Paulo Coelho - Veronika decide morrer
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As pessoas vão sempre nos considerar um casal feliz, e ninguém saberá o que existe de solidão, de amargura, de renúncia, atrás de toda aparência de felicidade.
Até que um dia, quando meu marido arranjar sua primeira amante, eu talvez faça um escândalo como a amiga da enfermeira, ou pense de novo em me suicidar. Mas ai estarei velha e covarde, com dois ou três filhos que precisam de minha ajuda, e preciso educa-los, coloca-los no mundo — antes de ser capaz de abandonar tudo. Eu não me suicidarei: farei um escândalo, ameaçarei sair com as crianças. Ele, como todo homem, recuará, dirá que me ama e que aquilo não vai mais se repetir. Nunca lhe passará pela cabeça que, se eu resolvesse mesmo ir embora, a única escolha seria voltar para casa dos meus pais, e ficar ali o resto da minha vida, tendo que escutar todo dia a minha mãe lamentar-se porque eu perdi uma oportunidade única de ser feliz, que ele era um ótimo marido apesar de seus pequenos defeitos, que meus filhos irão sofrer muito por causa da separação.
Dois ou três anos depois, outra mulher aparecerá em sua vida. Eu vou descobrir — porque vi, ou porque alguém me contou -mas desta vez finjo que não sei. Gastei toda a minha energia lutando contra a amante anterior, não sobrou nada, é melhor aceitar a vida como ela é na realidade, e não como eu imaginava que fosse. Minha mãe tinha razão.
Ele continuará sendo gentil comigo, eu continuarei o meu trabalho na biblioteca, os meus sanduíches na praça do teatro, os meus livros que nunca consigo terminar de ler, os programas de televisão que continuarão sendo os mesmos daqui a dez, vinte, cinquenta anos.
Só que comerei os sanduíches com culpa, porque estou engordando; e não irei mais a bares, porque tenho um marido que me espera em casa para cuidar dos filhos.
A partir dai, é esperar os meninos crescerem, e ficar todo dia pensando no suicídio, sem coragem de comete-lo. Um belo dia, chego a conclusão que a vida é assim, não adianta, nada mudará. E me conformo.
Veronika encerrou seu monologo interior, e fez uma promessa a si mesmo: não sairia de Villete com vida. Era melhor acabar com tudo agora, enquanto ainda tinha coragem e saúde para morrer.
Dormiu e acordou várias vezes, notando o número de aparelhos a sua volta diminuia, o calor de seu corpo aumentava, e
as enfermeiras mudavam de rosto -mas sempre havia alguém ao lado dela. As cortinas verdes deixavam passar o som de alguém chorando, gemidos de dor, ou vozes que sussurravam coisas em tom calmo e técnico. De vez em quando um aparelho distante zumbia, e ela escutava passos apressados no corredor. Nestas horas, as vozes perdiam seu tom técnico e calmo, e passavam a ser tensas, dando ordens rápidas.
Num dos seus momentos de lucidez, uma enfermeira lhe perguntou:
— Você não quer saber o seu estado?
— Eu sei qual é — respondeu Veronika. — E não é o que você está vendo em meu corpo; é o que está acontecendo em minha alma.
A enfermeira ainda tentou conversar um pouco, mas Veronika fingiu que dormia.
Pela primeira vez, quando abriu os olhos, percebeu que havia mudado de lugar — estava no que parecia ser uma grande enfermaria. A agulha de um frasco de soro ainda continuava em seu braço — mas todos os outros fios e agulhas tinham sido retirados.
Um medico alto, com a tradicional roupa branca
contrastando com os cabelos e bigode artificialmente tingidos de negro, encontrava-se de pé, em frente a sua cama. A seu lado, um jovem estagiário segurava uma prancheta, e tomava notas.
— Há quanto tempo estou aqui? — perguntou, notando que falava com uma certa dificuldade, sem conseguir pronunciar direito as palavras.
— Duas semanas neste quarto, depois de 5 dias na Unidade de Emergência — respondeu o mais velho. — E dê graças a Deus por ainda estar aqui.
