Machado de Assis - Dom Casmurro (Clássicos da literatura brasileira)

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Dom Casmurro (Clássicos da literatura brasileira): краткое содержание, описание и аннотация

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"Dom Casmurro" é um romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1899. Seu protagonista é Bento Santiago, o narrador da história que, contada em primeira pessoa, pretende «atar as duas pontas da vida», ou seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos, Bento escreve sobre suas reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse relacionamento, que se torna o enredo central da trama. Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, se inicia com um episódio que seria recente, no qual o narrador recebe a alcunha de «Dom Casmurro», daí o título do romance. Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como a ironia e a intertextualidade, fazendo referências a Schopenhauer e, sobretudo, à peça Otelo, o Mouro de Veneza de Shakespeare.

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Sumário

Dom Casmurro Machado de Assis Dom Casmurro

CAPÍTULO PRIMEIRO: DO TÍTULO CAPÍTULO PRIMEIRO: DO TÍTULO Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso. — Continue, disse eu acordando. — Já acabei, murmurou ele. — São muito bonitos. Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro, domingo vou jantar com você”.— "Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo”.— "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça”. Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

CAPÍTULO II: DO LIVRO

CAPÍTULO III: A DENÚNCIA

CAPÍTULO IV: UM DEVER AMARÍSSIMO!

CAPÍTULO V: O AGREGADO

CAPÍTULO VI: TIO COSME

CAPÍTULO VII: D. GLÓRIA

CAPÍTULO VIII: É TEMPO

CAPÍTULO IX: A ÓPERA

CAPÍTULO X: ACEITO A TEORIA

CAPÍTULO XI: A PROMESSA

CAPÍTULO XII: NA VARANDA

CAPÍTULO XIII: CAPITU

CAPÍTULO XIV: A INSCRIÇÃO

CAPÍTULO XV: OUTRA VOZ REPENTINA

CAPÍTULO XVI: O ADMINISTRADOR INTERINO

CAPÍTULO XVII: OS VERMES

CAPÍTULO XVIII: UM PLANO

CAPÍTULO XIX: SEM FALTA

CAPÍTULO XX: MIL PADRE-NOSSOS E MIL AVE-MARIAS

CAPÍTULO XXI: PRIMA JUSTINA

CAPÍTULO XXII: SENSAÇÕES ALHEIAS

CAPÍTULO XXIII: PRAZO DADO

CAPÍTULO XXIV: DE MÃE E DE SERVO

CAPÍTULO XXV: NO PASSEIO PÚBLICO

CAPÍTULO XXVI: AS LEIS SÃO BELAS

CAPÍTULO XXVII: AO PORTÃO

CAPÍTULO XXVIII: NA RUA

CAPÍTULO XXIX: O IMPERADOR

CAPÍTULO XXX: O SANTÍSSIMO

CAPÍTULO XXXI: AS CURIOSIDADES DE CAPITU

CAPÍTULO XXXII: OLHOS DE RESSACA

CAPÍTULO XXXIII: O PENTEADO

CAPÍTULO XXXIV: SOU HOMEM!

CAPÍTULO XXXV: O PROTONOTÁRIO APOSTÓLICO

CAPÍTULO XXXVI: IDÉIA SEM PERNAS E IDÉIA SEM BRAÇOS

CAPÍTULO XXXVI: IDÉIA SEM PERNAS E IDÉIA SEM BRAÇOS

CAPÍTULO XXXVII: A ALMA É CHEIA DE MISTÉRIOS

CAPÍTULO XXXVIII: QUE SUSTO, MEU DEUS!

CAPÍTULO XXXIX: A VOCAÇÃO

CAPÍTULO XL: UMA ÉGUA

CAPÍTULO XLI: A AUDIÊNCIA SECRETA

CAPÍTULO XLII: CAPITU REFLETINDO

CAPÍTULO XLIII: VOCÊ TEM MEDO?

CAPÍTULO XLIV: O PRIMEIRO FILHO

CAPÍTULO XLV: ABANE A CABEÇA, LEITOR

CAPÍTULO XLVI: AS PAZES

CAPÍTULO XLVII: "A SENHORA SAIU”

CAPÍTULO XLVIII: JURAMENTO DO POÇO

CAPÍTULO XLIX: UMA VELA AOS SÁBADOS

CAPÍTULO L: UM MEIO-TERMO

CAPÍTULO LI: ENTRE LUZ E FUSCO

CAPÍTULO LII: O VELHO PÁDUA

CAPÍTULO LIII: A CAMINHO!

