De qualquer das formas, não estava preocupado. Não havia forma de ligarem qualquer das vítimas a ele. Era simplesmente impossível de acontecer. Mas não ia regressar àquele lago. Ainda não decidira onde ia depositar a próxima vítima, mas tinha a certeza que tomaria uma decisão antes do fim da noite.
Agora a rapariga alegre olhava para o seu carro. Começou a caminhar atrevidamente na sua direção.
Baixou a janela do lado do passageiro e ela introduziu a cabeça lá dentro. A mulher era uma latina de pele morena, pesadamente maquilhada com batôn espesso, sombras coloridas e sobrancelhas ferozes que pareciam tatuagens. Os brincos eram crucifixos enormes e dourados.
“Belo carro,” Disse a mulher.
Ele sorriu.
“O que é que uma rapariga tão bonita como tu faz tão tarde na rua?” Perguntou o homem. “Não é hora de dormir?”
“Talvez me quisesses aconchegar,” Disse a mulher a sorrir.
Reparou que os dentes dela eram incrivelmente brancos e direitos. De facto, parecia notavelmente saudável. Isso era algo muito raro de encontrar ali nas ruas onde a maior parte das raparigas eram consumidoras de metanfetaminas.
“Gosto do teu estilo,” Disse o homem. “Muito chola.”
O sorriso dela alargou-se. Ele percebeu que se sentira elogiada.
“Como te chamas?” Perguntou o homem.
“Socorro.”
Ah, “socorro”, Pensou. A palavra espanhola para “ajuda”.
“Aposto que serias um grande socorro,” Disse o homem num tom malicioso.
E os olhos profundos e castanhos da mulher devolveram-lhe a malícia. “Parece que precisas de algum socorro neste momento.”
“Talvez precise,” Disse o homem.
Mas antes de começarem a discutir as condições, um carro parou logo atrás dele. Ouviu um homem a gritar da janela do condutor.
“¡Socorro!” Gritou. “¡Vente!”
A mulher ergueu-se com uma clara demonstração de indignação.
“¿Porqué?” Gritou ela.
“Vente aquí, ¡puta!”
O homem detetou um laivo de medo nos olhos da mulher. Não podia ser porque o homem no carro a chamara de puta. Assumiu que o homem fosse o proxeneta a ver ificar quanto dinheiro ela tinha ganho até àquele momento.
“¡Pinche Pablo!”Murmurou o insulto entredentes. Depois caminhou na direção do carro.
O homem ali ficou, a pensar se ela voltaria, se ainda quereria ir com ele. De qualquer das formas, ele não gostou daquilo. Esperar não era o seu estilo.
O seu interesse na rapariga desapareceu subitamente. Não, não se ia ralar com ela. Não tinha a menor ideia da sorte que tinha.
Para além disso, o que fazia ele ali? A sua próxima vítima tinha que ter mais classe.
Chiffon, Pensou. Quase se tinha esquecido da Chiffon. Mas talvez a esteja a reservar para uma ocasião especial.
Ele podia esperar. Não tinha que ser naquela noite. Saiu do bairro, regozijando-se com a sua demonstração de contenção apesar dos seus imensos desejos. Considerava aquela uma das suas melhores qualidades.
Afinal, ele era um homem muito civilizado.
As três jovens mulheres que se encontravam na sala de interrogatório não se pareciam minimamente com aquilo que Riley esperava. Durante alguns momentos, limitou-se a observá-las através do vidro. Estavam vestidas com elegância, quase como secretárias bem pagas. Tinham-lhe dito que se chamavam Mitzi. Koreen e Tantra. É claro que Riley tinha a certeza de que aqueles não eram os seus nomes verdadeiros.
Riley também duvidava que se vestissem de forma tão aceitável quando estavam a trabalhar. A trabalhar por cerca de 250 dólares à hora, com certeza que investiriam em guarda-roupas elaborados para se ajustarem a todas as fantasias dos seus clientes. Tinham sido colegas de Nancy “Nanette” Holbrook na Ishtar Escorts. As roupas que Nancy Holbrook vestia quando foi morta eram nitidamente menos próprias. Mas Riley presumiu que quando não estivessem a trabalhar, aquelas mulheres queriam ter uma aparência respeitável.
Apesar das prostitutas terem desempenhado um papel em alguns dos casos que Riley investigara no passado, aquela era a primeira vez que trabalhava tão de perto com elas. Aquelas mulheres eram elas próprias potenciais vítimas. Até podiam ser potenciais suspeitas, apesar de virtualmente todos os homicídios daquele género serem executados por homens. Riley tinha a certeza que aquelas mulheres não eram o tipo de monstros com que tantas vezes se deparara nas suas investigações.
Já era domingo à tardinha. Na noite anterior, Riley e Bill tinham-se instalado nos seus confortáveis quartos de hotel, não muito distantes do edifício do FBI. Riley ligara a April que se encontrava em Washington, D.C. numa visita de estudo de história. April estava risonha e feliz, e avisara a mãe que não tinha muito tempo a perder com chamadas. “Amanhã envio-te uma mensagem,” Disse April, gritando por cima do barulho adolescente que a rodeava.
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