—Fico feliz em fazer parte de sua vida,querido. Você também transformou minha vida. Quanto a minha experiência, quero dizer que apesar de ter decepcionado minha família ao escolher ser uma simples dona de casa, posso afirmar que acertei. O importante não é o que ganhamos, o status social, os prazeres, e sim estar feliz consigo mesmo com muito ou pouco. É isto. (Clara)
—Esplêndido.Obrigado. Ajudaram muito. Quero dizer que estou muito feliz com a amizade de todos e que desejo manter contato. (O vidente)
—Eu também. Amo fazer amizades. (Renato)
Levanto-me propondo um abraço coletivo e todos aceitam. Neste momento mágico, uma pequena luz surge entre nós e sobe até o céu. Enquanto nós vivêssemos, ela brilharia sempre. Depois dum tempo, nos separamos e conversamos um pouco mais. Quando esgotamos todos os assuntos, nos despedimos e imediatamente procuramos retornar a nossa casinha provisória. Auxiliados pela luz da lanterna, enfrentamos os mesmos perigos da ida, corremos na mata, até que exaustos finalmente chegamos, entramos na residência no mestre, caímos na cama, e dormimos. O próximo dia teria novas aventuras.
Amanhece no sítio Fundão,zona Rural de Pesqueira, agreste de Pernambuco-Brasil. Em dado momento, eu e Renato despertamos auxiliados pela claridade intensa provocada pelos raios de sol. Alguns instantes depois, nos levantamos, nos cumprimentamos, nos espreguiçamos, e vamos tomar banho, um por vez. Terminado este processo, voltamos ao quarto, trocamos de roupa, acordamos Angel e por fim nos dirigimos a cozinha a fim de preparar o café. Auxiliados por Angel, finalizamos esta tarefa em pouco tempo e logo depois sentamos a mesa, a fim de comer o desjejum. É aí que se quebra o silêncio até então predominante através do nosso mestre atual.
—E aí? Dormiram com os anjos?) (Angel)
—Não muito bem. Meu espírito foi treinado intensamente e isto me causou muito cansaço. Isto é normal? (O vidente)
—Já eu dormi muito bem. Apesar da dor nas costas, he, he. (Renato)
—Renato,parabéns. Isto é raríssimo aqui no sítio. Aldivan, è absolutamente normal e isto demonstra mais necessidade de treinamento e desenvolvimento. Como foi o sonho? (Angel)
—Na parte principal do sonho ,meu espírito voava, sobre um abismo muito profundo, e dentro dele havia uma espécie de monstro que me perseguia e me usava para escapar. Era como se, no passado, eu o tivesse prendido através de alguma magia e ele me usava agora. No final, nos enfrentávamos, mas ele era muito evoluído para mim. (O vidente)
—Entendo. Talvez isto represente um sinal do destino em relação ao futuro. Basicamente, mais ação, concentração e reflexão. Em suma, energia pura. (Angel)
—Eu o farei. Não faltará dedicação e persistência de nossa parte. Quanto ao próximo desafio, como agir e quando se realizará? (O vidente)
-—Daqui a alguns instantes, depois de terminarmos o café. Iremos ao leste e trabalharemos com o dom da ciência e novamente com a co-visão pois faltam apenas dois passos para a primeira revelação. (Angel)
—Entendi. Estamos à disposição, mestre. (Renato)
—Obrigado Angel pelas informações. (O vidente)
A conversa esfria, continuamos a nos alimentar e quando terminamos, vamos nos preparar para a nova saída: Arranjamos alimento, água, e pego minha bíblia e crucifixo inseparáveis. Com tudo pronto, nos dirigimos a saída, e já fora, procuramos a trilha mais próxima que nos conduz ao nosso destino. Ao encontrarmos, iniciamos a verdadeira caminhada. O que aconteceria? Continue acompanhando, leitor.
O novo começo de caminhada produz em nós um encontro de sentimentos e expectativas opostos, como se fossem dois mundos completamente diferentes. Ao mesmo tempo em que comemoramos o cumprimento das metas atuais, nos enchemos de dúvidas e ansiedade com relação ao nosso futuro. Como conciliar estas questões? Penso um pouco e não encontro uma resposta plausível. Na dúvida, continuamos seguindo sem frente a fim de descobrir aonde chegaríamos. Nesta busca, avançamos rapidamente entre espinhos, garranchos, contestações e saudades. Mais adiante, cumprimos um quarto do percurso. No momento, este fato só representa um número.
