— Então vamos tentar outra, não?
— Tentar outra? Eu diria que só eu é que estou fazendo as "tentativas".
— Ah, deixe de pirraça. Afinal, quem é que tem a mentalidade mais tecnológica de nós dois?
— Ok, ok. Vou tentar a segunda, agora.
O grandão passou os dez minutos seguintes formando quase todas as combinações que estavam dispostas na tela do computador, uma após outra, mas nada de anormal acontecia.
Enquanto isso, como a situação parecia ser tudo menos perigosa, o comparsa se juntou a ele, e os dois ficaram fazendo suposições de todos os tipos.
— Talvez as imagens estejam ao contrário — disse o magrelo em um certo momento.
— Não. Os caracteres cuneiformes no controle remoto estão na mesma ordem que os da tela.
— Então suas incríveis "fontes" devem ter secado.
— Não é possível. Tem que funcionar. Tenho certeza.
— Só restam duas. Se também não funcionarem, jogaremos essa coisa no lixo e iremos tomar uma bela bebida refrescante.
O grandão bufou, e sem acrescentar nada, formou a penúltima sequência, sem muita convicção. Assim que tocou o último símbolo, ele sentiu um tremor bem leve, e um instante depois, um tipo de brilho artificial foi liberado, vindo da parte da frente do dispositivo. Houve um ligeiro estalo, e uma nova janela, perfeitamente circular, de quase meio metro de diâmetro, se abriu na parede vazia à frente deles.
— Que diabos... — exclamou o magrelo, com os olhos arregalados.
— Por todos os santos... — acrescentou o amigo, igualmente perplexo.
Com as pernas ainda trêmulas pelo susto, eles se levantaram e se aproximaram ao buraco na parede com cautela. Foi o mais alto que, tendo colocado a cabeça dentro da abertura, exclamou: — É incrível! A parede se foi e nós até fizemos um buraco naquele grande outdoor de carros ali. Deve estar a pelo menos cem metros daqui!
Planeta Kerion - O Supremo TYK
— Supremo TYK — anunciou RTY no sistema interno de comunicação da estrutura equatorial do planeta. — Infelizmente trago notícias terríveis.
— RTY, meu leal amigo. Não tema, nada pode perturbar a minha serenidade nem a de nosso povo.
O Supremo TYK era, na realidade, o exoesqueleto de maior dimensão e ancianidade de todo o Kerion para onde, mil anos atrás, a alma de um ser que governava o planeta na época anterior à das máquinas, fora transferida. Com o tempo, a sua estrutura física tornou-se imensa. Sua extensão atual chegava a dois quilômetros quadrados, com uma altura que, em algumas partes, excedia quinhentos metros. TYK era um aglomerado tecnológico multifuncional, com as peculiaridades e a eficiência de um milhão de fábricas japonesas.
— Receio que desta vez, o que aconteceu é verdadeiramente atroz — continuou o Keriano no comando.
— Fale, o que aconteceu?
— O laboratório /\ foi atacado e destruído. Dez milhões de almas foram aniquiladas. Apenas novecentos e noventa lançadas pelo contêiner (|), alguns instantes antes da explosão, foram salvas.
— Explosão? Do que está falando? Quem foi? — a voz de TYK, sempre calma e tranquila, agora assumia um tom decididamente mais alterado.
— Você poderá ver o que foi gravado pela cápsula enquanto se afastava do satélite, diretamente no sistema central, referência |^|.
TYK permaneceu silencioso por um longo tempo enquanto assistia repetidamente as imagens capturadas pelo contêiner, então ele desligou a visualização e disse: — Essa bomba esférica foi projetada por aquela raça alienígena que habita o planeta azul, chamado |o|.
— Ou pelos habitantes do outro planeta que pertence ao mesmo sistema solar — acrescentou o comandante.
— Foi um ataque cruel à nossa raça por essa espécie primitiva. Milhões de irmãos nossos foram aniquilados antes que pudessem ser transferidos. Por quê?
— Sempre achamos que esses seres não representavam uma ameaça para nós, embora eu ter sido contra a criação de /\ no satélite deles.
— Como é esse outro planeta de que falou?
— Nós o chamamos de |O|. É bem similar a |o|. Mas a sua órbita é consideravelmente maior. Ele realiza uma revolução completa em torno do sol a cada 3.600 revoluções de |o| e os seus habitantes são de origem bem semelhante. De fato, de acordo com os estudos realizados há algum tempo, aparentemente os habitantes de |O| modificaram geneticamente algumas espécies que viviam em |o|, para torná-los similares a eles.
— Então podemos dizer que eles pertencem à mesma raça e são até mais evoluídos?
— Sim, isso mesmo — respondeu o Supervisor. — Eu também diria que, neste período, |O| cruzou a órbita de |o|, passando bem perto dela.
— Portanto, os habitantes dos dois planetas aproveitaram esta oportunidade para formar uma aliança e atacar a nossa estrutura. Só pode ser isso. O que ainda não compreendo é por quê.
— Provavelmente queriam explorar os recursos do satélite |o|. Devem ter descoberto a nossa instalação e decidiram se livrar dela sem a menor cerimônia. Sempre foram uma raça belicosa e propensa a violência. Várias vezes já expressei meus temores sobre a instalação de /\ nesse sistema solar.
— Eu sei. Tenho acesso a todas as informações que temos — TYK o lembrou. — Mas esse satélite era um dos poucos que, após décadas de explorações, tinha as características de que necessitávamos. Não poderíamos ter feito de outra maneira. Não tínhamos tempo.
— Mas agora pagamos pelas consequências. Dez milhões de almas destruídas de uma vez.
— Não tema, RTY. Nossa vingança será imediata e terrível.
— O que pretende fazer, Supremo TYK?
— Quero todo esse sistema solar dizimado. Eles devem pagar caro pela sua ação brutal. Destruiremos essa raça maligna para sempre. Sem misericórdia.
— Deixe comigo.
— Não, RTY, eu pessoalmente me vingarei por todas as almas que foram arrancadas de nós e retornaram ao túmulo.
— E eu estarei ao seu lado.
Конец ознакомительного фрагмента.
Текст предоставлен ООО «ЛитРес».
Прочитайте эту книгу целиком, на ЛитРес.
Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.