August Nemo - Romancistas Essenciais - Coelho Neto

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Romancistas Essenciais - Coelho Neto: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Coelho Neto, escritor, político, professor e membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi popular em sua época, snsiderado o «Príncipe dos Prosadores Brasileiros», numa votação realizada em 1928 pela revista O Malho. Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, em verdadeiro ostracismo intelectual e literário.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– Turbilhão.
– A Conquista.

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O céu, violeta, tinha uma serenidade suave àquela hora da tarde. A gente da estalagem ia abandonando o trabalho, esvaziavam-se as tinas gorgorejando; recolhiam-se as roupas. Faziam-se aos pombais os pombos, e Ritinha, sempre a cantar como uma sereia lúbrica, a atraí-lo, a enfeitiçá-lo. Felizmente Mamede reapareceu... Paulo respirou, aliviado. O mulato abarcava embrulhos e garrafas e, logo que entrou, parando um momento no limiar, disse, risonho:

— Vosmecê há de desculpar a demora.

— Ora! - fez o estudante, complacente.

— A gente quando entra numa dessas vendas sempre encontra uns parceiros e cai na prosa mesmo que é serviço. Com licença, nhozinho. - Puxou uma cadeira, sentou-se, com o espaldar para a frente, as pernas escarranchadas. - Ah! meu senhor... Eu já não sei mesmo onde é que hei de ir cavar dinheiro - isso está preto! Vosmecê não é da Guarda Nacional, nhozinho?

— Eu? Não.

— Dê graças a Deus. É um gastar de dinheiro que não tem conta. A gente, para não ficar por baixo, vai dando e, quando menos pensa, tem soltado das mãos uma cobreira surda. Mas eu gosto; é uma cachaça. Quem foi soldado, vosmecê sabe, tem sempre a sua quedazinha pela farda, e, depois, os manos me deram um posto...

— Que posto?

— Vosmecê ainda não me viu fardado?

— Não.

— Sou alferes.

— Ah!

— Nhozinho, toma alguma coisa, disse de repente o mulato: um gole de vinho do Porto.

Paulo acedeu, e Mamede, num salto, desapareceu no corredor, voltou pouco depois, com a garrafa e dois copos.

— Isto não faz mal. A bebida, com conta, até faz bem - e despejou.

Beberam. E a conversa caiu em Violante. Mamede, confiado no cocheiro que levara o casal para a Tijuca, Paulo, a jurar que se encontrasse o homem, não respondia pela sua vida.

Várias vezes Mamede encheu os copos e, distraído ou excitado, o estudante ia bebendo, até que Ritinha, com um casaco branco enfeitado e rendas largas e uma saia vermelha, apareceu para arranjar a mesa, aliviando-a dos objetos que a atravancavam. E, enquanto ela estendeu a toalha clara e pôs os pratos e os talheres, as garrafas, a farinheira e a fruteira de louça esvazada, Paulo, com o olhar cúpido, acompanhou-a, e o mulato, como se percebesse o entusiasmo do estudante, disse, com orgulho:

— Mulata faísca, hem, nhozinho? Isto tem dengues...!

Lançou-lhe o braço à cintura, atraiu-a e ela, abandonada, lânguida, derreou-se sobre ele, deixando-se afagar, até que, coleando colubrinamente, livrou-se, atirando um muxoxo.

Servido o jantar, Ritinha sentou-se à cabeceira da mesa, entre os dois. Os copos não demoravam vazios, e Paulo já começava a sentir-se atordoado quando, ao fim do jantar, Mamede foi a um canto buscar a laranjinha.

O receio de parecer fraco à mulher desejada fez com que não rejeitasse o cálice que o mulato lhe oferecia - levou-o, porém, à boca, com repugnância e, como para livrar-se mais depressa daquele asco, virou-o e um trago.

O luar subia docemente, branqueando a latada. Um violão gemia perto e Mamede, romântico, enlevado naquela luz visitadora que lhe entrava pela casa, não permitiu que Ritinha acendesse o lampião, e, fora, ao alvor, ficaram conversando: a mulatinha a falar do seu Norte, a recordar as noites poéticas no Cabedelo, entre os coqueirais ou na roda sombria das ramas das gameleiras; Mamede, recordando os dias heróicos, as suas bravuras no Sul e os feitos do major; Paulo, a ouvir, num enternecimento mole, entre os filtros da lua e do perfume da Ritinha que, já íntima, roçava por ele, como a oferecer-se.

Ela não bebia, mas ia servindo cálices sobre cálices, e o estudante não se sentia com ânimo de os recusar até que o mulato, sem dizer palavra, saltou na sala, mergulhou no corredor e, pouco depois, sons trêmulos vieram do fundo da casa e ele apareceu experimentando o violão.