Avançamos mais. Em dado momento, encontramos com um típico caçador sertanejo, muito simpático, chamado Roberto, conhecido de Angel. Paramos um pouco e puxamos um pouco de conversa. Ele nos fala das suas grandes aventuras e feitos naquela região, incluindo amores, grandes caças, contato com extraterrestres e espíritos. Sua história é mesmo interessante. Ficamos entusiasmados e contamos um pouco de nossa vida particular, de nós mesmos. Sendo um homem já experiente, ele aproveita para nos dar conselhos. Ouvimos tudo atentamente e prometemos pensar muito bem sobre o assunto. Angel aproveita sua presença para nos dar outras orientações. As informações dos dois se completam e nos dão uma boa base para nos guiar. Agradecemos. Quando o assunto esgota, Roberto nos abraça, deseja boa sorte e finalmente se despede. Eu, Angel e Renato retomamos a caminhada e um tempo depois ultrapassamos metade do percurso.
Um pouco mais adiante, Angel desvia da trilha principal, e dobra a direita. O acompanhamos. Ao dar o sexagésimo sexto passo, sinto um baque espiritual tão tamanho que fico de joelhos. No instante posterior, o mundo gira, o céu escurece diante de nós, e somos cercados por luz e trevas ao mesmo tempo. No centro, uma fogueira espiritual é acesa e somos empurrados de encontro a ela. Quando atingimos o fogo, somos cercados por uma legião de mutantes espirituais antigos que começam a usar seus poderes contra nós. Angel, cheio de experiência, domina completamente a situação e não é atingido pois é conhecedor da magia branca e a negra. Já eu e Renato sofremos por sermos ainda aprendizes. Somos alvo de reclamações e ataques por estes espíritos atormentados.Com a mente muito confusa, tento me concentrar e depois de muito esforço consigo liberar meu poder interior e me transformo no vidente. Já transformado, libero meu espírito ,uso minha paranormalidade e copio os poderes dos personagens mais importantes. Reajo. Uso o metal,raios,telepatia e afasto por um momento os espíritos. Aproveito a situação, dou um passo para trás e tudo finalmente muda: os espíritos se afastam, luz e trevas também, a fogueira se apaga. Retorno ao meu corpo e espero um pouco. Quando me sinto completamente bem, levanto-me e abraço meus companheiros. Angel explica:
—O tempo urge e o cerco está se fechando. Isto é um sinal de que os espíritos ancestrais dos mutantes estão inquietos e querem se manifestar o quanto antes. Temos que nos apressar.
—Quem são eles? Posso saber? (O vidente)
—Alguns são meus ex-companheiros de aventura. Infelizmente, por questões diversas, não encontraram a paz no mundo espiritual e exigem uma retratação, uma divulgação. Durante muito tempo procuraram alguém capaz mas não encontraram. Agora você foi eleito, filho de Deus. Está nas suas mãos dar paz aos mesmos. (Angel)
—Pode deixar. O que estiver ao nosso alcance, o faremos. (Afirma Renato)
—Entendi. É muita responsabilidade mas vou tentar. Vou precisar de sua ajuda,Renato. Temos que desenvolver a co-visão o quanto antes. (O vidente)
—Não só a co-visão como a sua sensibilidade tem que ser bastante aguçadas. O importante é que vocês estão bem dispostos. Continuemos a caminhada. (Recomendou o Mestre)
Retornamos a trilha principal. Continuamos a enfrentar os obstáculos naturais da mata além de feras selvagens. Apressamos o passo, analisamos cada detalhe, aprendemos com nós mesmos e com o universo que se apresenta a nossa frente. Neste exato momento, decido entregar-me completamente ao meu destino e “ser como o rio que flui”. A nova atitude aliada com a minha garra,força,persistência e coragem aumentavam em muito as chances de sucesso de minha equipe. Era isto. Agora só restava esperar e avançar. Logo depois, ultrapassamos os três quartos do percurso. O desafio se aproximava.
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