Blake Pierce - Quase Perdida

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QUASE PERDIDA (A AU PAIR – LIVRO #2) é o segundo livro na nova série de thriller psicológico do autor best-sellers Blake Pierce.
Quando um homem divorciado de férias no interior britânico coloca um anúncio para uma au pair, Cassandra Vale, 23 anos, sem dinheiro e ainda desequilibrada com as ruínas de seu último posto na França, aceita o emprego sem hesitar. Rico, bonito e generoso, com dois filhos adoráveis, ela acredita que nada pode dar errado.
Mas será que poderia?
Tratada com o melhor que a Inglaterra tem a oferecer, e com a França fora de vista, Cassandra ousa acreditar que finalmente tem tempo de recuperar seu fôlego – até que uma revelação surpreendente a força a questionar as verdades sobre seu passado tumultuoso, seu patrão e sua própria sanidade.
Um mistério fascinante com personagens complexos, camadas de segredos, reviravoltas dramáticas e suspense de acelerar o coração, QUASE PERDIDA é o livro #2 em uma série de suspense psicológico que vai fazer você virar as páginas até tarde da noite.
O Livro #3 da série – QUASE MORTA – está disponível em pré-venda!

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Dylan já estava de pé – Cassie supôs que ele tivesse saído de bicicleta. Torcendo para que ele não pensasse nisso como uma intrusão, ela entrou no quarto, esticou o edredom e os travesseiros e recolheu as roupas jogadas.

As prateleiras dele estavam abarrotadas de uma grande variedade de livros, incluindo vários sobre ciclismo. Dois peixes dourados nadavam em um aquário na parte superior da estante de livros e havia uma coelheira sobre uma grande mesa perto da janela. Um coelho cinza comia alface de café-da-manhã e, em contentamento, Cassie observou-o por um minuto.

Saindo do quarto, ela bateu na porta de Madison.

– Só mais dez minutos – a jovem menina respondeu, sonolenta, então Cassie foi até a cozinha para começar o café-da-manhã.

Lá, viu que Ryan havia deixado um maço de dinheiro debaixo do saleiro com um bilhete escrito à mão: “Fui para o trabalho. Leve as crianças para passear e divirtam-se! Volto à noite”.

Cassie colocou a primeira leva de pães na linda torradeira floral e encheu a chaleira. Enquanto estava ocupada preparando o café, Madison entrou bocejando, enrolada em um roupão cor-de-rosa.

– Bom dia – Cassie a saudou.

– Bom dia. Ainda bem que você está aqui. Todo mundo nesta casa acorda cedo demais – ela reclamou.

– O que posso te servir? Chá? Suco?

– Chá, por favor.

– Torrada?

Madison sacudiu a cabeça. – Ainda não estou com fome, obrigada.

– O que gostaria de fazer hoje? Seu pai disse para sairmos – Cassie disse, servindo chá conforme Madison havia pedido, com um pingo de leite e sem açúcar.

– Vamos para a cidade – Madison disse. – É divertido aos finais de semana. Várias coisas para fazer.

– Boa ideia. Sabe quando Dylan estará de volta?

– Ele geralmente sai por uma hora – Madison fez uma concha com as mãos ao redor de sua caneca, assoprando o líquido fumegante.

Cassie estava impressionada com o quanto as crianças pareciam ser independentes. Claramente, não estavam acostumados a serem superprotegidos. Ela supôs que o vilarejo fosse pequeno e seguro o bastante para ser tratado como uma extensão da casa deles.

Dylan não tardou a retornar e, às nove horas, eles estavam vestidos, prontos para partir em seu passeio. Cassie presumiu que iriam de carro, mas Dylan a alertou contra isto.

– É difícil estacionar no fim de semana. Geralmente, descemos caminhando. São pouco mais de dois quilômetros, depois voltamos de ônibus. Ele sai a cada duas horas, então só precisamos calcular bem o tempo.

A caminhada até o vilarejo não poderia ser mais cênica. Cassie estava encantada pela vista deslumbrante do mar, em constante mudança, e as casas pitorescas ao longo do caminho. De algum lugar ao longe, ela conseguia ouvir sinos de igreja. O ar estava fresco e gélido, e respirar o aroma do mar era puro prazer.

Madison saltitava adiante, apontando as casas das pessoas que conhecia, o que parecia ser quase todo mundo.

Algumas das pessoas que passavam por eles de carro acenavam, e uma mulher parou seu Range Rover para oferecê-los carona.

– Não, obrigada, Sra. O’Donoghue, estamos felizes em caminhar – Madison declarou. – Mas talvez precisemos de você na volta!