O mais jovem pareceu surpreso, como se esta última frase não combinasse exatamente com a realidade. Veronika, de imediato, notou sua reação, e seus instintos se aguçaram: tinha ficado mais tempo? Ainda estava correndo algum risco? Começou a prestar atenção em cada gesto, cada movimento dos dois; sabia que era inútil fazer perguntas, eles jamais diriam a verdade — mas, se fosse esperta, podia entender o que estava acontecendo.
— Diga seu nome, endereço, estado civil, e data do nascimento — continuou o mais velho.
Veronika sabia seu nome, seu estado civil, e sua data de nascimento, mas reparou que havia espaços em branco em sua memória: ela não conseguia lembrar direito o endereço.
O médico colocou uma lanterna em seus olhos, e examinou-os prolongadamente, em silencio. O mais jovem fez a mesma coisa. Os dois trocaram olhares, que não significavam absolutamente nada.
— Você disse para a enfermeira da noite que não sabíamos ver sua alma? — perguntou o mais moço.
Veronika não se lembrava. Tinha dificuldades em saber direito quem era, e o que estava fazendo ali.
— Você tem sido constantemente induzida ao sono através de calmantes, e isso pode afetar um pouco a sua memória. Por favor, tente responder tudo o que perguntarmos.
E os médicos começaram um questionário absurdo, querendo saber quais os jornais importantes em Lubljana,quem era o poeta cuja estátua está na praça principal (ah, aquilo ela não esqueceria nunca, todo esloveno traz a imagem de Preseren gravado na alma), a cor do cabelo de sua mãe, o nome dos amigos de trabalho, os livros mais retirados da biblioteca.
No começo, Veronika cogitou não responder — sua memória continuava confusa. Mas, a medida que o questionário avançava, ela ia reconstruindo o que havia esquecido. Em determinado momento, lembrou-se que agora que estava num hospício, e os loucos não tem nenhuma obrigação de serem coerentes; mas, para seu próprio bem, e para manter os médicos por perto, a fim de ver se conseguia descobrir algo mais a respeito do seu estado, ela começou a fazer um esforço mental. A medida em que citava os nomes e fatos, não recuperava apenas a memória — mas também sua personalidade, seus desejos, sua maneira de ver a vida. A ideia do suicídio, que naquela manhã parecia enterrada debaixo de várias camadas de sedativos, voltava novamente a tona.
— Está bem — disse o mais velho, no final do questionário.
— Quanto tempo ainda vou ficar aqui?
O mais moço abaixou os olhos, e ela sentiu que tudo ficara suspenso no ar, — como se, a partir da resposta para aquela pergunta, uma nova história de sua vida fosse escrita, e ninguém mais conseguisse modifica-la.
— Pode dizer — comentou o mais velho. — Muitos outros pacientes já ouviram os boatos, e ela vai terminar sabendo de qualquer jeito; é impossível ter segredos neste local.
— Bem, foi você quem determinou seu próprio destino -suspirou o moço, medindo cada palavra. — Então, saiba das consequências do seu ato: durante o coma provocado pelos narcóticos, seu coração foi irremediavelmente afetado. Houve uma necrose no ventriloquo...
— Seja mais simples — disse o mais velho. Vá direto ao que interessa.
— O seu coração foi irremediavelmente afetado. E vai deixar de bater em breve.
— O que significa isso? — perguntou, assustada.
— O fato do coração deixar de bater significa apenas uma coisa: morte fisica. Não sei quais são suas crenças religiosas, mas. . .
— Em quanto tempo meu coração vai parar? — interrompeu Veronika.
— Cinco dias, uma semana no máximo.
Veronika se deu conta que, por detrás da aparência e do comportamento profissional, por detrás do ar de preocupação, aquele rapaz estava tendo um imenso prazer no que dizia. Como se ela merecesse o castigo, e servisse de exemplo a todos os outros.
Durante toda a sua vida, Veronika percebera que um imenso grupo de pessoas que conhecia comentavam os horrores da vida alheia como se estivessem muito preocupados em ajudar — mas na verdade se compraziam com o sofrimento dos outros, porque isto os fazia crer que eram felizes, a vida tinha sido generosa com eles. Ela detestava este tipo de gente: não ia dar aquele rapaz
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