as garras vão aparecer neste caso. Logo, os Federais vão se envolver. O FBI também vai querer entrar. Até as nove da manhã de amanhã, você e eu seremos escanteados".

Provavelmente era verdade, mas Keri não ligava. Ela lidaria com isso amanhã. No momento, eles tinham um caso em que trabalhar.

Ela deu um profundo suspiro e fechou os olhos. Após ser seu parceiro por um ano, Ray havia finalmente aprendido a não interrompê-la quando ela estava tentando se concentrar.

Após cerca de 30 segundos, ela abriu os olhos e olhou em volta. Após um momento, apontou para uma loja do outro lado do cruzamento.

"Ali", ela falou, e começou a caminhar.

Aquele trecho de Venice, a norte da Washington Boulevard até as proximidades da Rose Avenue, era uma estranha intersecção de humanidade. Havia as mansões dos Canais ao sul, as lojas caras da Abbot Kinney Boulevard diretamente ao leste, o setor comercial ao norte, e a parte mais alternativa, de surf e skate, ao longo da praia.

Mas, por toda essa área, havia gangues. Elas eram mais fáceis de ver à noite, especialmente mais perto da costa. Mas a LAPD da Pacific Division estava rastreando 14 gangues ativas na grande Venice, ao menos cinco delas consideravam o ponto em que Keri estava como parte de seu território. Havia uma gangue negra, duas hispânicas, uma gangue de motociclistas tipo "supremacia branca", e uma gangue composta principalmente por surfistas que traficavam drogas e armas. Todas elas conviviam de maneira conflituosa nas mesmas ruas, junto com clientes assíduos de bares, prostitutas, turistas deslumbrados, veteranos sem teto e moradores antigos, hippies comedores de granola, que adoravam vestir camisetas tie-dye.

Como resultado, os negócios na área tinham um pouco de tudo, de barzinhos hipster até salões de tatuagem de henna, passando por farmácias de manipulação vendendo maconha medicinal, até o lugar na frente do qual Keri estava de pé agora, o escritório de um fiador profissional.

Ficava no segundo andar de um prédio recentemente reformado, logo acima de uma loja de sucos.

"Dê uma olhada", ela disse. Acima da porta da frente, havia uma placa com os dizeres Fiador Profissional Briggs.

"O que é que tem?" Ray perguntou.

"Olhe logo acima da placa, em cima de 'Fiador'".

Ray fez isso, confuso, de início, e então espremeu seu olho bom para ver uma câmera de segurança muito pequena. Ele olhou na direção para a qual a câmera apontava. Ela se dirigia à intersecção. Além desse ponto, estava o trecho da Main Street perto do parque de cães, onde Ashley teria, aparentemente, entrado na van.

"Boa sacada", ele disse.

Keri deu um passo para trás e estudou o lugar. Provavelmente, estava mais movimentada agora do que há algumas horas. Mas não era exatamente uma área tranquila.

"Se você quisesse raptar alguém, seria num lugar como este?"

Ray balançou a cabeça.

"Eu? Não, eu faço mais o tipo beco escuro".

"Então, que tipo de pessoa é tão descarada para raptar alguém em plena luz do dia perto de um cruzamento movimentado?"

"Vamos descobrir", Ray disse, encaminhando-se para a porta.

Eles subiram a escada estreita até o segundo andar. A porta do escritório estava escancarada. Dentro, à direita, um homem grande com uma barriga igualmente grande estava descansando numa poltrona reclinável, folheando a revista Armas & Munição.

Ele levantou os olhos quando Keri e Ray entraram. Após uma rápida olhada, decidiu que não constituíam uma ameaça, e acenou com a cabeça para os fundos da sala. Um homem de cabelos compridos com uma barba desalinhada, sentado numa mesa, fez sinal para se aproximarem. Keri e Ray sentaram-se nas cadeiras em frente à mesa do homem e esperaram pacientemente enquanto ele terminava uma ligação com um cliente. A questão não era os 10% em dinheiro vivo, era o colateral para o valor total. Ele precisava de uma escritura confiável de uma casa, ou do documento legalizado de um carro, algo assim.

Keri podia ouvir a pessoa no outro lado da linha implorando, mas o cara de cabelos longos não se deixou levar.

Trinta segundos depois, ele desligou e focou nas duas pessoas à sua frente.

"Stu Briggs", ele disse, "o que posso fazer por vocês, detetives?"

Ninguém havia mostrado um distintivo. Keri estava impressionada.

Antes que eles pudessem responder, ele olhou mais de perto para Ray, e então quase gritou.

"Ray Sands — O homem-areia! Eu vi você na noite passada, aquela luta com o canhoto; como era o nome dele?"

"Lenny Jack".

"Certo, isso, sim, é isso, Lenny Jack... o Jack Attack. Ele não tinha um dedo, ou algo assim, não era? O mindinho?"

"Ele perdeu depois".

"Sim, bem, mindinho ou não, achei que você ia derrotá-lo, realmente achei. Quero dizer, as pernas dele estavam como borracha, seu rosto, um polpa sanguinolenta. Ele estava cambaleando por todo lado. Mais um bom soco, era tudo de que você precisava; apenas mais um. Inferno, meio soco teria sido o bastante. Você poderia ter apenas soprado na cara dele e ele teria caído".

"Foi o que pensei também", Ray admitiu. "Em retrospectiva, foi provavelmente por isso que baixei minha guarda. Parece que ele tinha um soco sobrando escondido na manga".

O homem deu de ombros.

"Parece que sim. Perdi dinheiro naquela luta". Ele pareceu perceber que a perda dele não havia sido tão grande quanto a de Ray e acrescentou, "quero dizer, não foi muito. Não em comparação a você. Mas não é tão ruim, o olho. Posso dizer que é falso, porque conheço a história. Mas acho que a maioria das pessoas não percebe".

Houve um longo silêncio enquanto ele recuperava o fôlego e Ray deixou o homem se contorcer, meio sem graça. Stu tentou novamente.

"Então, você é um policial agora? Por que o homem-areia está sentado na frente da minha mesa com esta bela senhorita, perdoe-me, esta bela oficial de paz?"

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