Ernest Feydeau - Fanny - estudo

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Não podia. Continuava-as, exaggerava-as… que sei eu!.. ajuntava-lhe outras. Era forçoso que assim fosse, assim devia ser. Era tarde, agonisava a chamma no fogão obscuro, a lampada mortiça abafava os seus lampejos no quebra-luz, callavam-se todos os rumores na casa e na rua; o passo sonoro do caminheiro retardado, marcava a hora do repouso e do prazer. De mais, meninos e creados, tudo estava na cama. Estavam elles sosinhos. E eram esposos!..

XVIII

Chegado até este ponto, tornava-me pallido. No mais recondito de minha alma, alguma coisa se estorcia e agonisava em convulções desesperadas. Estas imagens, evocadas cada noite, tornavam-me mais desgraçado, que se eu tivesse visto a mulher adorada cuspida em minha presença. Erguia-me, e via as horas; depois, despregava a rir, como doido, ou, involvendo a cabeça nos braços, lançava-me a chorar sobre o leito.

XIX

De madrugada emergia do meu pesadelo, mais quebrantado que o ferido d'um tétano.

E se me arrastava á janella, para aspirar um pouco de ar puro, a mesma pergunta me desabrochava nos labios calcinantes como flôr venenosa:

Por que o amou ella n'outro tempo? Que ella o amou, já m'o disse; foi por elle tirada á familia que a não queria ligar a um homem sem posição e sem riqueza. Enriqueceu depois, por que é energico e paciente. Sabe querer. Mas por que o amou ella? E, depois, por que me ama ella hoje a mim? Somos tão differentes um do outro!

Um dia, finalmente, á força de moer n'esta ideia, e joeirar-lhe no espirito os venenos todos, julguei que ia penetrar o proceder de Fanny. Lembrando-me quanto ella era sensivel ás caricias; figurando-me as scenas mais deleitosas do nosso amor, e comparando-me ao marido, invergonhei-me e alguma coisa mais acre que o desgosto, mais amarga que o despreso, mais peçonhenta que o odio, me subiu do coração aos labios.

– Ora ahi está por que ella me ama hoje – me disse eu sacudindo a cabeça. Veio depois auxiliar-me a analyse mais uma vez, mas para ferir-me covardemente com uma nova punhalada. – Ama-me para variar – disse eu amargurado – para satisfazer, um contrario exagerado, um desejo mais sentimental, mais delicado. A não ser para completar o seu ideal… accrescentei eu sem reflectir na crueldade da supposição.

Mas em tal caso – grito eu com terror indisivel – eu não sou para ella mais que metade d'um homem! Encho apenas metade d'um coração! Fui medido. Acharam-me incompleto. Sou escassamente uma addição! Não passo d'um complemento.

XX

Algumas vezes fugia de casa como d'um carcere, e ia espairecer minhas interminaveis meditações na multidão que peja os passeios. Achando-me entre pessoas felizes, indifferentes, occupadas; saboreando, a meu pezar, os primeiros effluvios balsamicos da primavera, cessava de julgar-me tão absolutamente miseravel, e classificava de creancice as mais monstruosas hallucinações – É o ciume – dizia – que me torna absurdo. Encontrando a cada passo tantas mulheres bonitas, elegantes, pelo braço de cavalheiros, os quaes com ar de aborrecidos, volteam os olhos em deredor, e escassamente lhes respondem, accrescentava eu: – Quantas mulheres habitam sob as mesmas telhas com seus maridos, sem repararem n'isso! Ao cabo de quatro annos de intimidade, o marido converte-se em amigo, e nem sempre! É de toda a gente, menos de sua mulher…

Mas logo vinham as duvidas a mortificar-me, cada vez mais pungitivas, e eu debalde a repelil-as de meu espirito. Que farte me conhecia eu para saber que não poderia jámais adquirir o espirito de conformidade com o meu seculo que permitte ao amante d'uma mulher cerrar a mão de seu marido, amigo só que seja! Além d'isso, eu não queria cortejar esse dominador, nem ajustar-me aos seus caprichos, nem tornar-me para elle o homem indispensavel. Eu vaticinava – se as suspeitas alguma vez o molestassem – quantas semsaborias me seria preciso fazer, quantas mentiras engenhar, quantos desgostos e aviltamentos supportar para destruil-as. E para aviltamento já bastava! D'aqui avante não passo – protestava eu – já é de mais o lamaçal do meu caminho.

