Ela olhou para seu relógio e viu que era perto das seis horas. "Quando seu delegado e outros policiais vão reportar?" ela perguntou.
“Muito em breve. Mas ainda ninguém ligou com qualquer coisa. Eu os manterei atualizados se vocês quiserem sair e recolher seus pertences."
"Parece bom para mim," disse Mackenzie.
Ela pegou os arquivos do caso enquanto ficou de pé. "Obrigado por sua ajuda esta tarde," disse Mackenzie.
"É claro. Eu só queria oferecer mais assistência. Se vocês quiserem, posso chamar a Polícia Estadual até aqui para ajudar. Eles estiveram aqui nessa manhã, mas se espalharam bem rápido. Eu acho que pode haver alguns deles ficando aqui na cidade por um dia ou dois."
"Se chegar a esse ponto, eu te aviso" disse Mackenzie. "Boa noite, senhores."
Com isso, ela e Ellington saíram. O saguão da frente estava vazio agora, Frances tendo terminado o dia.
No estacionamento, Ellington hesitou por um momento ao tirar as chaves. "Hotel ou uma viagem a Lynchburg?" ele perguntou.
Ela pensou sobre isso e, apesar da forte tentação em continuar a investigação mesmo tarde da noite, sentiu que tentar entrar em contato com Robbie Huston pelo telefone produziria os mesmos resultados que uma viagem até Lynchburg. Mais do que isso, ela já estava começando a acreditar que o Xerife Clarke sabia o que ele estava fazendo─e se ele não possuía ressalvas sobre Huston, então ela confiaria nisso por enquanto. Era uma das melhores coisas em trabalhar em um caso em uma cidade pequena─quando todos se conheciam quase intimamente, as opiniões e instintos da polícia local podiam frequentemente ser bem confiáveis.
Ainda continuará válido ligar para ele quando acomodarmos, ela pensou.
“Hotel," ela disse. "Se eu não puder conseguir o que quero ligando para ele essa noite, nós paramos em Lynchburg amanhã."
"No caminho para Treston? Parece ser uma longa viagem."
Ela assentiu. Iria ser um monte de idas e vindas. Eles poderiam ter mais sucesso se eles se separassem amanhã. Mas eles poderiam discutir estratégia depois de dar entrada em um quarto com os arquivos dos casos em frente a eles e um ar condicionado explodindo ao lado deles.
Nem uma vez, pela atração da luxúria, a ideia de um condicionado nesse calor opressivo era muito boa para resistir. Eles entraram no carro ardendo em chamas, Ellington desceu as janelas e eles foram para oeste, para o que servia como o coração de Stateton.
***
O único motel de Stateton era um surpreendentemente bem cuidado quadradinho de construção chamado Pousada do Condado de Staunton. Continha doze quartos, nove dos quais estavam vagos quando Mackenzie entrou no saguão e solicitou um quarto para a noite. Agora que McGrath sabia sobre a relação dos dois, ela e Ellington não precisavam mais se preocupar sobre alugar dois quartos apenas para manterem as aparências. Eles reservaram um único quarto com uma só cama, após um dia estressante de dirigir no calor, fizeram bom uso dele assim que a porta fechou atrás deles.
Afinal, ao tomar banho, Mackenzie não podia deixar de apreciar o sentimento caloroso de ser desejada. Era mais que isso, porém; o fato de que eles haviam começado a tirar as roupas no momento em que ficaram sozinhos e de que eles tinham acesso a uma cama a fizeram sentir dez anos mais jovem. Era uma boa sensação, mas uma que ela tentava manter sob controle duramente. Sim, ela estava curtindo as coisas com Ellington e seja lá o que estivesse acontecendo entre eles era uma das coisas mais animadoras e promissoras que aconteceram a ela nós últimos anos, mas ela também sabia que se não fosse cuidadosa, poderia deixar isso interferir com seu trabalho.
