August Nemo - Romancistas Essenciais - Franklin Távora

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Romancistas Essenciais - Franklin Távora: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Franklin Távora, autor brasileiro que iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII. Sua obra é de grande contribuição para os contos literários brasileiros, pela abordagem de lendas e tradições populares, em oposição a uma literatura do sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismos.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Cabeleira.
– O Matuto.

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— Que juízo ficaria fazendo de mim Luisinha? perguntou de si para si o Cabeleira, insensivelmente arrastado por esta ordem de idéias. Ah! que pode ela pensar de mim senão que sou um assassino?!

Luísa tinha-o, de feito, nomeado por esta palavra, havia poucos instantes, entre as lágrimas que lhe arrancara o desespero. Era pois certo, e o bandido bem o compreendia, que o abismo que já na meninice de ambos os separava, longe de se ter arrasado, se tornara mais fundo com o correr dos anos. Agora ele não judiava só com os animais como em outro tempo; ele saqueava povoações e matava gente; e desta verdade era irrecusável prova o que acabara de praticar com Florinda. Se até aquele momento Luisinha lhe votara afeição ou se condoera da sua pouca sorte, era natural supor que estes sentimentos se tivessem modificado, se não de todo extinguido, depois do último acontecimento. À afeição deveria ter sucedido o desprezo, à pena o ódio.

Não eram outras as idéias que tumultuavam na cabeça de Cabeleira. Estas idéias produziram no seu ânimo tão profunda impressão que ele sentiu lágrimas nos olhos, ele o grande assassino que sempre se mostrara insensível ao longo pranto que por toda a parte fazia correr.

Sem se poder governar, achou-se de repente voltado para o rio. Seus pés, primeiro que sua vontade, o queriam guiar de novo ao lugar onde tinha achado motivos para tamanha transformação. Eis que novo assobio, precedido da detonação de alguns tiros, rompeu os ares e veio diverti-lo destas preocupações. O esconderijo, não havia que duvidar, precisava de seu socorro. Então uma nuvem de sangue envolveu a vista do infeliz mancebo. O passado caiu-lhe novamente em pedaços aos pés. O espírito de vingança fustigou-o com veemência no coração, teatro de encontradas e profundas paixões. Cabeleira volveu a. ser outra vez fera, e rápido deslizou-se como uma cobra por entre as árvores e por debaixo da folhagem.

Com a mata que dava asilo aos malfeitores confinavam as terras onde Liberato, irmão de Gabriel, tinha uma engenhoca.

A princípio Liberato viveu muito satisfeito em suas terras. Tendo-se, porém, anos depois formado o couto ali junto, foi-se ele desgostando a ponto, que só por não ter outro remédio continuou a morar nelas.

As terras eram muito férteis, e a sua situação não podia ser melhor do que era; mas, pela péssima vizinhança, estavam, como nenhumas, expostas em todos os sentidos a serem usufruídas, como eram constantemente pelos malfeitores, o que as havia inteiramente depreciado.

Na realidade quem menos se gozava das suas plantações era Liberato, dono delas. A macaxeira mais enxuta, a melancia mais madura, o melhor milho verde, o feijão de melhor qualidade eram para a boca ou antes, ao dizer popular, para o papo dos pesados vizinhos. A galinha gorda anoitecia no poleiro mas não amanhecia no terreiro, não porque a raposa a tivesse pegado, mas porque os raposos a tinham tirado para a sua panela, que estava quase sempre fervendo dentro da mata virgem.

A vaca leiteira, o quartau carnudo desaparecia do pasto quando menos pensava o crioulo, que os ia recomprar em segunda mão, se, como quase sempre acontecia, os animais furtados eram da sua particular estimação; não escapavam da rapacidade dos malfeitores as próprias bestas do serviço da engenhoca. Dentro dos canaviais apareciam vastas camarinhas, obra dos ladrões; as canas passavam para a mata aos feixes. Enfim era uma calamidade aquela gente, era uma desgraça para o Liberato, mais do que para nenhum outro, aquela vizinhança.

Liberato propôs a venda das terras a mais de um morador do lugar, mas todos se escusaram a comprá-las. De que valiam elas em realidade, com serem tão boas, estando sujeitas, como estavam, àquela onímoda servidão? Não tendo para onde ir, nem outro algum recurso, resignou-se Liberato à sua sorte, e botou para Deus, juiz supremo, que dá provimento a todos os recursos interpostos com justo fundamento. Era de índole pacífica, tinha mulher e filhos, não queria rixas com ninguém, e muito menos as queria com matadores de profissão.

