August Nemo - Mestres da Poesia - Augusto dos Anjos

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Mestres da Poesia - Augusto dos Anjos: краткое содержание, описание и аннотация

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Bem-vindo à série de livros Mestres da Poesia, uma seleção das melhores obras de autores notáveis. O crítico literário August Nemo seleciona os textos mais importantes de cada autor. A seleção é realizada a partir da obra poética, contos, cartas, ensaios e textos biográficos de cada escritor. Oferecendo assim ao leitor uma visão geral da vida e obra do autor. Esta edição é dedicada a Augusto dos Anjos, foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas. É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, focando suas críticas ao idealismo egocentrista que se emergia em sua época, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários. Este livro contém os seguintes textos: Textos introdutórios e críticos por Pereira da Silva, Nazareth Menezes, Martins Junior e Antonio Torres.Poesia: Livro «Eu» completo e mais de 50 poemas selecionados.

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Ora, cada vez mais nós nos devemos convencer de que a Arte é "a natureza vista através de um temperamento".

Opinião esta já bem antiga, porque Virgílio, nas "Geórgicas", no princípio daquele tão encantador livro IV, em que nos pinta a vida das abelhas como nunca o fará Maeterlinck, já reconhecia que o assunto do poema pode ser humilde; o que importa â glória do poeta é que ele tenha a inspiração apolínea:

In tenul labor; at tenuls non gloria, siquem

Numína lava slnunt auditque vocatus Apollo...

E assim que ele, o monista violento e por vezes brutal, sem sombra de necessidade, diz nos "Gemidos de Arte”:

Mas a carne é que é humana! A alma é divina.

Dorme num leito de feridas, goza

O lodo, apalpa a úlcera cancerosa,

Beija a peçonha, e não se contamina!

Nota-se-lhe, então, algumas estrofes adiante, o desprezo peIas realidades chatas, embora inevitáveis, da existência:

Barulho de mandíbulas e abdomens!

E vem-me com um despreza por tudo isto

Uma vontade absurda de ser Cristo

Para sacrificar-me pelos homens!

As suas perambulações intermundiais deixavam-no insatisfeito. Era insaciável o seu desejo de ascensão. A sua vibrátil sensibilidade cada vez mais o distanciava do mundo que ele habitava. Queria subir, subir sempre, de mundo em mundo, num incessante "quaere superius", como Santo Agostinho, contemplando as estrelas numa praia aromal do Mediterrâneo:

Vestido de hidrogênio incandescente,

Vaguei um século, improficuamente,

Pelas monotonias siderais...

Subi talvez às máximas alturas,

Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,

É necessário que inda eu suba mais!

Era um famélico da luz insuperável, das vastas amplidões iluminadas, de onde não se enxerga a chatice material da vida ordinária. Não queria ver as maravilhas e as rebarbas da existência. Trazia dentro de si um sonho interior tão grande, que só queria descortinar os amplos horizontes que aos miopes da ordem sentimental aparecem longínquos e vagamente esfumados. É que ele confessa nas "Queixas noturnas":

Como um ladrão sentado numa ponte

Espera alguém, armado de arcabuz,

Na ânsia incoercível de roubar a luz,

Estou à espera de que o Sol desponte!

(...)

As minhas roupas, quero até rompê-las!

Quero, arrancado das prisões carnais,

Viver na luz dos astros imortais,

Abraçado com todas as estrelas!

Observei desde princípio que este poeta era inacessível a inspiração erótica. Era isto, parece-me, efeito do, seu pessimismo substancial, o mesmo pessimismo leopardiano, de quem, como o poeta de Recanati, nasceu trazendo dentro em si, não a força da Vida, mas os germes deletérios da Morte; o mesmo pessimismo que o fazia detestar a Vida, como é fácil verificar compulsando o seu livro, fazia-o também ter pelo "amor' o mais profundo desprezo. Era natural. É pelo amor que se perpetua a Vida; logo. deve detestar o primeiro, que é um "meio", quem detesta a segunda, que é um "fim". Era perfeitamente lógico.

Por duas ou três vezes que ele toca no assunto é para proclamar o seu supremo desprezo não tanto pelo sentimento, como pela sensação, penso eu:

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!

O amor da Humanidade é uma mentira.

É. E é por isso que na minha lira

De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!

Quando, se o amor que a Humanidade inspira

É o amor do sibarita e da hetaíra,

De Messalina e de Sardanapalo?!