Ela sentia que ele também sabia disso. Ele estava arriscando as mesmas coisas que ela: reputação, zombaria e desgosto. Embora ultimamente ela não estivesse certa que ele também estava preocupado com ter o coração partido. Ao conhecê-lo melhor, ela estava bem segura de que Ellington não era o tipo de cara que dormia por aí ou tratava mal as mulheres, mas ela também sabia que ela acabara de sair de um casamento frustrado e estava sendo muito cauteloso sobre o relacionamento deles─se este fosse o nome que estavam escolhendo chamar.
Ela estava ficando com a sensação de que Ellington não ficaria muito abalado se as coisas entre eles terminassem. Conquanto para ela… bem, ela não tinha certeza de como encararia isso.
Enquanto ela saia do banho e se secava, Ellington estava ali, no banheiro. Parecia que ele havia planejado se juntar a ela no banho, mas havia acabado de perder a chance. Ele estava dando um olhar para ela que mantinha um pouco da sua malícia usual, mas também algo concreto e estóico─algo que ela veio a pensar como a sua "expressão de trabalho."
"Sim?" ela perguntou divertidamente.
"Amanhã… eu não quero fazer isso, mas talvez nós devêssemos nos separar. Um de nós vai até Treston enquanto o outro fica aqui e trabalha com a Polícia local e o médico legista."
Ela sorriu, percebendo quão sincronizados eles poderiam ficar de tempos em tempos. "Eu estava pensando a mesma coisa."
"Você tem alguma preferência?" ele perguntou.
"Na verdade não. Eu vou pegar Lynchburg e Treston. Eu não me importo em dirigir."
Ela achou que ele iria discutir, querendo pegar o tempo na estrada. Ela achava que ele particularmente não gostava de dirigir, mas ele também não gostava da ideia de ficar na estrada sozinho.
"Parece bom," ele disse. "Se nós pudermos fechar o dia com novas informações sobre o lar em Treston com qualquer informação que conseguirmos do legista por aqui, talvez consigamos amarrar esse negócio rapidamente, como todos estão esperando.”
"Parece ótimo," ela disse. Ela plantou um beijo na boca dele ao passar.
Um pensamento cruzou a cabeça dela ao voltar para o quarto, um que a fez sentir quase doente de amor, mas que não poderia ser negado.
E se ele não se sentir por mim da mesma maneira como eu me sinto por ele?
Ele parecia ligeiramente distante na última semana ou duas, e enquanto ele tenha feito o seu melhor para esconder dela, ela observou isso aqui e ali.
Talvez ele perceba como isso pode afetar nosso trabalho.
Era uma boa razão─uma razão na qual ela também pensava frequentemente. Mas ela não poderia se preocupar com isso agora. Com o relatório do legista sendo entregue a qualquer momento, este caso tinha potencial para se desenrolar bem rapidamente. E ela sabia que se a mente dela estivesse em assuntos de Ellington e no que eles significavam um para o outro, ela poderia se enrolar completamente.
Quando ambos se separaram na manhã seguinte, Mackenzie ficou surpresa em notar que Ellington parecia particularmente sombrio sobre isso. Ele a abraçou no quarto do motel um pouco mais demoradamente que o normal e parecia meio triste quando ela o deixou no DP de Stateton. Com um aceno pelo para-brisa enquanto ele entrava, Mackenzie voltou para a estrada principal com uma viagem de duas horas e quarenta e cinco minutos a frente dela.
Estando na floresta, o sinal do seu telefone era irregular. Ela não foi capaz de fazer uma ligação para o segundo potencial suspeito de Jones, Robbie Huston, até que ela estivesse a cerca de quinze quilômetros fora dos limites da cidade de Stateton. Quando ela finalmente conseguiu fazer a ligação, ele respondeu ao segundo toque.
“Alô?”
“É Robbie Huston?" ela perguntou.
“É. Quem pergunta?"
“Aqui é a Agente Mackenzie White do FBI. Eu estava pensando se você teria tempo para conversar essa manhã."
“Hum… posso perguntar sobre o que se trata?”
Sua confusão e surpresa eram genuínas. Ela poderia perceber mesmo pelo telefone.
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