Luna sorriu de volta para ele, porque estava igualmente feliz de ter fugido. Estava feliz que ele foi salvo também. Não teria gostado da ideia de Cub ficar para trás enquanto ela fugia com os outros. Se aproximou dele, prestes a responder, embora não soubesse muito bem o que falar. Talvez que estava feliz por ele estar lá, talvez mais que isso.
O que quer que fosse, as palavras morreram na garganta quando o brilho de alguma coisa no céu chamou sua atenção, crescendo a cada momento.
“Uma nave!” Luna gritou, olhando de frente para ela.
A nave era uma das menores, mas parecia mais elegante do que as outras, e mais perigosa. Enquanto as outras eram abelhas operárias construídas para levar cargas até as naves maiores, essa parecia mais com uma vespa, de bordas afiadas e mortífera, projetada para matar o que estivesse em seu caminho.
“Está vindo pra cá!” Luna gritou.
Avançou rapidamente, e Luna se perguntou de onde tinha visto. A nave grande acima de Sedona se fora. Até a nave planeta parecia ter partido, desparecendo do céu tão rápido quanto veio. Essa aí devia ter vindo de uma das outras naves, pairando sobre outras cidades para recolher o que pudessem. Pela velocidade com que avançava, devia ter disparado na direção deles tão rápido quanto os motores aguentaram.
“Eles mandaram uma nave de outra cidade por causa da gente?” Cub gritou.
Não fazia sentido que uma nave pudesse alcançá-los tão rápido, ou que eles fossem importantes assim para os aliens. Mas não podia pensar em nenhum outro motivo para uma nave como aquela estar avançando em sua direção tão rápido, ou tão baixo, apenas algumas dezenas de metros acima do chão. Voltar a si mesmos depois de serem controlados parecia ter irritado os aliens mais do que qualquer outra coisa que fizeram.
“Devem ter sentindo pessoas se libertando do controle,” Luna disse.
“Eu percebi que os controlados sempre vem correndo atrás do que eu faço,” Ignatius explicou, de trás da moto de Bear. “Acho que querem me impedir de ajudar as pessoas.”
Luna pensou nos aliens que a haviam controlado. Como reagiriam a pessoas se libertando? Como reagiriam a qualquer perda de controle, quando tudo que pareciam querer era tomar mais e mais?
Luna achou que viu alguma coisa começar a brilhar na frente da nave, um laranja queimado que fazia parecer que alguém botou fogo no nariz do casco. Tentou decidir se era um truque da luz, e então um pensamento muito mais horrível lhe ocorreu.
“Sai da frente!” ela gritou, arrancando a moto para o lado tão rápido que precisou de toda força que tinha para se segurar.
A estrada a frente de seu pequeno comboio explodiu em uma onda de energia que rasgou o asfalto, espirrando terra e pedras para todo o lado. Luna viu uma das motos derrapar e capotar, o motorista rolando pelo chão quando a estrada despareceu sob suas rodas.
Luna saiu da estrada, ignorando os pulos e trancos do chão desigual enquanto pedras e bueiros ameaçam derrubá-la. A sua volta, podia ver os outros motoqueiros seguindo atrás, se dirigindo ao terreno menos liso, se afastando das linhas retas da estrada enquanto a nave alienígena zunia acima. Outra bolha de terra e rochas saiu voando quando a nave atirou, e então passou por eles, tombando num ângulo afiado quando começou a virar de volta.
Eram alvo fácil ao ar livre. Luna podia ver a nave alienígena se afastando, preparando outro ataque. Se atirasse à distância, teria bastante tempo para mirar e acertar todos eles. Precisavam encontrar abrigo, e tinha que ser agora.
Luna olhou em volta e a pontou para um dos vales de rocha vermelha perto de Sedona.
“Ali!” ela gritou. “É nossa única chance.”
Ela forçou o motor, a moto acelerando para frente com as outras seguindo em seu encalço. Terra explodiu a sua volta quando a nave passou de novo, e por um momento ou dois, Luna não podia ver nada a sua frente. Quando a nuvem de pó passou o bastante para enxergar de novo, teve que se jogar para esquerda para evitar os restos de uma árvore, despedaçada pelo último ataque. Luna só torcia para estar guiando os outros na direção certa.
Eles se dirigiram ao vale, mergulhando em sua boca e acelerando para dentro. Relâmpagos de energia explodiram contra as paredes, levantando pó e lançando rochas de modo que Luna teve que guinar e desviar para evitá-las. Elas rugiram e quicaram enquanto caíam, zunindo ao passar por sua cabeça, tão próxima que teve que se abaixar para desviar.
“A nave está baixando!” Cub chamou de algum lugar perto de Luna. Luna sabia que era melhor manter os olhos no caminho a frente através do vale, mas não pode se impedir de arriscar uma olhada para trás.
A nave alienígena estava voando praticamente a nível do chão, se movendo pelo vale em seu encalço enquanto tentava mirar os próximos tiros.
“Mais rápido,” Luna disse.
“Não dá pra despistar essa coisa,” Cub retrucou.
“Não precisamos despistar,” Luna gritou. “Só descobrir quão rápido faz a curva.”
Ela viu Cub sorrindo quanto entendeu, e seu grupo de motoqueiros acelerou, avançando pelo vale.
“Segura aí, Bobby,” Luna disse.
Luna se agarrou a motocicleta, passando pelos cantos e curvas tão rápido quanto se atrevia, e então mais rápido. As rochas vermelhas dos penhascos se agigantavam à sua volta em pilhas desiguais, as pedras que rolavam quando atingidas pelos raios de energia uma lembrança de quão facilmente tudo podia dar errado. Uma curva muito rápida, um toque do guidão para o lado errado, e ela e Bobby iam ser jogados nas paredes do vale, rápido demais para sobreviver.
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