— Você localizou os responsáveis? — Zander tomou um gole de uísque enquanto procurava o perfume provocativo.
— Não. Santiago e eu não seguimos com o caso. Não vimos necessidade. Você sabe como é difícil descobrir uma escaramuça específica — disse Orlando, e um vinco marcou a sua testa.
— Quero que vocês dois tomem o caso e descubram o responsável. Abra-o novamente, se necessário — ordenou Zander. Seu guerreiro era esperto o suficiente para não questioná-lo e assentiu. — Bom, agora, alguém viu Lena?
Orlando riu e deu um tapa no ombro dele.
— Não, amo. Tenho estado muito ocupado conversando com você.
Outra onda de aroma de madressilva o alcançou e seu corpo respondeu à fragrância deliciosa, enrijecendo-se dentro de suas calças. E, maldição, se suas presas não saíssem de suas gengivas… Ele passou a língua pelos dentes que haviam se tornado recalcitrantes e ficou surpreso por ter essa reação. Tinha que acontecer, já que ele não fazia sexo há meses.
Ele continuou sua busca por Lena, examinando a grande pista de dança. Numerosas luzes e lasers coloridos saltavam das vigas de aço no teto e caíam sobre o cimento manchado. Não viu o rosto oval da humana entre a multidão de corpos suados que giravam. Examinou os dois balcões. Ela também não estava lá. Ele descansou os braços nas costas das cadeiras ao lado dele e olhou na direção do corredor de salas privadas. Nada.
Ele balançou a cabeça e se lembrou de que precisava procurar Lena, não a humana. Isso não o impedia de abrir os sentidos e a telepatia. Não captou nada vindo da humana no clube. O perfume não viera dela. Sentiu uma decepção profunda por isso. Mas, por quê?
Novas vozes voltaram sua atenção para a mesa. Orlando estava com uma mulher e seus irmãos, Kyran e Bhric, haviam se juntado a eles. Ele não tinha percebido como havia se tornado preocupado. Normalmente, estava ciente de tudo o que acontecia ao seu redor. Não podia ficar tão distraído, não na sua posição. Ele se endireitou na cadeira e se repreendeu por não ser mais vigilante.
— Não, você é um banana. Um grupo inteiro de bruxas não seria capaz de consertar a bagunça que sua escapada com ela criaria. Você arruinaria a pobre garota. Agradeça à Deusa por não dar aos cambions a capacidade que um vampiro tem de apagar as memórias humanas. Você deixaria toda a população feminina humana de Seattle como conchas vazias. Fique bem longe da equipe do meu hospital — retrucou Jace para Rhys.
Zander se perguntou o que havia perdido. Rhys sorriu e jogou o braço sobre as costas da cadeira ao lado dele. O problema estava se formando atrás dos olhos caleidoscópicos do cambion .
— Hmmm… habilidades de vampiro. Ei, Bhric, tenho uma ideia que acho que você vai gostar — propôs Rhys, sentando-se, ereto, demonstrando empolgação em cada movimento.
— Conte-nos. — Bhric sorriu amplamente enquanto se inclinava para frente, cruzando os braços grossos sobre a mesa manchada de tinta. Zander queria bater na nuca de seu irmão por incentivar Rhys. Todos sabiam muito bem.
— É difícil estar com mulheres humanas porque elas percebem diferenças em mim enquanto faço sexo com elas; então, digo, vamos trabalhar em equipe dupla com as humanas e você apaga…
O horror tomou conta dele ao ouvir o que seu guerreiro estava propondo.
— Absolutamente, não! Nenhum vampiro usará seu poder sobre a mente humana para que você possa usá-las. Do jeito como vocês seguem as mulheres, seríamos expostos ao amanhecer. Há muitas mulheres dispostas no reino — interrompeu Zander antes que aquela conversa continuasse.
O problema era que a ideia já estava ali e ele podia dizer que os dois homens pensavam nela. Ele rosnou baixo, em advertência:
— Nem pensem nisso, idiotas. Falo sério. — Ele ponderou a promulgação de uma lei que proibia seus súditos de usarem o controle da mente de tal maneira em seres humanos. Tal abuso de poder era contra suas crenças. O reino e seus seres sobrenaturais eram melhores que isso. Eram protetores, não predadores de seres humanos.
