Muitas coisas na cidade faziam pouco sentido. A Casa dos Não Reclamados tinha sido um lugar cruel, mas pelo menos tinha possuído um tipo de ordem. Frequentemente, na cidade, parecia que as pessoas faziam o que queriam, com pouca contribuição dos governantes da cidade. A própria cidade certamente parecia não ter nenhum plano para isso. Kate atravessou uma ponte que tinha sido construída com tendas e estrados e até pequenas casas até mal haver espaço para usá-la para o propósito pretendido. Ela deu por si a andar pelas ruas que se enrolavam em si mesmas, em becos que de alguma forma se tornavam os telhados das casas que estavam numa elevação mais baixa e que depois davam lugar às escadas.
Quanto às pessoas nas ruas, toda a cidade parecia insana. Parecia haver alguém a gritar em todos os cantos, declarando os elementos da sua filosofia pessoal, exigindo atenção pelo desempenho que estavam prestes a colocar, ou denunciando o envolvimento do reino nas guerras por toda a água.
Kate baixou-se ao entrar pelos portões quando viu as figuras mascaradas de sacerdotes e freiras a ocupar-se do negócio inescrutável da Deusa Mascarada, mas depois da terceira ou quarta vez ela continuou a andar. Ela viu um a agitar uma corrente de prisioneiros, e ela deu por si a questionar-se sobre qual parte da piedade da deusa tal representava.
Havia cavalos por toda a cidade. Eles puxavam carruagens, eles erguiam cavaleiros, e alguns dos maiores puxavam carroças cheias de tudo desde pedra a cerveja. Vê-los era uma coisa; roubar um era outra coisa bem diferente.
No final, Kate escolheu um lugar ao pé de uma loja de estrebaria, aproximando-se e esperando pelo seu momento. Para roubar algo tão grande como um cavalo, ela precisava de mais do que apenas um momento de falta de atenção, mas, em princípio, não era diferente de roubar uma tarte. Ela conseguia sentir os pensamentos dos trabalhadores da estrebaria enquanto vagueavam de um lado para o outro. Um estava a trazer para fora uma égua com bom aspeto, pensando na mulher nobre para a qual ela estava destinada.
Maldição, ela vai precisar de uma sela lateral, não disto.
O pensamento era todo o convite que Kate precisava. Ela avançou quando o rapaz da estrebaria correu de volta para dentro, provavelmente pensando que ninguém conseguiria levar um cavalo no breve espaço de tempo em que ele se ausentasse. Kate abriu caminho entre os pedestres que desarrumavam a rua, imaginando o momento em que as suas mãos finalmente agarrassem as rédeas...
“Apanhei-te!” disse uma voz quando uma mão se agarrou ao ombro dela.
Por um momento, Kate pensou que alguém tivesse adivinhado o que ela pretendia fazer, mas, quando a figura que apanhou Kate a virou para ele, ela reconheceu a verdade: era um dos rapazes do orfanato.
Ela contorceu-se para fugir, e ele bateu-lhe com força no estômago. Kate caiu de joelhos e viu dois outros rapazes a chegarem rápido.
“Eles mandaram-nos atrás de ti quando tu fugiste” disse o mais velho. “Disseram que as miúdas iam por mais do que os rapazes, e que eles poderiam enviar perseguidores para todos nós, se necessário.”
Ele parecia amargurado com isso, e Kate não o culpava. A Casa dos Não Reclamados era um lugar maléfico, mas também era o único lar que os órfãos tinham.
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