Morgan Rice - Um Grito De Honra

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Em UM GRITO DE HONRA (Livro #4 da Série: O Anel do Feiticeiro), Thor voltou da Centena como um guerreiro aguerrido e agora ele deve aprender o que significa lutar por sua terra natal, batalhar para viver ou morrer. Os McClouds penetraram profundamente no território dos MacGil invadindo-o como nunca antes na história do Anel. Ao mesmo tempo em que Thor cavalga direto para uma emboscada, recairá sobre sua cabeça repelir o ataque e salvar Corte do Rei. Godfrey foi envenenado por seu irmão com um veneno muito raro e potente e seu destino está nas mãos de Gwendolyn. Ela fará tudo o que for possível para salvar seu irmão da morte. Gareth caiu em um estado de paranóia e descontentamento cada vez mais profundo, ele contrata sua própria tribo de selvagens como força de combate pessoal concedendo-lhes as honras do Exército Prata. Ele expulsa o Exército Prata, causando uma divisão na Corte do Rei, a qual ameaça explodir em uma guerra civil. Ele também conspira para que os ferozes Nevaruns levem Gwendolyn para longe, negociando a mão dela em casamento sem o seu consentimento. As amizades de Thor se aprofundam enquanto viajam para novos lugares, enfrentam monstros inesperados e lutam lado a lado em uma batalha inimaginável. Thor viaja para sua cidade natal e em um confronto épico com seu pai, ele descobre um grande segredo de seu passado: quem ele é, quem é sua mãe e.. qual é seu destino.

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Gwendolyn tinha visto com seus próprios olhos o corpo de Firth pendurado e isso lhe dizia que talvez, dessa vez, tudo fosse verdade. Talvez Godfrey tivesse sido realmente envenenado; talvez ela realmente tivesse sido negociada em casamento aos Nevaruns selvagens; talvez, naquele exato momento, Thor estivesse cavalgando direto para uma emboscada. Esse pensamento a fez estremecer.

Ela se sentia impotente enquanto corria. Ela tinha de chegar a alguma parte. Ela não podia percorrer todo o caminho até chegar a Thor, mas ela podia correr até Godfrey para ver se ele tinha sido envenenado e se ainda estava vivo.

Gwendolyn corria, metendo-se cada vez mais na parte decadente da cidade. Ela estava surpresa por encontrar-se de volta ali novamente, duas vezes em dois dias, naquela parte nojenta da Corte do Rei a qual ela tinha jurado nunca mais voltar. Se Godfrey tinha realmente sido envenenado, ela sabia que isso deveria ter acontecido na taverna. Onde mais poderia ser? Ela estava brava com ele por ele ter retornado ali, por ter baixado a guarda, por ele ser tão descuidado. Mas acima de tudo, ela temia por ele. Ela percebeu o quanto tinha chegado a querer seu irmão durante aqueles últimos dias e o pensamento de perdê-lo também, especialmente depois de ter perdido seu pai, deixou um vazio em seu coração. Ela também se sentia de alguma forma, responsável pelo que havia sucedido.

Gwen sentia um temor real enquanto corria por aquelas ruas e não era por causa dos bêbados e de todos os cretinos ao seu redor; em vez disso, ela temia por seu irmão, Gareth. Seu aspecto durante o seu último encontro era demoníaco, ela não conseguia tirar de sua mente a imagem do rosto dele, a imagem de seus olhos, tão sinistros, tão desalmados. Ele parecia possuído. O fato de que ele estava sentado no trono de seu pai tornava a imagem ainda mais surreal. Ela temia sua retaliação. Talvez ele estivesse, de fato, conspirando para casá-la, algo que ela nunca permitiria; ou talvez ele só quisesse que ela baixasse a guarda e estava realmente planejando assassiná-la. Gwen olhou em volta e enquanto ela corria, cada rosto lhe parecia hostil, estranho. Todos pareciam ser uma ameaça potencial, enviada por Gareth para acabar com ela. Ela estava ficando paranóica.

Gwen virou a esquina e esbarrou em um velho bêbado que quase a fez perder o equilíbrio. Ela pulou e gritou involuntariamente. Ela estava com os nervos à flor da pele. Ela levou um momento para perceber que era apenas um transeunte descuidado e não um dos matadores de aluguel de Gareth. Ela se virou e o viu tropeçar, sem nem mesmo se voltar para pedir desculpas. A indignidade daquela parte da cidade era maior do que ela podia tolerar. Se não fosse por Godfrey ela nunca chegaria perto dali. Ela o odiava por fazê-la rebaixar-se a isso. Por que ele não podia, simplesmente ficar longe das tavernas?

Gwen virou outra esquina e ali estava: a taverna favorita de Godfrey, um projeto de estabelecimento, localizada ali, torta, sua porta entreaberta, bêbados jorravam dela, tal como faziam perpetuamente. Ela não perdeu tempo e entrou apressadamente pela porta aberta.

