August Nemo - Romancistas Essenciais - Franklin Távora

Здесь есть возможность читать онлайн «August Nemo - Romancistas Essenciais - Franklin Távora» — ознакомительный отрывок электронной книги совершенно бесплатно, а после прочтения отрывка купить полную версию. В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Жанр: unrecognised, на португальском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

Romancistas Essenciais - Franklin Távora: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Romancistas Essenciais - Franklin Távora»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Franklin Távora, autor brasileiro que iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII. Sua obra é de grande contribuição para os contos literários brasileiros, pela abordagem de lendas e tradições populares, em oposição a uma literatura do sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismos.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Cabeleira.
– O Matuto.

Romancistas Essenciais - Franklin Távora — читать онлайн ознакомительный отрывок

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Romancistas Essenciais - Franklin Távora», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Teresa, mulher de Vicente, abraçou-se com Rosalina, menos madrasta do que mãe, e começou a carpir com ela a desgraça comum, dando mostras de ter enlouquecido. Não se demoraram a imitá-las nas demonstrações de dor e desespero Josefa, mulher de Ricardo, e Cândida, mulher de Sebastião.

Da sua angústia, para a qual será difícil encontrar paralelo na história das desgraças humanas, vieram tirá-las uma fortíssima pancada contra a porta, e estas formais palavras de Joaquim:

— Se não abrem por bem, hão de abrir por mal.

— Quando for tempo de tocar fogo na capuaba é só dizer, Joaquim, acrescentou Manuel Corisco.

— Querem queimar a casa, Rosalina, disse Cândida. Estamos perdidas, minha gente. Meu Deus, meu Deus, socorrei-nos.

Rosalina poderia ter vinte anos. Suas formas eram arredondadas, os cabelos crespos e negros, os olhos admiravelmente fendidos, a. boca impossível de descrever-se porque exprimia graça, volúpia soberba e desdém ao mesmo tempo. Era o tipo da mulata ardente, caprichosa, cheia de vivacidade e energia, tipo que está destinado a desaparecer dentre nós com o correr dos anos, mas que há de ser sempre objeto de tradições muito especiais no seio da sociedade brasileira, pelo muito que tem figurado no campo, na cidade e no lar.

— Sim, querem tocar fogo na casa para nos obrigarem a sair. Mas não sairemos, disse Rosalina com firmeza.

E acrescentou sem demora:

— Sair para onde? Os nossos maridos desapareceram para sempre dentre os nossos braços. Não temos mais quem olhe por nós neste mundo de amarguras e misérias. Somos cinco desgraçadas a quem a vida já não pode oferecer prazer nem sossego mas só desgostos e lágrimas. Não, Cândida, não sairemos daqui.

— Mas que faremos, Rosalina?

— Que faremos! Pois você ainda pergunta?

— Sim, porque os malvados estão aí, e é tempo de tomarmos a nossa resolução.

— Está tomada — respondeu Rosalina. Morreremos, e não nos entregaremos aos malvados.

— Meu Deus! meu Deus! exclamou Teresa.

— Não, não, Rosalina — acrescentou Josefa. Vamos ver se nos salvamos.

— Se nos salvamos!... disse a mulata com ironia e desdém. Não ouves os malfeitores baterem na porta?

— Mas então... balbuciou Teresa.

— Morreremos todas, Teresa, morreremos todas, mas com honra, ao pé deste oratório — gritou Rosalina com tal energia e decisão que nenhuma das outras se animou a proferir uma palavra sequer contra a sua sentença de morte.

Para dar o exemplo, a mulata caiu de joelhos diante do santuário, tendo no rosto a serenidade que faz belos e venerandos os mártires, os verdadeiros mártires.

Teresa foi a primeira que imitou sua madrasta, e as outras não se demoraram a acompanhar Teresa. Quem poderia resistir à heróica decisão de Rosalina inspirada no sentimento da honra, e na oração?

— Abrem, ou não abrem? perguntou nesse ínterim de fora Joaquim impaciente.

A resposta que a esta pergunta deram as mulheres foi o continuarem o terço alguns minutos antes interrompido, resposta que há de perdurar nas tradições populares, como um traço característico da firmeza e do valor das gentes do norte naqueles tempos de grandeza de ânimo que raro aparece hoje.

— Ah! estão rezando. Fogo, Manuel Corisco, fogo, Mulatinho, fogo, Trovão!

De repente um clarão afogueado inundou o terreiro, e indicou que a ordem do capitão do bando ia ser prontamente executada.

— Depressa, depressa — gritou Joaquim.

