August Nemo - Romancistas Essenciais - Coelho Neto

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Romancistas Essenciais - Coelho Neto: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temos Coelho Neto, escritor, político, professor e membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi popular em sua época, snsiderado o «Príncipe dos Prosadores Brasileiros», numa votação realizada em 1928 pela revista O Malho. Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, em verdadeiro ostracismo intelectual e literário.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– Turbilhão.
– A Conquista.

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Encolhido, sentindo a fria umidade da roupa, ia pensando na irmã: "Talvez a encontrasse em casa, arrependida implorando o perdão". Via-a de joelhos, banhada em lágrimas, agitada pelos soluços e a mãe a afagá-la, numa grande e transbordante felicidade. Mas o cocheiro interrompeu-lhe o sonho:

— Que tempozinho! E anda por ai moléstia que é um horror!

— É verdade.

— A bexiga então... O senhor não imagina. Lá na minha rua dois casos. Ontem foi-se um companheiro meu, deixando mulher e dois filhos. Um rapaz fonte que fazia gosto - vendia saúde. Agora fica praí, sem amparo, a pobre rapariga, com dois pequenos agarrados à saia. Mas que quer o senhor? um homem precisa, não pode estar a escolher. Ele apanhou um freguês para Catumbi e lá esteve com o carro à espera, mais de uma hora, perto duma vala. Até expirar não falou de outra coisa "que apanhara a moléstia naquela viagem. Que se não fosse o demônio da vala..." Mas nós temos de ir a toda a parte, para isso é que saímos.

Atirou uma chicotada à anca ossuda da alimária, que arrancou a trote fazendo ranger o tílburi, tão velho como ela, ameaçando desfazer-se em caminho, e continuou, inclinando-se, de vez em vez, para atirar à rua grossas cusparadas.

— Também não há quem cuide da cidade. Veja o senhor isto: não há molas que resistam.

Uma das rodas ficara entalada numa fossa, o animal ladeava esforçando-se, e o cocheiro, a fustigá-lo, cacarejava sacudindo as rédeas. Safando o veículo, o sendeiro partiu desabrido, apesar dos psius! do cocheiro, que retesava as rédeas.

— Ainda tem fogo. Aqui tem o senhor um bicho que trabalha há doze anos e não é qualquer que lida com ele. Tem ronha! Eu mesmo, às vezes, vejo-me atrapalhado.

Paulo não lhe dava atenção, preocupado, como estava, com o caso da irmã. Mas como fora aquilo? A força?! Não! Violante não era uma criança que se deixasse arrebatar por um desconhecido. Só? Também não! Para onde? E se houvesse saído para casar? Mas qual! Tivesse o tipo tal idéia, certamente não a aviltaria em uma fuga, de mais a mais, sem motivo. Fora contrariada? Não. Namorava, mas dizer que tinha amor a este ou àquele, isso não. Devia ser algum desses bilontras - quantos conhecia ele! - que exploram raparigas, lançando-as no vício. para viverem à custa da sua degradação. Um ímpeto de furor sacudiu-o: encheram-se-lhe os olhos d'água. O cocheiro bocejou alto, atirando uma relhada ao flanco do animal que trotava. Subiam a Rua do Dr. João Ricardo quando um silvo agudo cortou o silêncio da noite fria.

— Já o expresso!? - exclamou Paulo, em sobressalto. - Que horas serão?

— Deve andar perto das quatro.

— Como?! Já!

— Sim, senhor: não pode faltar muito.

Ao voltar o tílburi a rua, Paulo sentiu esvaziar-se-lhe repentinamente o coração como se todo o sangue se houvesse escoado. Lá estava a luz sinistra filtrando-se através das persianas. Era o sinal da vigília.

— Ali! disse.

O tílburi parou à porta e logo a janela abriu-se e a negra apareceu. com a trunfa muito branca e disse para dentro: "É nhonhô..." Ele compreendeu que ainda esperavam a desaparecida; pagou e desceu. O tílburi deu volta e foi-se lentamente, rangendo, como a desmantelar-se.

— Nada? perguntou à negra que lhe abria a ponta.

— Não, senhor.

Vindo da noite fria, sentiu uma impressão tépida, agradável, naquela sala iluminada e lúgubre. A negra pôs-se a fechar a porta correndo o ferrolho e ele caminhou direito à sala de jantar, desanimado, receoso, com o coração aos baques. Que havia de dizer à mãe que o esperava ansiosa, confiada na sagacidade da polícia?