Quando lhe aconselhavam em família, a mulher, ou os filhos, para que reagisse contra os ladrões, ele respondia sempre com estas palavras, ou com outras equivalentes:

— Deus me livre. Se os brancos e o rei não podem com eles, eu que sou negro, é que hei de poder? Vamos passando assim mesmo conforme Deus nos ajudar. Pode-se dizer que vivo trabalhando para eles. Paciência! Um dia isto há de ter fim, ou com a vida, ou com a morte. Será, quando Deus quiser.

Liberato não procedia deste modo por fraqueza, mas por boníssinio discernimento. Ele era até valente por origem. Vinha a ser neto ou bisneto de Henrique Dias, com cuja fama se gloriava. Do ilustre guerreiro lhe vinham por sucessão as terras que possuía nas proximidades do Monte das Tabocas, onde o negro herói conquistara brilho inescurecível para seu nome que ficou sendo urna das primeiras glórias da pátria. Mas bem estava vendo que não podia avantajar-se a quadrilhas de ladrões e assassinos afeitos à prática de toda a sorte de depredações.

Havia já muitos anos que ele vivia sem ter neste assunto outras idéias. Pouco a pouco se habituara a repartir o seu pelos ladrões. Era partilha ele a considerava tão forçada, tão fatal que, sempre que abria um novo roçado ou encoivarava terras para algum novo partido de canas, dizia entre gracejo e resignação:

— É preciso fazer mais acrescentado para que os meus vizinhos não levem tudo, e eu não venha a ficar sem ter com que remir as minhas necessidades.

Estava Liberato um dia consertando uns covos para os meter em um poço onde os camarões saltavam em cardumes quando, banhada em pranto, carpindo a sua desgraça lhe entrou pela porta a mulher de Gabriel.

— Mataram meu marido, Liberato. Estou viúva, e você já não tem seu irmão.

— Quem lhe contou isso, Aninha? perguntou o negro quase esmagado da dor que lhe trouxe a repentina e fúnebre nova. Não é possível. Há de ser mentira. Quem havia de matar Gabriel, que nunca se importou com os outros?

— Desgraçadamente não é mentira, não. Eu soube de tudo. Foi o Cabeleira quem o matou. E o malvado aí vem com o pai, roubando e esfaqueando a quem encontram. Previna-se, Liberato, que eles já devem estar na mata. Ai de mim! Que desgraça, meu Deus! Que será de mim sem Gabriel que era tão bom marido?!

— E onde estou eu, Aninha? Não chore. Eu ainda não creio neste conto. Mas se suceder a desgraça que você diz, nem por isso deverá desesperar, que os homens ainda não se acabaram na Terra.

Seguiu-se um longo pranto na casa do crioulo. Ao carpir de Aninha vieram juntar-se as lamentações de Rosalina, mulher de Liberato e irmã da viúva.

Liberato passou três noites sem pregar os olhos, pensando consigo só. A dor acerba a que ele, sem dar mostras, talvez por prudência, mal tinha podido resistir com sobre-humano esforço, veio despertar os longos ressentimentos e antigos desgostos que jaziam como arrefecidos no fundo do seu coração. Aqueles que quotidianamente o despojavam dos produtos do seu trabalho e da economia tinham-lhe roubado uma vida preciosa. Quem lhe podia assegurar que eles não viessem mais tarde a tomar-lhe a mulher, a tirar-lhe a filha, a arrancar-lhe a própria vida se ele se opusesse à sua vontade criminosa?

Liberato refletiu maduramente sobre este grande assunto, e ao cabo de três dias tomou a resolução que lhe pareceu melhor. Não se contava na distância de três ou quatro, ou dez, vinte léguas da povoação um só proprietário, lavrador, foreiro, almocreve ou morador que não tivesse queixas dos malfeitores, especialmente do Cabeleira que a todos excedia na petulância e fereza. Aqueles a quem faltavam motivos de ofensa pessoal, tinham razão de sobra para quererem a dissolução do couto nas ofensas feitas pelos facinorosos aos parentes e amigos. Só uma população cansada de lutas sanguinolentas, e um governo que cuidava menos de proteger eficazmente a propriedade e a vida na colônia do que de adquirir grossas rendas para a metrópole, e riquezas para si próprio, poderiam sofrer bandos de sicários que, assim fortificados ao pé das famílias, roubavam impunemente bens, honra e vida.

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