Sentou-se no batente da porta, picando as cordas, apertando as cravelhas; depois, esticando uma perna, pigarreou e, com os olhos no céu, numa voz afinada, pôs-se a cantar uma modinha. A mulata encostou-se ao umbral, com a cabeça para trás, pensativa; Paulo, cabisbaixo, ouvia.

Grilos guizalhavam e, mais longe, como se o misticismo da noite meiga influísse em todos os corações, vozes ternas cantavam em uníssono suavíssimo. Cães ladravam na montanha, onde as casas, muito brancas, como de puro mármore, destacavam-se da verdura que resplandecia alvejante e pelo céu limpo, serena, a lua caminhava magnífica, toda de neve.

Era tarde quando o estudante pediu licença para retirar-se, sentindo-se mal; todavia aceitou o último cálice que lhe ofereceu a mulata.

— A noite está fresca, não faz mal.

Bebeu a custo, arrevessando; apanhou o chapéu e a bengala e despediu-se. Ritinha pediu desculpas do jantar e Mamede quis acompanhá-lo ao portão da estalagem e, sem deixar o violão, lá foi com ele, guiando-o. Ao despedir-se deteve-o e, baixinho, num tom de mistério ofereceu-se para levá-lo a casa. Ele recusou.

O ar fresco da noite, longe de aliviá-lo, como que mais o excitava. O atordoamento tornava-se mais forte: por vezes cambaleava, ia de encontro às paredes. As pernas. ora amoleciam, bambas, ora pareciam retesadas e duras. Ia devagar, sentindo náuseas, a boca saburrosa, os olhos nublados. Caminhava instintivamente, dobrando esquinas - ora pela calçada, ora pelo meio da rua e foi com surpresa que reconheceu a Praça da Aclamação.

Lembrava-se vagamente de haver chegado a casa e do seu sofrimento.

Atirou uma cusparada a um canto e entrou no banheiro. Ao jorro d'água sentiu um choque violento e recuou espantado, com a mão sobre o coração. "Não bebo mais!" exclamou, como num juramento e, curvado, meteu-se sob o chuveiro.

IX

Quando saiu encontrou a sala de jantar vazia, já todos os trastes haviam sido retirados; ficou a olhar, distraído, até que Felícia apareceu com o café. Tomou-o a pequenos goles, com repugnância, sentindo-o muito quente, a escaldar-lhe o estômago. Ouvindo os passos arrastados da mãe teve um estremecimento e pousou a xícara na janela, receoso que lhe caísse da mão trêmula. A velha mantinha o seu ar de bondade, e, como se nada houvesse acontecido, disse-lhe:

— Estive guardando a tua roupa. E os livros?

Àquela meiguice, toda de perdão, ainda mais se lhe agravou o vexame.

— Podem ir na cesta.

— Os homens ainda têm uma barrica; se queres...?

— Pois sim. Já estão no meu quarto?

— Não, estão ainda na sala. Deixei fora o terno azul e a tua roupa branca está no quarto de Violante. É melhor que te vistas já para mandarmos o resto nas carroças.

— Sim, senhora.

Foi para o quarto da irmã. Se houvesse voltado o rosto teria visto o ar enternecido com que a velha o acompanhava. Encontrou toda a sua roupa no chão, sobre um jornal, e, vestindo-se, ouvia os passos da velha no quarto contíguo.

Quando saiu já Dona Júlia, com a sua capota de vidriIhos e o seu vestido de merinó, dava ordens à Felícia. Iam indo para as carroças as tinas, os arames em que secavam as roupas, as galinhas, amarradas pelos pés, a gaiola do gaturamo, que esvoaçava assustado e, num saco, no canto da casa, o gato miava desesperadamente, rebolcando-se. Dona Júlia calçando as mitaines cerzidas, disse, d'olhos baixos, tímida:

— Olha, meu filho, eu vou dizer adeus a esta gente aqui do lado, não custa. Não sei que parece sairmos assim. Descansa que ninguém nos visita. Esta gente é boa... Lá os outros... que Deus lhes acrescente.

— Mamãe pode ir, eu não vou. É tudo a mesma súcia.

— Pois sim. Então, até já.

— Mas não se demore: precisamos seguir para que os homens não fiquem à nossa espera.

— Sim. É só um adeus.

Paulo, de mãos enfiadas nos bolsos, passeando ao longo da sala vazia, enquanto os homens retiravam os móveis do seu quarto, pensava em Ritinha: a mulata obsediava-o. Foi ao quintal e deu com Felícia agachada, desenterrando um pé de arruda.

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