Para os simples a polícia é ainda um conforto porque só a vêem através das lendas. A polícia tudo conhece e porque, raro em raro, descobre um criminoso, entende a pobre gente que ninguém lhe escapa, tanto o assassino como o ladrão, o que mata como o que furta. A pobre senhora acariciava a esperança de que, antes do nascer do sol, ali teria a filha, salva e pura. Paulo bem a conhecia e receava desenganá-la. Antes de chegar à sala ouviu-lhe a voz gemente:

— Então, meu filho?

Não respondeu e, quando a viu sentada em uma cadeira de vime, junto à mesa onde tinha um dos braços estirado, abatida, com os olhos roxos de pranto, fitou-a mudo deixando-se cair em uma cadeira.

— Nada...

— Nada?! Nem notícias, Paulo?

Esteve um instante a fitá-lo, desatando, depois, a chorar: um choro humilde, fraco, muito infeliz, de criança, com a cabeça pendida sobre o colo farto que estremecia sacudido pelos soluços.

Paulo, comovido, com os olhos marejados, quis dizer algumas palavras de consolação - pôs-se de pé, mas diante da mãe, cujo corpo tremia nos entrebuchos do pranto, emudeceu sem sentir as lágrimas que lhe cresciam nos olhos. Lentamente, passando a mão pelos cabelos molhados, foi caminhando cabisbaixo até a porta do quarto de Violante.

Deteve-se um momento, limpou os olhos e, tomando da mesa uma caixa de fósforos, fez luz e entrou. Sobre o lavatório de vinhático, numa palmatória de cristal, havia um coto de vela; acendeu-o.

A luz, que se foi, aos poucos, difundindo, lançou os olhos pelo interior desolado e, cruzando os braços, ficou a olhar como se estivesse diante dum cadáver.

A cama estreita, alva, com um fino cortinado enastrado de fitas, tinha uma ligeira depressão; o travesseiro macio, de paina, com a fronha de crivo, estava machucado. Um lenço jazia aos pés da cama, amarfanhado e odorante.

Ela estivera ali deitada, e planejara a fuga, atenta aos rumores da casa e às pancadas do relógio. Dali saíra, pé ante pé, atravessando a sala, passando sorrateiramente junto ao quarto em que dormia a mãe e fora-se pelo corredor. Abrira a ponta, ganhara a rua e partira sem uma lágrima, talvez sem o mais leve remorso.

Voltou-se: o lavatório estava em ordem, com os vidrinhos de essências, os vasos de flores, as escovas, os pentes. Sobre a cômoda o retrato do pai, fardado, em grande gala, de pé junto a um rochedo; e outros retratos de moças, de crianças; e cromos e a cestinha que ele lhe dera pelo Natal com amêndoas.

No fundo, o guarda-vestidos entreaberto. Puxou a ponta, que rangeu, emperrada, e viu, a um canto, sobre a caixa de chapéu, a boneca, muito loura, com os braços abertos, rindo, toda de azul; e os vestidos escorridos nos cabides, a sombrinha, caixas, embrulhos. Afastou as saias, sentindo um perfume morno e sensual de essência e de carne - faltava a de seda preta, a mais nova. Fora com ela, a linda saia que ele lhe havia dado meses antes, no dia em que ela completara dezoito anos, e que a mãe contara e cosera, cantarolando as suas modinhas tristes.

Não dizia palavra, apenas o seu rosto contraia-se em crispações nervosas e as pemas tremiam-lhe. Fechou o móvel, sentou-se na cama, com os braços caídos, e viu-se ao espelho do lavatório, demudado, os cabelos desfeitos, os olhos fundos e demorou o olhar, mirando-se. Pouco a pouco, porém, foi-se-lhe a imagem desvanecendo e uma sombra passou-lhe pelos olhos; agitou-se, e logo reviu-se, como em ressurgimento,

Fora, os soluços de Dona Júlia sucediam-se, a mais e mais angustiosos. "Que lhe hei de eu dizer, meu Deus!" Não lhe acudia uma palavra, apertava a cabeça entre as mãos, como a espremê-la, trincava os lábios e, de novo, cravava os olhos no espelho, revendo-se. E as jóias? Puxou a gaveta da cômoda - lá estava a caixa de veludo em que ela costumava guardá-1as - abriu-a: vazia! Meneou com a cabeça, contemplando o fundo de cetim negro, onde brilhavam letras douradas, entre medalhas. Fechou-a e depô-la de leve na gaveta, sobre umas gazes tênues. Afastando-se, sentiu que alguma coisa lhe fugia diante dos pés: baixou os olhos - era uma velha botina acalcanhada com o cano engelhado. Perto do lavatório jazia a parelha. Eram as botinas com que ela andava em casa.

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