August Nemo - Mestres da Poesia - Florbela Espanca

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Mestres da Poesia - Florbela Espanca: краткое содержание, описание и аннотация

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Bem-vindo à série de livros Mestres da Poesia, uma seleção das melhores obras de autores notáveis. O crítico literário August Nemo seleciona os textos mais importantes de cada autor. A seleção é realizada a partir da obra poética, contos, cartas, ensaios e textos biográficos de cada escritor. Oferecendo assim ao leitor uma visão geral da vida e obra do autor. Esta edição é dedicada a Florbela Espanca, uma poetisa portuguesa. Em sua obra, Florbela soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo. Este livro contém os seguintes textos: Livros completos: Livro de Mágoas; Livro de Sóror Saudade; Charneca em flor; O Livro D'Ele. Contos: O Aviador; A morta; Os mortos não voltam; O resto é perfume; A paixão de Maniel Garcia; O inventor; As orações de Sóror Maria da Pureza; O sobrenatural, O dominó preto; Em buscaq de um novo rumo; Mamã. Cartas: António Guimarães, Apeles e Guido Battelli.

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Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver.

Não és sequer razão do meu viver

Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No mist'rioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:

"Ah! podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Alentejano

À Buja

Deu agora meio-dia; o sol é quente

Beijando a urze triste dos outeiros.

Nas ravinas do monte andam ceifeiros,

Na faina, alegres, desde o sol nascente.

Cantam as raparigas meigamente.

Brilham os olhos negros, feiticeiros.

E há perfis delicados e trigueiros

Entre as altas espigas d'oiro ardente.

A terra prende aos dedos sensuais

A cabeleira loira dos trigais

Sob a bênção dulcíssima dos céus.

Há gritos arrastados de cantigas...

E eu sou uma daquelas raparigas...

E tu passas e dizes: "Salve-os Deus!"

Que importa?...

Eu era a desdenhosa, a indif'rente.

Nunca sentira em mim o coração

Bater em violências de paixão

Como bate no peito à outra gente.

Agora, olhas-me tu altivamente,

Sem sombra de Desejo ou de emoção,

Enquanto a asa loira da ilusão

Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.

Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;

Como nascida em carinhoso monte

Toda ela é riso, e é frescura, e graça!

Nela refresca a boca um só instante...

Que importa?... Se o cansado viandante

Bebe em todas as fontes... quando passa?...

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,

Longe de ti não há luar nem rosas;

Longe de ti há noites silenciosas,

Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas...

Abertos, sonham mãos cariciosas,

Tuas mãos doces plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...

Há crisântemos roxos que descoram...

Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!

E ele é, ó meu amor pelos espaços,

Fumo leve que foge entre os meus dedos...

O meu orgulho

Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera

Não me lembrar! Em tardes dolorosas

Lembro-me que fui a Primavera

Que em muros velhos faz nascer as rosas!

As minhas mãos outrora carinhosas

Pairavam como pombas... Quem soubera

Porque tudo passou e foi quimera,

E porque os muros velhos não dão rosas!

O que eu mais amo é que mais me esquece...

E eu sonho: "Quem olvida não merece...

E já não fico tão abandonada!

Sinto que valho mais, mais pobrezinha:

Que também é orgulho ser sozinha,

E também é nobreza não ter nada!

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem pra te dizer!

São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolências de veludos caros,

São como sedas brancas a arder...

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...

E, nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Frieza

Os teus olhos são frios como as espadas,

E claros como os trágicos punhais,

Têm brilhos cortantes de metais

E fulgores de lâminas geladas.

Vejo neles imagens retratadas

De abandonos cruéis e desleais,

Fantásticos desejos irreais,

E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, Amor, essa indif'rença,

Que viver neste mundo sem amar

É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim!

E quanta vez dirás a soluçar:

"Ah, quem me dera, Irmã, amar assim!...

Meu mal

A meu irmão

Eu tenho lido em mim, sei-me de cor,

Eu sei o nome ao meu estranho mal:

Eu sei que fui a renda dum vitral,

Que fui cipreste, caravela, dor!

Fui tudo que no mundo há de maior:

Fui cisne, e lírio, e águia, e catedral!

E fui, talvez, um verso de Nerval,

Ou. um cínico riso de Chamfort...

Fui a heráldica flor de agrestes cardos,

Deram as minhas mãos aroma aos nardos...

Deu cor ao eloendro a minha boca...

Ah! de Boabdil fui lágrima na Espanha!

E foi de lá que eu trouxe esta ânsia estranha,

Mágoa não sei de quê! Saudade louca!

A noite desce...

Como pálpebras roxas que tombassem

Sobre uns olhos cansados, carinhosas,

A noite desce... Ah! doces mãos piedosas

Que os meus olhos tristíssimos fechassem!

Assim mãos de bondade me beijassem!

Assim me adormecessem! Caridosas

Em braçados de lírios, de mimosas,

No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz...

Perfume de baunilha ou de lilás,

A noite põe embriagada, louca!

E a noite vai descendo, sempre calma...

Meu doce Amor tu beijas a minh'alma

Beijando nesta hora a minha boca!

Caravelas

Cheguei a meio da vida já cansada

De tanto caminhar! Já me perdi!

Dum estranho país que nunca vi

Sou neste mundo imenso a exilada.

Tanto tenho aprendido e não sei nada.

E as torres de marfim que construí

Em trágica loucura as destruí

Por minhas próprias mãos de malfadada!

Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,

Mar sem marés, sem vagas e sem porto

Onde velas de sonhos se rasgaram.

Caravelas doiradas a bailar...

Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!

As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

Inconstância

Procurei o amor que me mentiu.

Pedi à Vida mais do que ela dava.

Eterna sonhadora edificava

Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,

E tanto beijo a boca me queimava!

E era o sol que os longes deslumbrava

Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...

Um sol a apagar-se e outro a acender

Nas brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo

É igual a outro amor que vai surgindo,

Que há de partir também... nem eu sei quando...

O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos

Como um divino vinho de Falerno!

Poisando em ti o meu amor eterno

Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos...

O teu olhar em mim, hoje, é mais terno...

E a Vida já não é o rubro inferno

Todo fantasmas tristes e pressagos!

A vida, meu Amor, quer vivê-la!

Na mesma taça erguida em tuas mãos,

Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...

Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...

O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...

Prince charmant

A Raul Proença

No lânguido esmaecer das amorosas

Tardes que morrem voluptuosamente

Procurei-O no meio de toda a gente.

Procurei-O em horas silenciosas

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