Blake Pierce - Arrebatadas

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Uma obra-prima de thriller e mistério! O autor fez um trabalho magnífico no desenvolvimento das personagens com um lado psicológico tão bem trabalhado que temos a sensação de estar dentro das suas mentes, sentindo os seus medos e aplaudindo os seus sucessos. A história é muito inteligente e mantém-nos interessados durante todo o livro. Pleno de reviravoltas, este livro obriga-nos a ficar acordados até à última página. Books and Movie Reviews, Roberto Mattos (re Sem Pistas) ARREBATADAS é o livro #3 da série de mistério de Riley Paige que começa com SEM PISTAS (Livro #1) – um livro que pode descarregar gratuitamente! Quando prostitutas aparecem mortas em Phoenix, não se dá grande importância ao caso. Mas quando é descoberto um perturbador padrão nos homicídios, a polícia local depressa compreende que se trata da obra de um assassino em série que os ultrapassa. Devido à natureza única dos crimes, é chamado o FBI que precisará de chamar à ação a sua mente mais brilhante para deslindar o caso: A Agente Especial Riley Paige. Riley, ainda a recuperar do seu último caso e a tentar reconquistar a sua vida, está de início relutante em aceitar o caso. Mas depois toma conhecimento da natureza grave dos crimes e compreende que o assassino atacará novamente em breve e deixa-se convencer. Começa a sua busca pelo assassino e a sua natureza obsessiva leva-a longe demais – talvez demasiado longe desta vez para poder recuar. A busca de Riley leva-a ao perturbador mundo da prostituição, de casas desfeitas e de sonhos quebrados. Riley aprende que mesmo entre essas mulheres há esperança, esperança que está a ser roubada por um violento psicopata. Quando uma jovem adolescente é raptada, Riley, numa corrida frenética contra o tempo, luta para entrar nas profundezas da mente do assassino. Mas o que descobre vai conduzi-la a uma reviravolta demasiado chocante até para ela. Um thriller psicológico negro com suspense inimaginável, ARREBATADAS é o livro #3 de uma alucinante nova série – com uma inesquecível nova personagem – que o obrigará a não largar o livro até o terminar. O livro #4 da série de Riley Paige também já se encontra disponível.

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E contudo, ao conduzir rumo a casa, uma sensaçã arrepiante e familiar começou a instalar-se, um sentimento que provocou o súbito bater acelerado do seu coração num belo dia de céu azul. Compreendeu que se tratava de uma sensação intensificada de antecipação, de algo nefasto que se aproximava.

E por muito que se tentasse imaginar envolta naquela tranquilidade para sempre, Riley sabia que não era algo para durar.

CAPÍTULO DOIS

Riley estremeceu de medo ao sentir a vibração do telemóvel na mala. Parou à porta da sua nova casa e pegou no telemóvel. O seu coração bateu com mais força.

Era uma mensagem de Brent Meredith.

Ligue-me.

Riley ficou preocupada. O chefe poderia apenas querer saber se estava tudo bem. Fazia-o muitas vezes. Por outro lado, podia querer que ela voltasse ao trabalho. O que faria ela se fosse esse o caso?

Digo que não, claro, Pensou Riley.

No entanto, isso podia não ser tarefa fácil. Ela gostava do chefe e sabia que ele conseguia ser muito convincente. Era uma decisão que não queria tomar, por isso largou o telemóvel.

Quando abriu a porta e penetrou no espaço luminoso e arejado da sua casa nova, a ansiedade momentânea que experimentara há segundos desapareceu. Tudo parecia tão em ordem desde que se mudara.

Uma voz agradável perguntou.

“¿Quién es?”

“Soy yo,” Respondeu Riley. “Cheguei, Gabriela.”

A robusta mulher guatemalteca de meia-idade saiu da cozinha, secando as mãos num pano. Era bom ver o rosto sorridente de Gabriela. Era empregada da família há anos, muito antes de Riley se divorciar de Ryan. Riley estava grata por Gabriela ter concordado em mudar-se com ela e com a filha.

“Como foi o seu dia?” Perguntou Gabriela.

“Foi ótimo,” Disse Riley.

“¡Qué bueno!”

Entretanto Gabriela regressou à cozinha. Os odores do maravilhoso jantar que preparava inundavam a casa. Ouviu Gabriela começar a cantar em Espanhol.

Riley dirigiu-se para a sala de estar para desfrutar do espaço. Ela e a filha tinham-se mudado para aquela casa há pouco tempo. A pequena casa onde tinham vivido após o fim do casamento revelara-se demasiado isolada para a segurança de ambas. Para além disso, Riley sentira uma necessidade urgente de mudança, tanto por ela como por April. Agora que o divórcio se tinha oficializado e que Ryan finalmente se mostrava generoso no apoio financeiro à filha, chegara o momento de começar a vida do zero.

Ainda havia uns toques finais a acrescentar. Parte da mobília era bastante velha e não se enquadrava num ambiente tão imaculado. Tinha que a substituir. Uma das paredes parecia demasiado nua e Riley não tinha nada para ali colocar. Tinha que fazer umas compras com a April no próximo fim-de-semana. Essa ideia fez Riley sentir-se confortavelmente normal, uma mulher com uma simpática família e não uma agente à caça de um qualquer perverso assassino.