O som do vidro quebrando chamou sua atenção. Ele notou que cada um de seus guerreiros havia entrado no modo de batalha. Do outro lado do bar, um imp , um diabrete, discutia com um demônio do mar. O pequeno e irritante diabrete havia agarrado o talismã transformador do demônio marinho, e agora ele era literalmente um peixe fora d'água, ofegando por ar. As fêmeas começaram a gritar ao ver o peixe grande. Zander balançou a cabeça. Os imps eram diabretes notoriamente maliciosos, mas não prejudicavam ninguém e, felizmente, os demônios do mar eram bem-educados.
Ele se afastou da cena enquanto Bhric começava a resmungar.
— O pequeno idiota estúpido tinha que assustar as fêmeas. Falando em estúpidos, recebemos a confirmação de um novo arquidemônio, irmão? — perguntou Bhric enquanto engolia outra dose.
Zander sustentou o olhar do irmão. Suspeitava, há meses, que havia um novo arquidemônio na cidade. Era de se esperar, depois que eles mataram o último, mas ele tinha a sensação de que, quem quer que Lúcifer tivesse enviado dessa vez, era mais poderoso e com melhor habilidade. Eles estavam enfrentando escaramuças treinadas para combate e em patrulhas organizadas. Sem dúvida, as patrulhas foram concebidas para descobrir a localização de sua base.
— Não, maldição. As Valquírias e Harpias negam qualquer conhecimento. Há apenas boatos e conjecturas.
— Oh, seria bom saber o que estamos enfrentando e dar a Killian a chance de trabalhar sua mágica no computador e reunir algumas informações — disse Bhric.
— Seria. Mas, por esta noite, tire isso da cabeça, irmão. Encontre uma moça, ou dez. A guerra ainda existirá de manhã, infelizmente — respondeu Zander ao avistar Lena voltando do banheiro. Havia encontrado sua parceira para a noite. Ele a chamou, dobrando o dedo.
— Lena, fique comigo, já faz muito tempo desde que a vi pela última vez.
— É claro, mon couer — ronronou ela enquanto rebolava até o lado dele. Ele olhou nos olhos castanho-escuros, agarrou ansiosamente a mão dela e sentou-a em seu colo. Sua ereção voltou com força. Ele parou sua carícia no braço de Lena quando notou que o perfume de madressilva vinha dela. Percebeu notas levemente adstringentes, que lhe diziam que era uma fragrância industrializada, em oposição às naturais da humana.
— Você está com um perfume diferente esta noite. É novo?
— Oui , é. Pensei em você quando o comprei. Esperava encontrá-lo aqui esta noite. Senti sua falta, mon ami . Vejo que está ansioso por mim — sussurrou ela em seu ouvido, começando a acariciar sua coxa e ereção.
Inspirando profundamente, ele fechou os olhos e apreciou a sensação das mãos macias dela acariciando seu corpo. Surpreendeu-o o efeito incrível que o perfume tinha em sua libido.
Lena inclinou a cabeça levemente, expondo o pescoço para ele. O movimento realçou seu perfume. Hmmm, viciante . Ele passou os dentes por sua garganta, antecipando como seria afundar as presas naquele pescoço enquanto enterrava o pênis no calor dela.
Ele bebeu o resto do uísque, levantou-se e puxou Lena contra o peito. Abaixando os lábios até os dela, saboreou o deslizar suave dos lábios macios de Lena sobre os seus.
— Quarto dos fundos, agora — ordenou ele.
Zander conduziu Lena pelo longo corredor. Ele se recusava a levá-la para Zeum com ele. Sua cama estava reservada para sua Companheira Predestinada. Ele a havia concebido e esculpido à mão, pensando em sua alma gêmea, e nunca a macularia com outras fêmeas. Durante o século anterior, ele usara os aposentos privados nos fundos do Confetti para seus encontros.
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