Seus olhos demoraram um momento para ajustar-se à penumbra do bar que cheirava a cerveja rançosa e suor. Quando ela entrou ali, o local ficou silencioso. Havia aproximadamente vinte homens amontoados ali dentro, todos eles se viraram e olharam para ela surpresos. Ali estava ela, um membro da família real, vestida com elegância, avançando por aquela sala, a qual provavelmente não tinha sido limpa há décadas.

Ela caminhou até um homem alto com uma barriga enorme, a quem ela reconheceu como Akorth, um dos companheiros de bebedeiras de Godfrey.

“Onde está meu irmão?” Ela perguntou autoritária.

Akorth, geralmente de bom humor e sempre pronto para soltar uma piada de mau gosto, com a qual ele se sentia muito satisfeito, a surpreendeu: ele simplesmente balançou a cabeça.

“Ele não está indo muito bem.” Ele disse pesaroso.

“O que você quer dizer?” Ela insistiu, seu coração bateu acelerado.

“Ele tomou uma cerveja estragada.” Disse um homem alto, magro, a quem ela reconheceu como Fulton, o outro companheiro de Godfrey. “Ele passou mal na noite passada. Ainda não se levantou.”

“Ele está vivo?” Ela perguntou desesperada, agarrando o pulso de Akorth.

“Com muito custo.” Ele respondeu, olhando para o chão. “Ele tem passado muito mal. Ele parou de falar cerca de uma hora atrás.”

“Onde ele está?” Ela insistiu.

“Na parte de trás, patroa.” Disse o taverneiro, inclinando-se sobre o bar enquanto limpava uma caneca, parecendo estar realmente triste. “É melhor que tenha um plano para lidar com ele. Eu não desejo abrigar um cadáver aqui no meu estabelecimento.”

Gwen, atordoada e ao mesmo tempo surpresa, sacou um pequeno punhal, inclinou-se para a frente e dirigiu a ponta dele para a garganta do taverneiro.

Ele engoliu seco e a olhava em estado de choque, enquanto o lugar caiu em um silêncio mortal.

“Primeiro que tudo…” Ela disse. “… Este lugar não é um estabelecimento – é um arremedo de um boteco, e um que eu vou mandar a guarda real demolir, se você falar comigo desse jeito novamente. E é bom que você comece a se dirigir a mim como Vossa Alteza .”

Gwen sentia-se fora de si e estava surpresa pela força que se apoderou dela; ela não tinha ideia de onde tal força provinha.

O taverneiro engoliu saliva.

“Vossa Alteza.” Ele repetiu.

Gwen sustentava o punhal com firmeza.

“Em segundo lugar, meu irmão não vai morrer— e certamente não aqui, neste lugar. Seu cadáver honraria seu estabelecimento muito mais do que qualquer alma viva que já passou por aqui. E se ele realmente morrer, você pode ter certeza de que a culpa recairá sobre você.”

“Mas eu não fiz nada de errado, Alteza! “Ele implorou. “Foi a mesma cerveja que eu servi para todo mundo!”

“Alguém deve tê-la envenenado.” Akorth acrescentou.

“Poderia ter sido qualquer um.” Fulton disse.

Gwen baixou lentamente seu punhal.

“Levem-me até ele. Agora!” Ela ordenou.

Dessa vez, o taverneiro baixou a cabeça com humildade, virou-se e entrou apressado por uma porta lateral por trás do bar. Gwen o seguiu e a ela se juntaram Fulton e Akorth.

Gwen entrou na pequena sala dos fundos da taverna e ouviu a si mesma suspirar quando viu seu irmão, Godfrey, deitado no chão, em decúbito dorsal. Ele estava mais pálido do que ela jamais o tinha visto. Ele parecia estar às portas da morte. Era tudo verdade.

Gwen correu para o seu lado, segurou sua mão e sentiu quão fria e úmida ela estava. Ele não respondia, sua cabeça estava apoiada no chão, sua barba estava por fazer, seu cabelo oleoso estava grudado em sua testa. Mas ela sentia seu pulso, apesar de ser fraco, ele ainda estava lá. Além disso, ela via seu peito inflar-se a cada respiração. Ele estava vivo.

Ela sentiu uma raiva súbita apoderar-se dela.

“Como você pôde deixá-lo aqui assim?” Ela gritou, virando-se para o taverneiro. “Meu irmão, um membro da família real, deixado sozinho enquanto está morrendo, jogado no chão como se fosse um cachorro?”

O taverneiro engoliu em seco nervoso.

“E o que mais eu poderia fazer, Alteza? “Ele perguntou, parecendo inseguro. “Este não é um hospital. Todo mundo disse que ele estava praticamente morto e…

“Ele não está morto!” Ela gritou. “E vocês dois…” Ela disse dirigindo-se a Akorth e Fulton. “… Que classe de amigos vocês são? Ele teria deixado vocês assim?”

Akorth e Fulton trocaram um olhar humilde.

“Perdoe-me.” Akorth disse. “O médico veio ontem à noite, olhou para ele e disse que ele estava morrendo e que tudo o que restava era esperar que chegasse sua hora. Eu pensei que já não era possível fazer mais nada.”

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