Ele admitiu que precisava conversar um pouco mais no lounge dos donos. Ir para festas. Falar com pessoas.
Blergh!
Ele ligou para Hondros.
"Sim, meu amigo!" o bastardo gordo disse quando atendeu.
Heitor suspirou. Você não escolhe seus amigos, não realmente. "Eu, uh... Preciso das duas garotas que você mencionou."
"Sério? Excelente. Vou mandar os contratos imediatamente. Seus donos me disseram que elas estão prontas para ir, mas definitivamente não esta noite..." ele parou, insinuações rolando pela sua língua gorda.
"Sim, sem problemas. Precisamos delas depois de amanhã para começar o treinamento. Isso é factível?" Hector disse, seus olhos seguindo os pedestres na rua.
"Para você, Hector, tudo é factível!" Hondros disse alegremente. "Agora, há algumas cláusulas, e eu espero que você as entregue na mesma condição em que estou dando elas a você, ok?"
"Sim, que seja. Nós dois sabemos que não tenho escolha. Feche o acordo e faça com que elas cheguem ao HPP amanhã à noite, para que possam descansar. Pickle quer começar a treiná-las cedo."
"Interessante... Bem, assim que você assinar os contratos, nós temos um acordo!" Hondros disse.
Hector sentiu um gosto amargo, como se de repente alguém tivesse pingado sumo de picles em sua boca. "Sim, Yianni. E obrigado pela rápida resposta."
Era preciso ser educado ao tratar de negócios, essa lição foi a que ele aprendeu mais cedo. Mesmo que você tenha dito coisas desagradáveis de antemão, quando se está sentado na mesa de negócios, se aprende a deixar tudo de lado.
Como um gato. Apenas empurre tudo para fora da mesa, deixe-os cair aos pedaços. Ele riu de sua própria piada estúpida. Deuses, ele estava cansado.
GOTA DOZE
Pickle engoliu seco e caminhou até ele.
Hector suspirou e deixou cair seus desenhos de armadura na mesa. "O que foi? Você tem aquele franzido entre os olhos que só faz quando as coisas estão ruins."
Ela não perdeu tempo. "Precisamos de mais dinheiro."
"É claro que precisamos. Sempre precisamos de mais dinheiro." Ele relaxou e recostou-se na cadeira.
"Sim, mas há uma maneira de fazer mais algum."
"Isso é bom, não é?" Ele se inclinou para a frente e fez um gesto de 'continue' com a mão. "Vamos ouvir."
Pickle gesticulou no ar e mostrou-lhe um anúncio no véu sobre uma partida de jugger. A equipe que ela apresentou a ele era ainda mais tola do que a dele: As Clumsies.
Ele engasgou uma bufada. "Ok. O que tem elas?"
"Você pode alugar a mim e a Cherry para uma partida. Não vai ser muito, mas é algum dinheiro entrando. Sem mencionar que nós duas gostaríamos de aliviar um pouco da tensão."
"Claro. Como você sabe que elas precisam de jogadoras?"
"Eu conheço algumas das garotas, nos encontramos há alguns dias, mantivemos contato. As Clumsies são uma equipe de brincadeira, uma marca. Elas fazem muito dinheiro, no entanto. Elas são bem legais, tão legais quanto alguém pode ser nesse ramo. São boas pessoas, mas não boas atletas, e têm autognosia."
Hector deu uma olhada melhor no pôster digital e no site das Clumsies. "Conhece a ti mesmo," ele assentiu.
"Eu apenas mencionei isso casualmente, e elas ficaram bem animadas. Quero dizer, com a perspectiva de finalmente ganhar uma partida com a nossa ajuda."
Hector fechou o site e voltou para seus esboços. "Ok."
Pickle parou por um segundo. "O que, apenas assim?"
"Claro. Faça. Organize tudo. Faça os arranjos. Quão mais claro posso ser pra dizer que concordo com você?"
"Mas eu não posso organizar tudo sozinha. Você tem que ligar para elas."
Heitor suspirou e ergueu os olhos dos esboços de sua armadura. "Pickle?"
"Sim?"
"Os outros donos não têm assistentes?"
"Claro que sim."
"Então pegue o telefone, diga que você é minha assistente, e feche o maldito acordo."
"Mas-mas eu posso estragar tudo!"