Naquele momento perguntou-se onde estaria April?

Parou para ouvir. Não havia música proveniente do quarto de April. Depois ouviu a filha a gritar.

A voz de April vinha do quintal. Riley sobressaltou-se e atravessou a sala de jantar que dava para o quintal das traseiras. Quando avistou o rosto e tronco de April acima da vedação entre quintais, Riley demorou apenas alguns momentos a perceber o que se estava a passar. Depois descontraiu-se e riu para si mesma. O seu pânico automático fora uma reação excessiva, mas instintiva. Ainda estava fresco na sua memória o salvamento de April das garras de um louco que a aprisionara para se vingar de Riley.

April desapareceu de vista e depois surgiu novamente a guinchar de prazer. Pulava no trampolim da vizinha de quem ficara amiga, uma adolescente da idade dela que até frequentava a mesma escola.

“Tem cuidado!” Disse Riley a April.

“Está tudo bem, mãe!” Gritou April sem fôlego.

Riley riu novamente. Era um som pouco familiar que jorrava de sentimentos de que já quase se esquecera. Queria habituar-se novamente a rir.

Também se queria voltar a habituar à expressão de alegria estampada no rosto da filha. Ainda há pouco tempo April se mostrara demasiado rebelde e caprichosa, mesmo para uma adolescente. Mas Riley não a podia culpar. Ela sabia que deixara muito a desejar enquanto mãe e só queria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para mudar essa situação.

Isso era uma das coisas de que mais gostava em estar de licença do trabalho de campo, um trabalho que lhe roubava muitas e imprevisíveis horas em locais distantes. Agora o seu horário coincidia com o de April e Riley temia a probabilidade de que um dia as coisas tivessem que mudar.

O melhor é aproveitar enquanto posso, Pensou.

Riley voltou para dentro de casa mesmo a tempo de ouvir a campainha tocar.

Disse alto, “Eu vejo quem é, Gabriela.”

Abriu a porta e ficou surpreendida por ver diante de si um homem sorridente que nunca tinha visto antes.

“Olá,” Cumprimentou o homem timidamente. “Chamo-me Blaine Hildreth e vivo aqui ao lado. A sua filha está lá com a minha filha Crystal.” Estendeu uma caixa a Riley e acrescentou, “Bem-vinda à vizinhança. Trouxe-lhe um pequeno presente de boas-vindas.”

“Oh,” Disse Riley, espantada com aquela insólita cordialidade. Levou algum tempo a dizer, “Entre, por favor.”

Aceitou a caixa desajeitadamente e convidou o vizinho a sentar-se numa cadeira da sala de estar. Riley sentou-se no sofá, segurando a caixa que Blaine lhe oferecera no colo. Blaine Hildreth olhava para Riley ansiosamente.

“Foi muito amável da sua parte,” Agradeceu Riley ao mesmo tempo que abria o pacote que continha um conjunto de coloridas canecas de café, duas decoradas com borboletas e as outras duas com flores.

“São adoráveis,” Disse Riley. “Toma café?”

“Aceito,” Respondeu Blaine.

Riley chamou Gabriela que logo surgiu vinda da cozinha.

“Gabriela, pode trazer-nos café nestas canecas?” Pediu Riley, entregando-lhe duas das canecas. “Blaine, como prefere o seu?”

“Simples, obrigado.”

Gabriela levou as canecas para a cozinha.

“Chamo-me Riley Paige,” Apresentou-se a Blaine. “Obrigado pela visita e obrigado pelo presente.”

“De nada,” Disse Blaine.

Gabriela regressou com duas canecas de delicioso café quente e depois voltou para a cozinha. Para seu constrangimento, Riley deu por si a tirar as medidas ao seu vizinho. Agora que era solteira, não conseguia resistir. Esperava que ele não tivesse reparado.

Que se dane, Pensou. Talvez ele esteja a fazer o mesmo comigo.

A primeira coisa em que reparou foi que não tinha aliança de casamento. Imaginou que seria viúvo ou divorciado.

Depois, calculou que teria mais ou menos a sua idade, talvez um pouco mais novo, quase nos quarenta anos.

Por último, era atraente ou, pelo menos, razoavelmente atraente. Começava a apresentar os primeiros sinais de calvície, o que não era necessariamente negativo. Também parecia ser magro e estar em forma.

“Então, o que faz na vida?” Perguntou Riley.

Blaine encolheu os ombros. “Sou dono de um restaurante. Já ouviu falar do Blaine’s Grill na baixa?”

Riley ficou agradavelmente impressionada. O Blaine’s Grill era um dos locais mais simpáticos para se comer em Fredericksburg. Ouvira dizer que os jantares eram magníficos, mas ainda não tivera a oportunidade de experimentar.

“Já lá estive,” Disse.

“Bem, é meu,” Afirmou Blaine. “E você?”

Riley respirou profundamente. Nunca era fácil partilhar com um desconhecido a sua profissão. Sobretudo com os homens que não raro se sentiam intimidados.

“Trabalho no FBI,” Disse. “Sou agente de campo.”

Os olhos de Blaine dilataram-se.

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