Quis saber que era o amor, por experiência,

E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,

Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,

Todas as ciências menos esta ciência!

Materialismo brutal, dirão. Enganam-se. Ainda aqui, mais uma vez, tocam a rebate todas as campanas do seu acrisolado idealismo. O que ele detestava acima de tudo era o que ele chamava os "amores fúteis". Queria o amor impossível, o sentimento puro, espiritual, fluido, etéreo, imarcescível, que para ele era:

É a transubstanciação de instintos rudes,

Imponderabilíssima e impalpável,

Que anda acima da carne miserável

Como anda a garça acima dos açudes!

Eis por que lhe chamo "poeta da morte", porque não amava a Vida nem o Amor. Estava no seu direito, ou melhor, na sua fatalidade.

Quero, entretanto, antes de concluir este artigo, oferecer a gente ledora dois sonetos do poeta pouco conhecidos. O primeiro, em que ele idealiza e espiritualiza tão encantadoramente as forças universais, é o seguinte, por ele intitulado "La mento das cousas":

Triste, a escutar, pancada por pancada,

A sucessividade dos segundos,

Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos

O choro da Energia abandonada!

E a dor da Força desaproveitada,

— O cantochão dos dínamos profundos,

Que, podendo mover milhões de mundos,

Jazem ainda na estática do Nada!

É o soluço da forma ainda imprecisa...

Da transcendência que se não realiza.

Da luz que não chegou a ser lampejo...

E é, em suma, o subconsciente aí formidando

Da Natureza que parou, chorando,

No rudimentarismo do Desejo!

O segundo soneto que citarei será o derradeiro, chama-se “Último Número”; Fê-lo o poeta pouco antes da sua morte. É um soneto cabalístico, não há negá-lo. É sibilino. Que será o “último número”. Será a última vibração do seu ser em prol da Beleza? Será o último transporte das suas faculdades em direção à sua companheira – a Poesia? Será a sua derradeira aspiração a objetivar na angústia de uma estrofe todo o infinito que ele trazia dentro de si? Pode não ser nada disso e pode ser tudo isso ao mesmo tempo...

Enquanto ao soneto, ei-lo aqui:

Hora da minha morte. Hirta, ao meu lado,

A Ideia estertorava-se... No fundo

Do meu entendimento moribundo

Jazia o Último Número cansado.

Era de vê-lo, imóvel, resignado,

Tragicamente de si mesmo oriundo,

Fora da sucessão, estranho ao mundo,

Como o reflexo fúnebre do Incriado:

Bradei: — Que fazes ainda no meu crânio?

E o Último Número, atro e subterrâneo,

Parecia dizer-me: “E tarde, amigo!

Pois que a minha autogênica Grandeza

Nunca vibrou em tua língua presa,

Não te abandono mais! Morro contigo!”

Concluamos. O que Augusto dos Anjos deixou publicado é imperfeito e pouco. Entretanto, é preciso reconhecer que há, no meio de todas as imperfeições da sua obra, extraordinárias belezas. Ele valia sobretudo pelo que era: uma revelação de artista pouco comum num meio inóspito. Quanto à quantidade, não são muitos livros ou calhamaços de um homem de letras que dão direito à estima e aos respeito dos seus pares, mas a qualidade da sua inspiração e do seu idealismo, a sua probidade literária e o seu amor pelo trabalho. E a este respeito não nos esqueçamos de que para a Academia de Letras, tem entrado singulares homens de letras que nem sequer são “unius libri” 10.

Quanto às suas imperfeições, não percamos de vista que ele acaba de morrer na flor da idade e sem ter tido vagares para expungir os seus versos dos defeitos inevitáveis num primeiro livro. Depois, nem sempre a perfeição marmórea dos versos é suficiente para consagrar um artista. Uma composição poética dos versos pode ser um primor de métrica e versificação e não ter sombra de poesia. É o que sucede inúmeras vezes a Leconte de L’Isle, por exemplo, e a muitíssimos outros poetas franceses, dos quais diz Sully Prudhomme que aparecem com extraordinária precocidade, revelando-se conhecedores das mais secretas astúcias da ver- sificação, conhecendo à maravilha o seu ofício, em suma, virtuoses consumados, e, entretanto, alheios à verdadeira arte – e isto remata o grande pensador poeta, porque entre eles o npumero dos hábeis excede de muito o número dos realmente inspirados.

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