– Vou procurar por vocês! – a mulher prometeu com um sorriso antes de sair com o carro. Madison explicou que a mulher e o marido dela moravam costa adentro e tinham uma pequena fazenda orgânica.

– Tem uma loja que vende os produtos deles na cidade e, às vezes, eles fazem doces caseiros também – Madison disse.

– Definitivamente iremos até lá.

– Os filhos dela têm sorte. Eles frequentam um colégio interno na Cornualha. Eu queria ir também – Madison disse.

Cassie franziu o cenho, perguntando-se por que Madison iria querer passar um tempo longe de uma vida tão perfeita. A não ser, talvez, que o divórcio tivesse tornado a garota insegura e ela desejasse uma comunidade maior ao redor dela.

– Você está feliz na sua escola atual? – ela perguntou, só por precaução.

– Ah, sim, é ótimo, tirando que eu preciso estudar – Madison disse.

Cassie ficou aliviada por não parecer haver algum problema oculto, como bullying.

As lojas eram tão pitorescas quanto ela esperara. Havia algumas lojas vendendo apetrechos de pesca, roupas de inverno e equipamentos esportivos. Lembrando-se de como suas mãos tinham estado frias enquanto bebia vinho com Ryan na noite anterior, Cassie experimentou um lindo par de luvas, mas decidiu, em vista de suas finanças e da falta de dinheiro disponível, que seria melhor esperar e comprar um par mais barato.

O cheiro de pão assando os atraiu a atravessar a rua até a confeitaria. Após debater com as crianças, comprou um pão de massa azeda e uma torta de noz-pecã para levar para casa.

A única decepção da manhã acabou sendo a loja de doces.

Quando Madison marchou até a porta, cheia de expectativas, ela parou, de crista caída.

A loja estava fechada, com um bilhete escrito à mão colado ao vidro, dizendo: “Caros clientes, estamos fora da cidade este fim de semana para um aniversário da família! Estaremos de volta para servi-los de suas iguarias favoritas na terça-feira”.

Madison suspirou com tristeza.

– A filha deles geralmente abre a loja quando eles não estão. Acho que todos foram para esta festa estúpida.

– Acho que sim. Mas não importa. Podemos voltar na semana que vem.

– Mas está tão longe.

Cabisbaixa, Madison deu as costas e Cassie mordeu os lábios ansiosamente. Estava desesperada para que este passeio fosse um sucesso. Estivera imaginando o rosto de Ryan se iluminando quando eles contassem sobre o dia feliz, e como ele poderia olhar para ela cheio de gratidão ou até elogiá-la.

– Voltaremos semana que vem – repetiu, sabendo que este consolo era pequeno para uma menina de nove anos que tinha acreditado que pirulitos de hortelã estavam em seu futuro imediato. – E talvez encontremos doces em outras lojas – ela acrescentou.

– Vamos lá, Maddie – Dylan disse, impaciente, pegando a mão dela e a conduzindo para longe da loja. Adiante, Cassie notou a loja sobre a qual Madison havia lhe falado, cuja dona era a mulher que oferecera carona a eles.

– Uma última loja, depois decidimos onde vamos almoçar – ela disse.

Com o pensamento em jantares e lanches saudáveis, Cassie selecionou algumas sacolas de vegetais fatiados, uma sacola de peras e algumas frutas secas.

– Podemos comprar castanhas? – Madison pediu. – Ficam deliciosas assadas na lareira. Fizemos isso no inverno passado, com a minha mãe.

Era a primeira vez que algum deles mencionava a mãe e Cassie esperou, ansiosa, observando Madison para descobrir se a lembrança lhe deixaria chateada, ou se este seria um sinal de que ela gostaria de conversar sobre o divórcio. Para seu alívio, a jovem menina parecia calma.

– Claro que podemos. É uma boa ideia – Cassie adicionou uma sacola à sua cesta.

– Olhe, lá estão os doces caseiros!

Madison apontou, empolgada, e Cassie supôs que o momento tivesse passado. Mas, ao mencionar sua mãe uma vez, ela havia quebrado o gelo e talvez quisesse conversar mais sobre isso depois. Cassie lembrou-se de permanecer sensível a qualquer sinal. Não queria perder a oportunidade de ajudar qualquer uma das crianças nesse período difícil.

As sacolas estavam expostas no balcão ao lado do caixa, junto a outras guloseimas. Havia maçãs do amor, doce de leite, balas listradas de hortelã, pequenos saquinhos de manjar turco e até mesmo bastões de bala em miniatura.

– Do que vocês gostariam, Dylan e Madison? – ela perguntou.

– Uma maçã do amor, por favor. E doce de leite e um daqueles bastões de bala – Madison disse.

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