Hector revirou os olhos e pegou novamente os esboços. "Nós dois sabemos que não é provável."
GOTA TREZE
No vestiário feminino, logo antes da partida, Cherry e Pickle se preparavam.
Hector estava encostado na parede, desviando o olhar e sendo discreto. Cherry não se importaria se visse o olhar dele, só um pouquinho. "Vê? Eu te disse que você poderia fechar o negócio," ele disse para Pickle.
"Sim... Eu consegui um bom valor também. É apenas um dia de pagamento, mas não é nada para se zombar," Pickle disse, vestindo o top.
"Hey, eu não sou de zombar do dinheiro recebido. Só não exagere, definitivamente não queremos uma lesão," disse ele.
"Venha me arrumar," disse Pickle, em pé.
"Claro." Hector aproximou-se dela e pegou as peças da armadura.
Cherry se animou com isso. "O que é isso, agora?"
Pickle falou em um tom alto demais para que Cherry fosse acreditar nela. "Oh, é só uma mania. Hector coloca minha armadura antes de cada partida." Ela acenou, rindo com desdém. "É para dar sorte."
Hector se ajoelhou e colocou as grevas em Pickle, encostando-se atrás das pernas para prendê-las no lugar.
Então ele se levantou, pegou o acolchoamento do peito, inspecionou por um momento, depois colocou-o no peito de Pickle, cobrindo seu exoesqueleto. Ele abraçou ao redor de sua cintura e apertou-o bem justo.
Então, ele pegou o escudo dela. Pickle esticou o braço e Hector deslizou o escudo por cima, permitindo que ela o segurasse no lugar apropriado. Ele apertou as correias tanto quanto preciso.
Então, ele pegou a espada dela. Poderia ser envolvida em espuma, mas Cherry sabia que Pickle poderia brandí-la como uma profissional. Hector colocou-a no cinto dela.
Então, ele pegou seu capacete. Pickle se inclinou para a frente em pose reverente, e Hector colocou o capacete, deslizando o cabelo para trás com a mão. Ela encontrou os olhos dele novamente, e ele amarrou no lugar. Não muito apertado, não muito solto. Na medida certa.
"Isso. Pronta para chutar uns traseiros, Pickle," disse ele, dando-lhe um sorriso.
Cherry não podia mais se conter. "Isso. Foi. Incrível!"
Os dois se viraram para ela, parecendo confusos.
"Eu vou desenhar essa cena quando voltarmos para casa." Então ela desviou o olhar e chutou o lado do banco. "Hey... Hector?"
"Sim?"
Ela segurou suas grevas com um dedo. "Você pode me vestir também?" ela perguntou, hesitando. "Só se você quiser, isso é..."
Os olhos de Hector pingaram entre as duas garotas. "Bem, com certeza, eu posso."
Ele andou até ela e se ajoelhou diante dela. Cherry era muito menor do que Pickle, e ela podia vê-lo na maneira como Hector podia alcançar a perna e amarrar as grevas sem se esticar. Ela olhou para o topo de sua cabeça enquanto ele a vestia, passando as mãos por seu acolchoamento e verificando as peças, puxando-as para a esquerda e para a direita e amarrando-as corretamente. Ela se inclinou para frente e cheirou o cabelo dele.
Suas mãos eram fortes e se moviam habilmente ao longo de seu corpo. Tudo se tornou uma névoa em sua mente e ela nem percebeu quando Hector colocou o capacete e amarrou-o sob o queixo.
Quando ele bateu no capacete dela gentilmente, ela foi sacudida de seu devaneio. "Tudo pronto. Pegue aqueles crânios, Cherry!" ele a animou com um gesto do tipo "você consegue".
"Ce-certo!"
Pickle e Cherry estavam no portão, esperando o sinal da partida. "Você... Hum... Também gostou quando ele fez aquilo?" Pickle disse. "Eu estou falando sobre o... Você sabe, lá atrás."
Cherry desmontou. "Você está de brincadeira? Eu senti arrepios por toda parte, estou praticamente molhada lá embaixo!" Ela passou as mãos pelo corpo, mexendo os dedos enluvados.
Pickle tossiu e virou para a frente. "Sim... Eu só acho que dá boa sorte, só isso."
"Claro que sim," Cherry brincou, olhando para ela. "Sem arrepios. Apenas pra dar sorte."
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