Alexandre Dumas - Alexandre Dumas - Os três mosqueteiros

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"Os Três Mosqueteiros" conta a história de um jovem de 20 anos, proveniente da Gasconha, D'Artagnan, que vai a Paris buscando se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei, os mosqueteiros do Rei. Chegando lá, após acontecimentos similares, ele conhece três mosqueteiros chamados «os inseparáveis»: Athos, Porthos e Aramis. Juntos, os quatro enfrentaram grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII, e principalmente, da rainha, Ana de Áustria. Encontraram seus inimigos, o Cardeal Richelieu e os seus guardas, além de Milady, uma bela mulher à serviço de Richelieu, que já foi casada com Athos. Essa lista também inclui os huguenotes e os ingleses, inimigos da Coroa francesa.

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Sumário

OS TRÊS MOSQUETEIROS Alexandre Dumas OS TRÊS MOSQUETEIROS

PREFÁCIO

CAPÍTULO I — OS TRÊS PRESENTES DO SR. D’ARTAGNAN PAI

CAPÍTULO II — A ANTECÂMARA DO SR. DE TRÉVILLE

CAPÍTULO III — A AUDIÊNCIA

CAPÍTULO IV — O OMBRO DE ATHOS, O BOLDRIÉ DE PORTHOS E O LENÇO DE ARAMIS

CAPÍTULO V — OS MOSQUETEIROS DO REI E OS GUARDAS DO SR. CARDEAL

CAPÍTULO VI — SUA MAJESTADE O REI LUÍS XIII

CAPÍTULO VII — COMO VIVIAM OS MOSQUETEIROS

CAPÍTULO VIII — UMA INTRIGA DE CORTE

CAPÍTULO IX — D’ARTAGNAN SALIENTA-SE

CAPÍTULO X — UMA RATOEIRA DO SÉCULO XVII

CAPÍTULO XI — A INTRIGA PROGRIDE

CAPÍTULO XII — GEORGES VILLIERS, DUQUE DE BUCKINGHAM

CAPÍTULO XIII — O SR. BONACIEUX

CAPÍTULO XIV — O HOMEM DE MEUNG

CAPÍTULO XV — GENTE DE TOGA E GENTE DE ESPADA

CAPÍTULO XVI — ONDE O SR. CHANCELER SÉGUIER PROCUROU MAIS UMA VEZ O SINO PARA O TOCAR, COMO FAZIA EM OUTRO TEMPO

CAPÍTULO XVII — O CASAL BONACIEUX

CAPÍTULO XVIII — O AMANTE E O MARIDO

CAPÍTULO XIX — PLANO DE CAMPANHA

CAPÍTULO XX — A VIAGEM

CAPÍTULO XXI — A CONDESSA DE WINTER

CAPÍTULO XXII — O BAILADO DA MERLAISON

CAPÍTULO XXIII — O ENCONTRO

CAPÍTULO XXIV — O PAVILHÃO

CAPÍTULO XXV — PORTHOS

CAPÍTULO XXVI — A TESE DE ARAMIS

CAPÍTULO XXVII — A MULHER DE ATHOS

CAPÍTULO XXVIII — REGRESSO

CAPÍTULO XXIX — A CAÇA AO EQUIPAMENTO

CAPÍTULO XXX — MILADY

CAPÍTULO XXXI — INGLESES E FRANCESES

CAPÍTULO XXXII — UM JANTAR DE PROCURADOR

CAPÍTULO XXXIII — CRIADA E AMA

CAPÍTULO XXXIV — ONDE SE TRATA DO EQUIPAMENTO DE ARAMIS E DE PORTHOS

CAPÍTULO XXXV — DE NOITE TODOS OS GATOS SÃO PARDOS

CAPÍTULO XXXVI — SONHO DE VINGANÇA

CAPÍTULO XXXVII — O SEGREDO DE MILADY

CAPÍTULO XXXVIII — COMO SEM SE INCOMODAR, ATHOS ARRANJOU O SEU EQUIPAMENTO

CAPÍTULO XXXIX — UMA VISÃO

CAPÍTULO XL — O CARDEAL

CAPÍTULO XLI — O CERCO DE LA ROCHELLE

CAPÍTULO XLII — O VINHO DE ANJOU

CAPÍTULO XLIII — A ESTALAGEM DO POMBAL VERMELHO

CAPÍTULO XLIV — DA UTILIDADE DAS CHAMINÉS

CAPÍTULO XLV — CENA CONJUGAL

CAPÍTULO XLVI — O BASTIÃO SAINT-GERVAIS

CAPÍTULO XLVII — O CONSELHO DOS MOSQUETEIROS

CAPÍTULO XLVIII — QUESTÃO FAMILIAR

CAPÍTULO XLIX — FATALIDADE

CAPÍTULO L — CONVERSA DE UM IRMÃO COM A SUA IRMÃ

CAPÍTULO LI — OFICIAL

CAPÍTULO LII — PRIMEIRO DIA DE CATIVEIRO

CAPÍTULO LIII — SEGUNDO DIA DE CATIVEIRO

CAPÍTULO LIV — TERCEIRO DIA DE CATIVEIRO

CAPÍTULO LV — QUARTO DIA DE CATIVEIRO

CAPÍTULO LVI — QUINTO DIA DE CATIVEIRO

CAPÍTULO LVII — UM MEIO DE TRAGÉDIA CLÁSSICA

CAPÍTULO LVIII — EVASÃO

CAPÍTULO LIX — O QUE SE PASSOU EM PORTSMOUTH A 23 DE AGOSTO DE 1628

CAPÍTULO LX — NA FRANÇA

CAPÍTULO LXI — O CONVENTO DAS CARMELITAS DE BÉTHUNE

CAPÍTULO LXII — DUAS VARIEDADES DE DEMÔNIOS

CAPÍTULO LXIII — UMA GOTA DE ÁGUA

CAPÍTULO LXIV — O HOMEM DA CAPA VERMELHA

CAPÍTULO LXV — O JULGAMENTO

CAPÍTULO LXVI — A EXECUÇÃO

CAPÍTULO LXVII — CONCLUSÃO

EPÍLOGO

Alexandre Dumas

OS TRÊS MOSQUETEIROS

PREFÁCIO

Há pouco mais ou menos um ano, procedendo a investigações na Biblioteca Real para a minha história de Luís XIV, encontrei por acaso as Memórias do Sr. D’Artagnan, impressas — como a maior parte das obras da época, em que os autores pretendiam dizer a verdade sem irem dar uma volta mais ou menos longa pela Bastilha — em Amesterdan, na tipografia de Pierre Rouge. O título seduziu-me, e levei-as para casa, com licença do Sr. Conservador, evidentemente, e devorei-as.