— Enquanto o diabo esfrega um olho, o mocambo fica torrado, e as caiporinhas são nossas — respondeu José Trovão, chegando a chama do seu facho a um montão de cangalhas, tripeças, gamelas e outros objetos encontrados no alpendre, e que ele havia apinhado de propósito, para servirem de combustíveis, ao pé das quatro janelas da casa.

Esta operação reproduziu-se na porta fronteira, nas portas e janelas laterais, no peitoril de madeira e nas toscas colunas que sustentavam de espaço a espaço o telheiro do alpendre.

Quando o espírito racional ultrapassa os limites que o separam dos instintos da fera; quando o homem deixa atrás de si, na sua marcha descendente, o animal cerval que bebe o sangue por natural fatalidade a que não pode resistir, não raro figura de protagonista de dramas que, como este, enlutam a história e envergonham a humanidade.

A porta principal tinha sido respeitada. Diante dela estendeu-se pelo chão, formando-se em semicírculo, o bando dos salteadores, os quais ao espetáculo das chamas que do peitoril passando às paredes e destas à coberta, envolveram em poucos momentos a casa e formaram uma só chama, uma fogueira única, gigantesca e medonha, só tinham infames graçolas e indecentes insultos para as vítimas. Sujos, maltrapilhos, nas mãos as facas nuas e os bacamartes sinistros, semelhavam, ao clarão da fogueira imensa, uma legião de demônios que só as crepitantes labaredas separavam dos anjos.

— Quando se resolverem a não morrer assadas na coivara, como lagartixas, abram a porta e saiam sem susto que não havemos de brigar — disse Joaquim.

O estalido da madeira, do barro, das telhas abafou em poucos momentos as vozes das mulheres.

— Que fazem, que não saem logo? perguntou o Mulatinho depois de alguns minutos de espera infrutífera.

— Venham para fora, raparigas — acrescentou o Trovão.

Ainda bem não tinha proferido estas palavras, quando a frente da casa vinha abaixo, atirando torrões abrasados contra as feras que, afrontando o pudor com expressões obscenas, assistiam, ébrios de ferocidade, à medonha representação.

— Parece-me que as caiporinhas se escaparam — disse Joaquim.

A esta voz todos os malfeitores correram à porta principal sobre cujos portais descansavam uns restos de caibros incendidos.

Descarregando então os coices dos bacamartes sobre a porta, fizeram-na em pedaços, e invadiram o estreito espaço aonde as chamas ainda não haviam chegado.

Ao mesmo tempo um grito, a que melhor se chamara o eco de uma angústia longamente recalcada e de súbito desprendida, dominando o estrondear do incêndio, veio ressoar no pátio.

— Minha mãe, minha mãe não morrerá no fogo!

Então viu-se uma cena horrivelmente bela. Luísa, saltando por cima da caliça e dos enxaiméis abrasados, ganhava o pátio com Florinda às costas, semelhando uma visão ígnea, fantástica e sobrenatural.

Os malvados, sem se poderem governar, voltaram um passo atrás, não tanto pela estranha e fugitiva aparição, como principalmente por verem no lugar ocupado, havia pouco, por aquelas contra cujo pudor a sua brutal concupiscência se aguçava, pequenos troncos carbonizados em torno da mesa sobre a qual ardia nesse momento a última imagem.

— Diabo! bradaram com raiva concentrada os algozes, mais dignos de compaixão do que as vítimas.

— Todas mortas! acrescentou o Mulatinho com uns longes de pesar que acusava a malograda e lasciva esperança.

— Só nos resta uma — disse o Trovão, correndo, em busca de Luísa que havia caído quase sem sentidos no terreiro junto do cadáver de Matias.

— Cá está ela.

— São duas, são duas.

— Esta é minha, exclamou o Trovão, acercando-se de Florinda para assenhorar-se dela.

— Trovão do diabo! exclamou o Mulatinho com indescritível expressão. Não vês que é uma defunta?

Florinda estava na realidade morta.

— Resta-me a outra.

— A outra? Não vês que o Joaquim já a tem em seus braços?

— Há de ser minha, custe o que custar, redargüiu o negro.

— A outra é minha — disse um terceiro a cuja voz estremeceram irresistivelmente os dois bandidos.

Era o Cabeleira.

IX

PROFUNDA revolução se havia operado durante uma noite no íntimo do bandido.

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «Romancistas Essenciais - Franklin Távora»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Romancistas Essenciais - Franklin Távora» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Отзывы о книге «Romancistas Essenciais - Franklin Távora»

Обсуждение, отзывы о книге «Romancistas Essenciais - Franklin Távora» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x