Mais cançado e inquieto que na sahida, voltava para casa. Os sorrisos da primavera faziam-me vontade de chorar. A mornidão da atmosphera ingravecia-me no cerebro os pensamentos. O espectaculo, e sussurro das multidões ao longe, tornavam ainda mais incomportavel o silencio da minha soledade.

XXI

Em troca d'estas dôres, que por serem silenciosas, não eram menos crueis, nenhuma consolação eu recebia. Os meus prazeres eram extinctos. A duvida resequira as novas flôres d'elles com seu impuro sopro.

Apenas meus sentidos se atrophiavam, vinha logo a mão adunca da mysantropia cravar-se-me no hombro. A lembrança d'aquelle que, na logica da minha paixão, eu nomeava meu vival, como spectro de suplicio infindo, vinha interpor-se entre mim e ella, com uma atroz ironia, para empeçonhar nossas caricias.

Eu via os traços d'elle nas palavras, nos gestos e modos e costumes da mulher que eu adorava. N'aquelles braços que me apertavam ao coração, estavam os seus moldes. No sangue que ondeava desordenado nas arterias de Fanny, se infiltrára elle. Via-o na fronte pallida, no rosto contemplativo, nos olhos amortecidos, todo n'ella, abraçando-me, com ella, e suspirando nos seus suspiros… Como eu invejava amigos meus abandonados, que se aturdiam juntos, nas bachanaes, ao tilintar do oiro sobre os panos verdes das mesas do jogo, ás francas gargalhadas das mulheres perdidas! E todos os amantes desdenhados, que, de braços abertos e olhar internecedor, perseguem, sonhando, uma sombra altiva! E ainda todos os amantes separados! Nenhum d'elles – dizia eu lastimosamente – soffreu jámais por seu amor infertil, tanto quanto eu soffro por meu amor partilhado. Zombaria atroz da possessão! quando nos não fatigas, deshonras-nos.

XXII

Em fim contristava-me o desapreço que, a meu pesar, soffrêra o idolo em minha alma. Até ahi, era um verdadeiro culto o que eu sentia: a realisação de quanto eu sonhara puro e angelico, era ella: affizera-me a vêr em Fanny alguma coisa sacratissima, impossivel de deperecimento ou macula. Agora, via-a voluntariamente cahida do altar em que a minha piedade a erguêra para manchar seus pés no contacto da terra, e confundir-se no vulgo. Era isso o primeiro e mais cruente effeito do ciume, que principia sempre por nos incutir uma horrivel mescla de adoração, odio, furor, e desprezo.

XXIII

Comprehendi logo que estava travado para sempre, entre mim e Fanny, um duelo de morte. Todos os meus pensamentos me vinham do fundo do coração inficionados d'uma certa grosseria. Morrêra o respeito em mim. Dominavam-me ideas brutaes de lucta. Esporeava-me o desejo acerbo de castigar rudemente aquelle ente inoffensivo e graciozo que eu amava pela vida! Eu queria invilecêl-o diante de mim ainda mais do que a sua imagem se invilecêra na minha memoria.

Como pôde ella resolver-se a isto! – exclamava eu inraivecido! – Oh! que execravel zombaria é isso de pureza de mulheres! Parece que os beijos são coizas fugitivas, dos quaes nada lhe fica nos labios logo que os enchugam.

Não podia mais. Fanny entrou na partilha das torturas que até então eu guardava comigo só. Os homens não sabem soffrer longo tempo, sem descarregar covardemente o pezo de suas penas, sobre quem elles mais amam.

XXIV

Tu sabias que eu era cazada!

Foi a suprema razão que ella unicamente oppoz, com ar timido, aos meus primeiros queixumes, ainda moderados.

Eu respondi:

«Não sabias tambem tu que eu podia ter uma alma dedicada, e não podias prever, sendo minha, que tormentos me deviam cauzar o teu amor?

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