Não é minha intenção analisar aqui essa obra curiosa, pelo que me limito a remeter para ela aqueles dos meus leitores que apreciem os quadros de época. Encontrarão aí retratos a lápis feitos por mão de mestre e embora esses esboços tenham sido, na maior parte dos casos, traçados em portas de caserna e paredes de botequim, nem por isso reconhecerão menos neles, tão parecidas como na história do Sr. Anquetil, as imagens de Luís XIII, de Ana de Áustria, de Richelieu, de Mazarino e da maioria dos cortesãos da época.

Mas, como se sabe, o que impressiona o espírito caprichoso do poeta nem sempre é o que impressiona a massa dos leitores. Ora, embora admirando, como os outros admirarão sem dúvida, os pormenores que assinalamos, o que mais nos preocupou foi uma coisa a que com certeza ninguém antes de nós prestara a mais pequena atenção.

D’Artagnan conta que na sua primeira visita ao Sr. de Tréville, o capitão dos mosqueteiros do rei, encontrou na antecâmara três jovens que serviam no ilustre corpo em que ele solicitava a honra de ser recebido, chamados Athos, Porthos e Aramis.

Confessamos que estes três nomes estranhos nos impressionaram e que nos acudiu imediatamente à idéia que não passavam de pseudônimos com que D’Artagnan ocultara nomes talvez ilustres, se é que os portadores desses nomes de empréstimo os não tinham escolhido pessoalmente no dia em que, por capricho, desgosto ou carência de fortuna, tinham envergado o modesto uniforme de mosqueteiro.

Desde então resolvemos não descansar enquanto não encontrássemos nas obras contemporâneas qualquer vestígio desses nomes extraordinários que tão fortemente tinham despertado a nossa curiosidade.

O único catálogo de livros que lemos para chegar a tal fim encheria por completo um folhetim, o que talvez fosse muito instrutivo, mas era certamente pouco divertido para os nossos leitores. Limitamo-nos portanto a dizer-lhes que no momento em que, desanimados com tantas investigações infrutíferas, íamos desistir da nossa busca encontramos finalmente, guiados pelos conselhos do nosso ilustre e sábio amigo Paulin Paris um manuscrito in-fólio cotado sob o número 4772 ou 4773, já não nos lembramos bem, tendo por título:

“Memórias do Sr. Conde de La Fere respeitantes a alguns dos acontecimentos que se passaram em França cerca do fim do reinado de Luís XIII e princípios do reinado de Luís XIV.”

Calcule-se como foi grande a nossa alegria quando, ao folhearmos o manuscrito, nossa derradeira esperança, encontramos na vigésima página o nome de Athos, na vigésima sétima o nome de Porthos e na trigésima primeira o nome de Aramis.

A descoberta de um manuscrito completamente desconhecido numa época em que a ciência histórica atingiu tão alto grau de desenvolvimento pareceu-nos quase milagrosa. Apressamo-nos por isso a solicitar autorização para mandar imprimi-lo, a fim de nos apresentarmos um dia com a bagagem de outro na Academia de Inscrições e Belas-Artes, se não chegássemos, coisa muito provável, a entrar na Academia Francesa com a nossa própria bagagem. Tal autorização, devemos dizê-lo, foi-nos graciosamente concedida, o que consignamos aqui para dar desmentido público aos mal-intencionados que pretendem que vivemos sob um governo assaz mediocremente disposto a respeito dos escritores.

Ora, é a primeira parte desse precioso manuscrito que oferecemos hoje aos nossos leitores, depois de lhe restituirmos o título que lhe pertence, com o compromisso de se, como não duvidamos, esta primeira parte obtiver o êxito que merece, publicarmos imediatamente a segunda.

Entretanto, como o padrinho é um segundo pai, convidamos o leitor a responsabilizar-nos, e não ao conde de La Fere, pelo seu prazer ou pelo seu aborrecimento.

Posto isto, passemos à nossa história.

CAPÍTULO I — OS TRÊS PRESENTES DO SR. D’ARTAGNAN PAI

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