CAPÍTULO LIV: PANEGÍRICO DE SANTA MÔNICA

CAPÍTULO LV: UM SONETO

CAPÍTULO LVI: UM SEMINARISTA

CAPÍTULO LVII: DE PREPARAÇÃO

CAPÍTULO LVIII: O TRATADO

CAPÍTULO LIX: CONVIVAS DE BOA MEMÓRIA

CAPÍTULO LX: QUERIDO OPÚSCULO

CAPÍTULO LXI: A VACA DE HOMERO

CAPÍTULO LXII: UMA PONTA DE IAGO

CAPÍTULO LXIII: METADES DE UM SONHO

CAPÍTULO LXIV: UMA IDÉIA E UM ESCRÚPULO

CAPÍTULO LXV: A DISSIMULAÇÃO

CAPÍTULO LXVI: INTIMIDADE

CAPÍTULO LXVII: UM PECADO

CAPÍTULO LXVIII: ADIEMOS A VIRTUDE

CAPÍTULO LXIX: A MISSA

CAPÍTULO LXX: DEPOIS DA MISSA

CAPÍTULO LXXI: VISITA DE ESCOBAR

CAPÍTULO LXXII: UMA REFORMA DRAMÁTICA

CAPÍTULO LXXIII: O CONTRA-REGRA

CAPÍTULO LXXIV: A PRESILHA

CAPÍTULO LXXV: O DESESPERO

CAPÍTULO LXXVI: EXPLICAÇÃO

CAPÍTULO LXXVII: PRAZER DAS DORES VELHAS

CAPÍTULO LXXVIII: SEGREDO POR SEGREDO

CAPÍTULO LXXIX: VAMOS AO CAPÍTULO

CAPÍTULO LXXX: VENHAMOS AO CAPÍTULO

CAPÍTULO LXXXI: UMA PALAVRA

CAPÍTULO LXXXII: O CANAPÉ

CAPÍTULO LXXXIII: O RETRATO

CAPÍTULO LXXXIV: CHAMADO

CAPÍTULO LXXXV: O DEFUNTO

CAPÍTULO LXXXVI: AMAI, RAPAZES!

CAPÍTULO LXXXVII: A SEGE

CAPÍTULO LXXXVIII: UM PRETEXTO HONESTO

CAPÍTULO LXXXIX: A RECUSA

CAPÍTULO XC: A POLÊMICA

CAPÍTULO XCI: ACHADO QUE CONSOLA

CAPÍTULO XCII: O DIABO NÃO É TÃO FEIO COMO SE PINTA

CAPÍTULO XCIII: UM AMIGO POR UM DEFUNTO

CAPÍTULO XCIV: IDÉIAS ARITMÉTICAS

CAPÍTULO XCV: O PAPA

CAPÍTULO XCVI: UM SUBSTITUTO

CAPÍTULO XCVII: A SAÍDA

CAPÍTULO XCVIII: CINCO ANOS

CAPÍTULO XCIX: O FILHO É A CARA DO PAI

CAPÍTULO C: "TU SERÁS FELIZ, BENTINHO”

CAPÍTULO CI: NO CÉU

CAPÍTULO CII: DE CASADA

CAPÍTULO CIII: A FELICIDADE TEM BOA ALMA

CAPÍTULO CIV: AS PIRÂMIDES

CAPÍTULO CV: OS BRAÇOS

CAPÍTULO CVI: DEZ LIBRAS ESTERLINAS

CAPÍTULO CVII: CIÚMES DO MAR

CAPÍTULO CVIII: UM FILHO

CAPÍTULO CIX: UM FILHO ÚNICO

CAPÍTULO CX: RASGOS DA INFÂNCIA

CAPÍTULO CXI: CONTADO DEPRESSA

CAPÍTULO CXII: AS IMITAÇÕES DE EZEQUIEL

CAPÍTULO CXIII: EMBARGOS DE TERCEIRO

CAPÍTULO CXIV: EM QUE SE EXPLICA O EXPLICADO

CAPÍTULO CXV: DÚVIDAS SOBRE DÚVIDAS

CAPÍTULO CXVI: FILHO DO HOMEM

CAPÍTULO CXVII: AMIGOS PRÓXIMOS

CAPÍTULO CXVIII: A MÃO DE SANCHA

CAPÍTULO CXIX: NÃO FAÇA ISSO, QUERIDA!

CAPÍTULO CXX: OS AUTOS

CAPÍTULO CXXI: A CATÁSTROFE

CAPÍTULO CXXII: O ENTERRO

CAPÍTULO CXXIII: OLHOS DE RESSACA

CAPÍTULO CXXIV: O DISCURSO

CAPÍTULO CXXV: UMA COMPARAÇÃO

CAPÍTULO CXXVI: CISMANDO

CAPÍTULO CXXVII: O BARBEIRO

CAPÍTULO CXXVIII: PUNHADO DE SUCESSOS

CAPÍTULO CXXIX: A D. SANCHA

CAPÍTULO CXXX: UM DIA...

CAPÍTULO CXXXI: ANTERIOR AO ANTERIOR

CAPÍTULO CXXXII: O DEBUXO E O COLORIDO

CAPÍTULO CXXXIII: UMA IDÉIA

CAPÍTULO CXXXIV: O DIA DE SÁBADO

CAPÍTULO CXXXV: OTELO

CAPÍTULO CXXXVI: A XÍCARA DE CAFÉ

CAPÍTULO CXXXVII: SEGUNDO IMPULSO

CAPÍTULO CXXXVIII: CAPITU QUE ENTRA

CAPÍTULO CXXXIX: A FOTOGRAFIA

CAPÍTULO CXL: VOLTA DA IGREJA

CAPÍTULO CXLI: A SOLUÇÃO

CAPÍTULO CXLII: UMA SANTA

CAPÍTULO CXLIII: O ÚLTIMO SUPERLATIVO

CAPÍTULO CXLIV: UMA PERGUNTA TARDIA

CAPÍTULO CXLV: O REGRESSO

CAPÍTULO CXLVI: NÃO HOUVE LEPRA

CAPÍTULO CXLVII: A EXPOSIÇÃO RETROSPECTIVA

CAPÍTULO CXLVIII: E BEM, E O RESTO?

Machado de Assis

Dom Casmurro

CAPÍTULO PRIMEIRO: DO TÍTULO

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

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